judaísmo Archives - Missão Pós-Moderna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/tag/judaismo/ cristianismo no mundo contemporâneo Sun, 18 Feb 2018 01:53:15 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.1 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/wp-content/uploads/2018/02/missaopm-alpha-ico-150x150.png judaísmo Archives - Missão Pós-Moderna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/tag/judaismo/ 32 32 A essência da Torá https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/a-essencia-da-tora/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/a-essencia-da-tora/#comments Sat, 02 Aug 2014 10:00:00 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/2013/01/a-essencia-da-tora/ No judaísmo, o princípio supremo da Lei de Deus é chamado pikuach nefesh (“a preservação da vida humana”). Uma de suas bases se encontra em Levítico 18:5, em que Deus diz: “Obedeçam aos Meus decretos e ordenanças, pois o homem que os praticar viverá por eles”. O propósito da Lei é …

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No judaísmo, o princípio supremo da Lei de Deus é chamado pikuach nefesh (“a preservação da vida humana”). Uma de suas bases se encontra em Levítico 18:5, em que Deus diz: “Obedeçam aos Meus decretos e ordenanças, pois o homem que os praticar viverá por eles”. O propósito da Lei é a vida e o bem-estar humano. Disso os rabinos concluíram que a vida humana (o “espírito” da Lei) é mais importante que o cumprimento externo de uma ordem (a “letra” da Lei).

Com base nesse princípio, os judeus desenvolveram outro grande princípio, chamado ya’avor v’al ye’hareg (“transgredir e não morrer”). Ele se baseia, dentre outros textos, em Levítico 19:16: “Não se levantem contra a vida do seu próximo”. Deve-se fazer todo o possível para preservar a vida de uma pessoa. Por isso, um judeu não somente pode, mas deve violar qualquer um dos 613 mandamentos da Lei de Deus (a Torá) para salvar uma vida (com exceção de três mandamentos: idolatria, imoralidade sexual e assassinato). Na maioria dos casos, mesmo a integridade de uma parte do corpo está incluída na “preservação da vida”. A Lei é um meio, e não um fim em si mesmo.

Acredito que é nesse contexto que devemos entender alguns dos ensinos aparentemente mais revolucionários de Jesus. Certa vez, num diálogo a respeito do sábado, Ele disse aos fariseus:

Ou vocês não leram na Lei que, no sábado, os sacerdotes no templo profanam esse dia e, contudo, ficam sem culpa? […] “Desejo misericórdia, não sacrifícios” [Oseias 6:6]. […] Qual de vocês, se tiver uma ovelha e ela cair num buraco no sábado, não irá pegá-la e tirá-la de lá? Quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é permitido fazer o bem no sábado (Mateus 12:5, 7, 11-12). O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado (Marcos 2:27).

O raciocínio de Jesus, talvez estranho para muitos de nós, fazia todo o sentido para os fariseus. Afinal, foram eles que haviam formulado os grandes princípios pikuach nefesh (“a preservação da vida humana”) e ya’avor v’al ye’hareg (“transgredir e não morrer”). Por isso, nesses diálogos, os fariseus não tinham respostas para oferecer a Jesus. Ele não estava fazendo nada mais do que repetir o que eles próprios ensinavam diariamente ao povo.

O problema com muitos fariseus era mais prático do que teológico. É por isso que Jesus advertiu a respeito deles: “Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam” (Mateus 23:3).

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Os três filhos de Abraão https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/os-tres-filhos-de-abraao/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/os-tres-filhos-de-abraao/#comments Mon, 21 Jul 2014 10:00:53 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1026 Desde 11 de setembro de 2001, a tensão entre judaísmo, islã e cristianismo tem crescido. Cada religião afirma adorar o único Deus verdadeiro e enfatiza alguns aspectos do caráter de Deus. Mas, sempre que as pessoas estão em desacordo, elas tendem a se afastar das coisas que os seus oponentes …

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Desde 11 de setembro de 2001, a tensão entre judaísmo, islã e cristianismo tem crescido. Cada religião afirma adorar o único Deus verdadeiro e enfatiza alguns aspectos do caráter de Deus.

Mas, sempre que as pessoas estão em desacordo, elas tendem a se afastar das coisas que os seus oponentes enfatizam porque não querem se parecer com o “adversário”. Nesse processo, deixam de lado ideias que Deus deseja que preservassem.

Quando os judeus e os cristãos se separaram, a partir do fim do primeiro século, foi como se tomassem a verdade de Deus que compartilhavam e a dividissem. Cada grupo perdeu alguns elementos importantes nesse processo. Então surgiu Maomé e tentou, creio eu, fazê-los retornar ao que haviam perdido. Mas essa tentativa falhou, e as três religiões se tornaram ainda mais hostis uma à outra.

