Até quando defenderemos as abóboras?

Jerônimo traduziu o texto bíblico hebraico para o latim no final do século 4. Ao traduzir Jonas 4:6, usou a palavra “hera” em vez de “abóbora”. A versão Septuaginta, bem conhecida e tradicional, trazia “abóbora”. Pronto, fez-se a polêmica.

Agostinho, que era bispo, escreveu para Jerônimo protestando contra a ‘inovação’, afirmando que isso causaria confusão na igreja. Jerônimo respondeu que não poderia traduzir “abóbora”, pois não era isso que o texto hebraico original dizia.

Agostinho apelou para a autoridade dos tradutores antigos, quase humilhando Jerônimo.

Agostinho afirmou que os tradutores da Septuaginta foram inspirados (!), e que ele deveria respeitar isso. Completou dizendo que desejava dar ao povo a versão que “seus ouvidos e corações já estão costumados a ouvir”.

A mentalidade de Agostinho ainda está por aí. Em nome da ‘abóbora’ e do receio de perturbar com verdades óbvias, lendas permanecem bem vivas, pois o povo “já está acostumado a ouvir”.

A história mostrou que a controvérsia foi inútil, que o medo de Agostinho era infundado, e hoje ninguém duvida que Jerônimo estava mais certo que Agostinho.

A “abóbora” era inofensiva, mas os argumentos usados para protegê-la foram equivocados.

“Para não perturbar o povo, protejam as ‘abóboras’!”

Amigos, não fomos chamados para defender “abóboras”.

(Pr. Isaac Malheiros, via Facebook)

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