Para surpresa de muitos, o\u00a0criacionismo b\u00edblico est\u00e1 em harmonia com a maior parte (70, 80%?) do que os cientistas denominam evolu\u00e7\u00e3o (isto \u00e9, biologia evolutiva).[1] Por outro lado, somos obrigados a descartar a maior parte\u00a0do que \u00e9 dito na literatura criacionista (especialmente em rela\u00e7\u00e3o a argumentos).[2]<\/p>\n
Em outras palavras, a maioria dos autores criacionistas n\u00e3o sabe o que \u00e9 evolu\u00e7\u00e3o nem o que \u00e9 criacionismo.<\/p>\n
Por outro lado, parece-me que os cientistas evolucionistas em geral n\u00e3o compreendem o que \u00e9 criacionismo (o que \u00e9 compreens\u00edvel, tendo em vista a situa\u00e7\u00e3o apresentada acima). Note como Mark Ridley, num dos mais importantes livros-texto sobre evolu\u00e7\u00e3o, descreve o criacionismo:<\/p>\n
Gloss\u00e1rio: […]<\/p>\n
Criacionismo. Ver cria\u00e7\u00f5es separadas [sic]. […]<\/p>\n
Cria\u00e7\u00e3o separada. A teoria segundo a qual as esp\u00e9cies t\u00eam origens separadas e n\u00e3o mudam mais depois que se originaram. A maioria das vers\u00f5es da teoria da cria\u00e7\u00e3o separada tem inspira\u00e7\u00e3o religiosa e sugere que a origem das esp\u00e9cies \u00e9 a a\u00e7\u00e3o sobrenatural. […] <\/p>\n
Podemos discutir tr\u00eas teorias […]: (a) a evolu\u00e7\u00e3o; (b) o\u00a0\u201ctransformismo\u201d […]; e (c) a cria\u00e7\u00e3o separada, na qual as esp\u00e9cies se originaram separadamente e permaneceram fixas. […]<\/p>\n
Na cria\u00e7\u00e3o separada, as esp\u00e9cies t\u00eam origem separada e n\u00e3o mudam. […]<\/p>\n
Todas as tr\u00eas vers\u00f5es da cria\u00e7\u00e3o separada […] pressup\u00f5em que as esp\u00e9cies se originaram separadamente e que n\u00e3o sofreram modifica\u00e7\u00f5es de forma ap\u00f3s suas origens. […]<\/p>\n
Algum adepto da teoria da cria\u00e7\u00e3o separada poderia ent\u00e3o argumentar que, embora os indiv\u00edduos de uma esp\u00e9cie variem, essa varia\u00e7\u00e3o \u00e9 sempre muito limitada para permitir a origem de uma nova esp\u00e9cie. […]<\/p>\n
Muitos criacionistas acreditam que a evolu\u00e7\u00e3o pode operar em uma esp\u00e9cie, mas que n\u00e3o \u00e9 capaz de produzir uma nova esp\u00e9cie. […]<\/p>\n
Uma outra raz\u00e3o importante pela qual os bi\u00f3logos evolucionistas rejeitam o criacionismo \u00e9 o fato de ele n\u00e3o oferecer qualquer explica\u00e7\u00e3o para a adapta\u00e7\u00e3o. […] A teoria da evolu\u00e7\u00e3o possui uma teoria cient\u00edfica mec\u00e2nica para explicar a adapta\u00e7\u00e3o: a sele\u00e7\u00e3o natural. O criacionismo, ao contr\u00e1rio, n\u00e3o possui explica\u00e7\u00e3o para a adapta\u00e7\u00e3o. Quando cada esp\u00e9cie teve sua origem, ela j\u00e1 devia estar equipada com adapta\u00e7\u00f5es para a vida, pois a teoria mant\u00e9m que as esp\u00e9cies t\u00eam formas fixas ap\u00f3s suas origens. [3]<\/p><\/blockquote>\n
O bi\u00f3logo e paleont\u00f3logo criacionista Leonard Brand, Ph.D. em biologia evolutiva pela Cornell University, esclarece:<\/p>\n
A palavra \u201cevolu\u00e7\u00e3o\u201d significa mudan\u00e7a. H\u00e1 suficiente evid\u00eancia de que esse processo evolutivo (ou alguma varia\u00e7\u00e3o dele) realmente acontece e produz novas variedades e novas esp\u00e9cies. […] Em quase todos os aspectos<\/strong>, intervencionistas [isto \u00e9, criacionistas] e evolucionistas naturalistas concordam sobre a maneira pela qual esses processos acontecem. […]<\/p>\nEmbora os intervencionistas sejam com frequ\u00eancia representados como antievolucionistas, o fato \u00e9 que eles aceitam [a exist\u00eancia de] um processo de mudan\u00e7a morfol\u00f3gica [ou seja, evolu\u00e7\u00e3o]. […] Mesmo na \u00e1rea da evolu\u00e7\u00e3o, a maior parte<\/strong> do que \u00e9 estudado se limita a microevolu\u00e7\u00e3o, especia\u00e7\u00e3o e os aspectos da macroevolu\u00e7\u00e3o aceitos tamb\u00e9m por intervencionistas. [4]<\/p><\/blockquote>\nRefer\u00eancias:<\/strong><\/p>\n1. Leonard Brand, Faith, Reason, and Earth History: A Paradigm of Earth and Biological Origins by Intelligent Design<\/i>, 2\u00aa ed. (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2009), p. 175-176, 190, 281, 299. \n2. Leonard Brand e Cindy Tutsch, \u201cPresenting evolution and Creation: How? (part 1)\u201d, Ministry<\/i>, fevereiro de 2005, p. 30. \n3. Mark Ridley, Evolu\u00e7\u00e3o<\/i>, 3\u00aa ed. (Porto Alegre, RS: Artmed, 2006), p. 701-702, 67-68, 75, 77, 89. \n4. Brand, Faith, Reason, and Earth History<\/i>, p. 175-176, 190, 299 (grifo nosso).<\/p>\n
Leia tamb\u00e9m:\u00a0\u201cCriacionismo: ainda vi\u00e1vel?<\/a>\u201d<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"Para surpresa de muitos, o\u00a0criacionismo b\u00edblico est\u00e1 em harmonia com a maior parte (70, 80%?) do que os cientistas denominam evolu\u00e7\u00e3o (isto \u00e9, biologia evolutiva).[1] Por outro lado, somos obrigados a descartar a maior parte\u00a0do que \u00e9 dito na literatura criacionista (especialmente em rela\u00e7\u00e3o a argumentos).[2] Em outras palavras, a …<\/p>\n","protected":false},"author":4,"featured_media":0,"comment_status":"closed","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":[],"categories":[7],"tags":[],"yoast_head":"\n
Evolucionistas sabem o que \u00e9 criacionismo? - Miss\u00e3o P\u00f3s-Moderna<\/title>\n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n \n\t \n\t \n\t \n