Sempre que alguém sustenta crenças diferentes das nossas, é fácil dizer: “Se eu estou certo, então você sem dúvida está errado”. Essa é uma conclusão perigosa, porque, quando apontamos o dedo para acusar alguém, é provável que deixemos de aprender o que Deus deseja nos ensinar através dessas pessoas – até em meio a crenças defeituosas.

É fácil comparar o melhor de nossa religião com o pior da religião do outro e ter a sensação de que estamos muito bem. Mas isso não é justo nem construtivo. O que aconteceria se víssemos o melhor na fé dos outros? Poderíamos ter muitas surpresas. Quais são as melhores e mais positivas contribuições de cada fé monoteísta existente no mundo? E quais aspectos singulares e centrais de cada fé as outras duas têm desprezado ou subestimado?

Outro tipo de “ecumenismo”

Os princípios centrais do cristianismo são o evangelho, a graça e Jesus. O judaísmo e o islã têm elementos de graça, mas não a plenitude apresentada pelo evangelho. Os valores centrais do judaísmo em grande parte desprezados pelas outras religiões são a lei, a obediência e o sábado. E o islã, por sua vez, enfatiza a submissão, o juízo final e a escatologia. O cristianismo e o judaísmo têm se esquivado desses últimos temas em parte porque os muçulmanos os proclamam e praticam.

Os valores centrais dessas três religiões se tornaram símbolos de divisão. Mas, quando analisamos cuidadosamente essas crenças, começamos a descobrir que o remanescente do Apocalipse expressa todas elas. Evidentemente, é propósito de Deus que, no tempo do fim, exista um grupo de pessoas fiéis à plenitude da sua Palavra. E, dessa fidelidade, surgirá um conjunto de crenças e de prática que será igualmente atraente aos fiéis de todas as grandes religiões do mundo.

Quase 2 mil anos atrás, Deus designou uma mensagem que seria especialmente apropriada à época em que vivemos. Assim, o remanescente de Deus terá uma mensagem não apenas para os cristãos, mas para os judeus, os muçulmanos, os budistas, os hindus – para todas as pessoas. O remanescente final será formado por todos aqueles que forem fiéis a Deus para encontrarem Jesus quando Ele vier.  O cristianismo – com sua mensagem sobre o evangelho, a graça e Jesus –, o judaísmo – com a lei, a obediência e o sábado – e o islã – com a submissão, o juízo final e a escatologia – reunirão o povo de Deus.

Estes são apenas vislumbres do que pode ocorrer. Mas o Apocalipse me diz que os melhores dias para o povo de Deus ainda estão por vir. – Jon Paulien, Seven Keys: Unlocking the Secrets of Revelation (Nampa, ID: Pacific Press, 2009), p. 114-117.

Existe outro tipo de “ecumenismo”, que consiste no chamado de Deus a muitos indivíduos de cada instituição religiosa do globo. Entre católicos, muçulmanos, hindus, judeus, budistas e todos os demais grupos, há muitas pessoas que estão buscando a verdade e vivem um relacionamento com Deus. Por meio do Espírito Santo, Deus está presente em cada lugar antes mesmo que os missionários cheguem lá. Tenho encontrado a fé genuína em muitos lugares que jamais imaginei. […] O remanescente de Deus do tempo do fim será formado por pessoas de todas as nações, tribos, línguas, povos e – sim – religiões. – Jon Paulien, “Ecumenismo versus exclusivismo”.

Simpósio “Nosso pai Abraão”

Embora o cristianismo, o islã e o judaísmo compartilhem da herança comum de Abraão, essas três importantes religiões têm vivido em conflito e incompreensão durante séculos. Um grupo interconfessional de estudiosos se reuniu [em 28 de março de 2006] no campus da Andrews University (EUA) para analisar e compartilhar soluções para as atitudes distorcidas e equívocos entre as três religiões. […]

Participantes do simpósio

As apresentações exploraram as dimensões sociológicas, éticas e filosóficas de cada religião, bem como os fundamentos teológicos da atitude de cada crença em relação às outras duas, buscando substituir a estreiteza mental e o antagonismo pelo terreno comum. O simpósio “Our Father Abraham” (Nosso pai Abraão) foi patrocinado pela Associação Internacional de Liberdade Religiosa, pelo Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia (Andrews University) e por Shabbat Shalom, uma revista que aborda as relações entre judeus e cristãos. – “Symposium Addresses Shared Jewish-Christian-Muslim Heritage”.

