<\/a><\/p>\nNo \u00faltimo artigo, analisamos o texto mais usado quando se fala em mundanismo. Um princ\u00edpio fundamental de estudo da B\u00edblia \u00e9 estudar como a pr\u00f3pria B\u00edblia usa os termos que nela aparecem, prestando aten\u00e7\u00e3o no contexto hist\u00f3rico, textual e em outras ocorr\u00eancias da mesma palavra no restante da B\u00edblia. Levando em conta tudo isso, vamos estudar o termo \u201cmundo\u201d no livro de Tiago.<\/p>\n
No original grego, a palavra traduzida em nossas B\u00edblias como \u201cmundo\u201d \u00e9 kosmos<\/em>. Ela ocorre 5 vezes na carta de Tiago. A primeira ocorr\u00eancia se d\u00e1 logo no primeiro cap\u00edtulo:<\/p>\nA religi\u00e3o que Deus, o nosso Pai, aceita como pura e imaculada \u00e9 esta: cuidar dos \u00f3rf\u00e3os e das vi\u00favas em suas dificuldades e n\u00e3o se deixar corromper pelo mundo (v. 27).<\/p><\/blockquote>\n
Nesse texto, o significado de \u201cmundo\u201d n\u00e3o nos \u00e9 informado diretamente. Contudo, ser\u00e1 que podemos inferir que \u201cmundo\u201d \u00e9 usado como contraste \u00e0 falta de caridade? Vejamos, o texto diz o que devemos fazer (ajudar os que mais precisam) e o que n\u00e3o devemos fazer (contaminar-nos com o mundo). Logo, \u00e9 poss\u00edvel que, para Tiago, ser mundano tivesse rela\u00e7\u00e3o com a falta de caridade<\/strong>. <\/p>\nVejamos mais versos do contexto: no verso 5 do mesmo cap\u00edtulo, Tiago come\u00e7a exortando que aquele que precisa de sabedoria deve pedi-la a Deus, com f\u00e9, e n\u00e3o deve duvidar que Ele a conceder\u00e1, pois o que n\u00e3o tem f\u00e9 \u00e9 descrito como uma pessoa \u201csemelhante \u00e0 onda do mar, levada e agitada pelo vento\u201d (v. 6). Ou seja, algu\u00e9m inst\u00e1vel, sem seguran\u00e7a e capacidade de se firmar<\/strong>. Tiago classifica ainda o homem sem f\u00e9 como \u201cde \u00e2nimo dobre, inconstante em todos os seus caminhos\u201d (v. 8). Para o autor, tal pessoa n\u00e3o deve sequer supor \u201cque receber\u00e1 coisa alguma do Senhor\u201d (v. 6).<\/p>\nNo versos 9-11, Tiago trata sobre a humildade e autoestima equilibrada, dizendo que o irm\u00e3o de \u201ccondi\u00e7\u00e3o humilde\u201d deve gloriar-se, porque, a despeito de sua insignific\u00e2ncia, \u00e9 algu\u00e9m digno; \u201ce o rico\u201d, apesar de sua riqueza, deve gloriar-se \u201cna sua insignific\u00e2ncia\u201d (ARA). Aqui, o ap\u00f3stolo introduz um assunto que se repetir\u00e1 ao longo da ep\u00edstola: humildade e igualdade entre os homens<\/strong>.<\/p>\nNo verso 15, Tiago fala que nossa pr\u00f3pria cobi\u00e7a<\/strong> nos seduz ao pecado (lembra-se de Jo\u00e3o 2:16 identificando a cobi\u00e7a como mundanismo?).<\/p>\nNo verso 19, h\u00e1 o assunto da humildade<\/strong> novamente, pois, \u201ctodos [devem ser] prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se\u201d.<\/p>\nOs versos 22-25 exortam para que os crentes sejam \u201cpraticantes da palavra, e n\u00e3o somente ouvintes\u201d. Do contr\u00e1rio, isso seria enganar-se. Em outras palavras, uma forma de hipocrisia<\/strong> (lembra-se de como Jesus condenou veementemente a hipocrisia? Mt 7:5; 23:28; Mc 12:15; Lc 12:1; 13:15).<\/p>\nO verso 26 diz: \u201cSe algu\u00e9m se considera religioso, mas n\u00e3o refreia a sua l\u00edngua<\/strong>, engana-se a si mesmo. Sua religi\u00e3o n\u00e3o tem valor algum!\u201d.<\/p>\n\u00c9 nesse contexto todo que surge o verso 27 com a ordenan\u00e7a de n\u00e3o se contaminar com o mundo. Vimos que, at\u00e9 a\u00ed, Tiago reprovou: a falta de f\u00e9, de caridade, de humildade, a cobi\u00e7a, a hipocrisia e\u00a0a falta de controle da l\u00edngua.<\/strong><\/p>\nLembrando que originalmente a B\u00edblia n\u00e3o era dividida em cap\u00edtulos, saiamos do cap\u00edtulo 1 e adentremos o cap\u00edtulo 2 tendo em vista que se trata de um texto cont\u00ednuo.<\/p>\n
A partir do primeiro verso do cap\u00edtulo 2, \u00e9 dito que n\u00e3o devemos fazer acep\u00e7\u00e3o de pessoas, dando prefer\u00eancia aos ricos e menosprezando os pobres<\/strong>. Tiago diz que os que assim procedem s\u00e3o \u201ctomados de perversos pensamentos\u201d (v. 4, ARA). A\u00ed, mais uma vez, temos a palavra \u201cmundo\u201d quando \u00e9 dito que \u201cDeus [escolheu] os que s\u00e3o pobres aos olhos do mundo para serem ricos em f\u00e9 e herdarem o Reino que Ele prometeu aos que O amam\u201d (v. 5).<\/p>\nNos versos 8-11, Tiago chama aten\u00e7\u00e3o daqueles que acham que guardam a lei, lembrando a eles que a mesma lei que diz para n\u00e3o adulterar tamb\u00e9m ensina que n\u00e3o se deve fazer acep\u00e7\u00e3o de pessoas. Logo, \u00e9 tolice e dois pesos e duas medidas, achar que se pode ficar escolhendo o que mais lhe agrada na lei para guardar \u2013 pois \u201cquem obedece a toda a Lei, mas trope\u00e7a em apenas um ponto, torna-se culpado de quebr\u00e1-la inteiramente\u201d (v. 10).<\/p>\n
No verso 13, h\u00e1 uma severa advert\u00eancia aos sem miseric\u00f3rdia<\/strong>.<\/p>\nNo restante do cap\u00edtulo 2, Tiago fala sobre a inutilidade da f\u00e9 sem as obras, at\u00e9 o cap\u00edtulo 3, onde, dos versos 2-10, nos \u00e9 dito que devemos saber refrear a l\u00edngua, pois, \u201ca l\u00edngua \u00e9 um mundo [3\u00aa ocorr\u00eancia da palavra em Tiago] de iniquidade\u201d.<\/p>\n
Em Tiago 3.13-17, \u00e9 exortada a mansid\u00e3o, a pureza, paci\u00eancia, miseric\u00f3rdia, imparcialidade, aus\u00eancia de fingimento e paz; enquanto a inveja, a amargura, as divis\u00f5es e a mentira<\/strong> s\u00e3o condenadas.<\/p>\nNo pr\u00f3prio (e \u00faltimo) texto estudaremos como Tiago cap\u00edtulo 4 define mundanismo.<\/p>\n
(Vanedja C\u00e2ndido)<\/i><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"
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O que \u00e9 mundanismo? \u2013 parte 3 - Miss\u00e3o P\u00f3s-Moderna<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n