Angustia-me a quantidade de pessoas nas igrejas que vive de eventos, entretenimentos (sejam entretenimentos ‘liberais’ ou ‘conservadores’) e qualquer outra coisa exceto a Palavra.
Por vezes, qual a primeira coisa que as pessoas observam ao procurar uma igreja para congregar? A música. Seja porque ela é agitada e moderna, como agrada a alguns; ou suave e tradicional, como agrada a outros. Seja porque ela usa instrumentos X e Y; seja porque ela não usa esses instrumentos. Este critério está, muitas vezes, à frente até mesmo do prático critério da localização geográfica: vejo pessoas que congregam em local extremamente distante de onde residem, simplesmente porque consideram a música ali superior. Contudo, a música – seja antiga ou contemporânea – NÃO substitui a exposição bíblica propriamente dita. Observe, porém, que, muitas vezes, a preocupação que uma igreja demanda para ser fiel ao contexto das passagens apresentadas no púlpito é o último dos critérios que muita gente observa quando está procurando um local para congregar – isso se ainda colocar tal coisa como critério.
Nesse caso, a música, em vez de ser um simples e, ao mesmo tempo, poderoso meio de adoração e ensino da Palavra, passa a ser nada mais que um entretenimento para santos. Não importa se tal música é agitada ou suave, moderna ou antiga, ela sempre vira palha quando passa a ser o enfoque em lugar da Bíblia.
‘Liberais’ e ‘conservadores’ passam a vida se digladiando, não sabendo o quanto têm em comum – a saber: o descaso para com a Bíblia maquiado de preocupação com a modernização ou com os ‘antigos marcos’. Ambos não amam a Palavra, e sim seu próprio compromisso com a modernidade ou tradição. Ambos dão de ombros à Bíblia em prol de suas ideias; ambos, de mãos dadas, sem ela perecerão.
E você, vive de quê?
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Vejo o tempo inteiro cristãos que medem a saúde de uma comunidade religiosa pela quantidade de eventos que ela promove. Uma igreja com um bom coral, ministério de louvor, que chama muitos pregadores e cantores famosos, que tem muitos acampamentos, congressos, louvorzões, recitais, gincanas, encontros etc. só pode ser uma igreja abençoada, pensam alguns. Contudo, todos esses eventos podem acontecer, ser muito animados ou comoventes, ainda que o Espírito Santo sequer visite quaisquer deles e Cristo desconheça por completo seus organizadores e participantes (Mt 7:21-23).
Não estou condenando quem ainda vive condicionado a isso. Também já fui assim, mas, como disse o cantor Zé Bruno, “o despertador toca pra todo mundo, acorda quem quer”. Só gostaria de saber o que falta para entendermos que tudo isso é secundário, que de nada adianta revitalizarmos culto, música, eventos se as Escrituras não forem o cerne. Enquanto medirmos igrejas pelos eventos e pela música; enquanto medirmos a música pela modernidade ou tradicionalismo; enquanto medirmos o pregador por quão ‘desenrolado’ ele é, não veremos um reavivamento genuíno, pois todo reavivamento genuíno tem como origem a Palavra e como finalidade a Palavra.
Continue vivendo de música e eventos e tudo o que você conseguirá serão pretensos reavivamentos espasmódicos aqui e ali. Continue deixando que na sua igreja a Bíblia seja um mero adereço no púlpito, sem qualquer preocupação com fidelidade contextual e tudo o que você estará fazendo ali é correndo atrás do vento.
(Vanedja Cândido, via Facebook)
VOCÊ VIVE DE QUÊ?
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