As apresentações do simpósio estarão disponíveis na obra The Three Sons of Abraham: Interfaith Encounters Between Judaism, Christianity and Islam (Nova York: I. B. Tauris, 2014), organizada por Jacques Doukhan, professor de teologia na Andrews University.

A respeito desse livro, Michael Barnes, professor de relações inter-religiosas na Universidade de Londres, declara: “Judeus, cristãos e muçulmanos geralmente definem a si mesmos com base nas diferenças em relação aos outros. Este livro ousa pensar de forma diferente e explorar as implicações de uma pergunta diferente: Como as três versões da tradição profética originada com Abraão podem ser pensadas em conjunto – em termos complementares em vez de competitivos? Este volume sensível, incisivo mas sempre acessível aborda um dos grandes problemas de nossa época, do qual o diálogo mais amplo de religiões e culturas só pode se beneficiar. Ao incluir o islã no que é muitas vezes referida como a ‘tradição judaico-cristã’, os autores propõem uma alternativa admiravelmente generosa para a rivalidade destrutiva que tão dolorosamente tem afastado os ‘filhos de Abraão’ uns dos outros”.

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Fariseus são boas pessoas https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2013/05/fariseus-sao-boas-pessoas/ Fri, 31 May 2013 19:34:10 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=723 Pois Eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus (Mateus 5:20). Essa é a afirmação mais assustadora em todo o repertório de ideias de Jesus. Deve ter deixado Seus discípulos …

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Pois Eu lhes digo que se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus (Mateus 5:20).

Essa é a afirmação mais assustadora em todo o repertório de ideias de Jesus. Deve ter deixado Seus discípulos e demais ouvintes muito perplexos.

Como poderia alguém ter mais justiça do que os escribas e fariseus? Tal pensamento parecia a maior impossibilidade na mente dos judeus do primeiro século.

Os escribas eram uma classe de pessoas que passavam todo o seu tempo ensinando e expondo a lei de Deus. Sua vida inteira era dedicada ao estudo da Palavra de Deus. Dedicação — os escribas a tinham em abundância.

Nos tempos de Jesus, os fariseus eram uma classe seleta de aproximadamente 6 mil homens. A vida deles era totalmente dedicada a promover a vinda do Messias (a palavra grega equivalente a Messias é traduzida como “Cristo”) por meio de um viver perfeito.

A maioria dos cristãos precisa revisar sua concepção dos fariseus. Eles não eram simplesmente bons homens; eram os melhores homens. Não só eram moralmente retos, mas extremamente sinceros em buscar a Deus e na veneração e defesa do Seu santo nome, Sua lei e Sua Palavra. Certamente, a igreja e o mundo estariam infinitamente melhores se um maior número de nós viesse a Deus diariamente com a principal pergunta farisaica: “Que farei para herdar a vida eterna?” (Mateus 19:16; Lucas 10:25). Aqui estava um povo totalmente dedicado a servir a Deus, desde o momento em que se levantavam de manhã até quando se deitavam à noite.

Deturparemos a imagem do Novo Testamento se deixarmos de ver a bondade dos escribas e fariseus.

Quanto poderia a igreja fazer se cada um de nós fosse tão dedicado como eles eram! Isso, porém, não quer dizer que eles faziam tudo certo, embora pareça sugerir que sua dedicação e devoção a Deus eram incontestáveis.

Ajuda-me, Senhor, a aprender a lição positiva de dedicação dos escribas e fariseus. Ajuda-me a levar a sério a Tua Palavra.

George R. Knight foi professor de História da Igreja na Andrews University, Estados Unidos, por trinta anos. Retirado de Caminhando com Jesus no Monte das Bem-aventuranças (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2001), p. 112.

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Ultimato para Israel? https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2013/05/ultimato-para-israel/ Sat, 25 May 2013 17:55:25 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=638 A profecia das 70 semanas (Dn 9:24-27) é uma das mais extraordinárias da Bíblia. Ela mostra que há um Deus que revela o futuro e que Jesus de Nazaré é o Messias prometido (veja Jacques Doukhan, On the Way to Emmaus: Five Major Messianic Prophecies Explained [Clarksville, MD: Messianic Jewish, …

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A profecia das 70 semanas (Dn 9:24-27) é uma das mais extraordinárias da Bíblia. Ela mostra que há um Deus que revela o futuro e que Jesus de Nazaré é o Messias prometido (veja Jacques Doukhan, On the Way to Emmaus: Five Major Messianic Prophecies Explained [Clarksville, MD: Messianic Jewish, 2012], p. 149-194).

Em resumo, a profecia diz que o Messias apareceria 483 anos depois de ser emitido o decreto para a reconstrução de Jerusalém (o que aconteceu em 457 a.C.). Portanto, o Messias deveria aparecer em 27 d.C. Jesus é o único personagem que cumpriu essa especificação.

Mas, neste momento, não pretendo falar sobre como essa profecia pode ser usada para levar Deus aos céticos nem sobre como demonstrar pelo Antigo Testamento que Jesus é o Messias. Quero comentar sobre uma interpretação comum, mas que não está livre de críticas.

Teoria da rejeição

A profecia das 70 semanas começa com estas palavras:

Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade (Dn 9:24).

“O teu povo”, evidentemente, é o povo de Daniel, o povo judeu. E a “santa cidade” é Jerusalém.

Com base nesse texto, muitos acreditam que a profecia das 70 semanas apresenta uma espécie de ultimato para Israel, a última chance para os judeus se arrependerem e aceitarem Jesus. Como as 70 semanas terminaram em 34 d.C. (três anos e meio após a morte de Jesus), nesse ano Israel teria sido rejeitado por não haver aceitado Jesus.

Um excelente livro sobre Daniel explica que as 70 semanas “foram estabelecidas especialmente em relação ao povo judeu”. Até o fim desse período, Jesus “pretendia manter Sua promessa para com os judeus”. “Portanto, nos anos que se sucederam imediatamente a cruz, milhares de judeus” creram em Jesus. Mas

a rejeição de Cristo por parte dos judeus – a qual foi simbolizada pelo apedrejamento de Estêvão – conduziu diretamente à proclamação do evangelho ao mundo não judeu. […] A vinha deveria ser tomada de Israel e oferecida a uma “nação” diferente [ou seja, os gentios] (C. Mervyn Maxwell, Uma nova era segundo as profecias de Daniel [Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004], p. 235-236, 242, 241).

Outra interpretação

Geralmente os judeus messiânicos (isto é, os judeus que creem em Jesus) não seguem essa interpretação. Veja, por exemplo, os livros do Dr. Jacques Doukhan sobre Daniel (Daniel: Vision of the End [Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 1987]; Secrets of Daniel: Wisdom and Dreams of a Jewish Prince in Exile [Hagerstown, MD: Review and Herald, 2000]). Doukhan é um judeu adventista que possui dois doutorados em Antigo Testamento, além de formação rabínica, e é professor na Universidade Andrews, Estados Unidos.

Recentemente descobri que um importante estudioso não judeu discorda da interpretação do “ultimato” de Israel. Trata-se do Dr. Roy Gane, professor de Antigo Testamento na Universidade Andrews, considerado o maior especialista do mundo no livro de Levítico e uma notável autoridade no livro de Daniel. Ele apresenta sua compreensão naquele que provavelmente seja o melhor livro não acadêmico sobre as profecias de Daniel 8 e 9, intitulado Who’s Afraid of the Judgment? The Good News About Christ’s Work in the Heavenly Sanctuary (Boise, ID: Pacific Press, 2006).

Nesse livro, Gane cita (com aprovação) este texto de Jacques Doukhan:

As 70 semanas não foram “determinadas” contra os judeus, de modo a assinalar o destino deles ou significar a rejeição de Israel. Em vez disso, o propósito das 70 semanas é mostrar as boas-novas da salvação dos judeus e do mundo através da obra do novo Sumo Sacerdote [Jesus Cristo]. Nesse evento, que aconteceu em 31 d.C., Jesus Se assentou à direita do Pai depois da ascensão (1Pe 3:22). Além disso, o evento foi confirmado em 34 d.C., precisamente no fim das 70 semanas, quando Estêvão viu “os céus abertos e o Filho do Homem, em pé à destra de Deus” (At 7:56) (Who’s Afraid of the Judgment?, p. 55, citando Jacques Doukhan, Mystery of Israel [Hagerstown, MD: Review and Herald, 2004], p. 36, grifo no original).

Então, qual é o assunto da profecia?

A interpretação defendida por Doukhan e Gane parece fazer sentido. É verdade que a profecia começa com as palavras “setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo”. Mas o fato é que “em nenhum lugar o texto da profecia sugere o conceito” de rejeição (Doukhan, Secrets of Daniel, p. 151).

Veja a frase completa:

Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos (Dn 9:24).

O texto não fala sobre rejeição, mas sobre salvação!

No livro citado por Gane, Doukhan diz ainda que Daniel 9:24-27 “transmite a ideia de esperança e salvação, porque o Messias viria deste povo e para este povo. Portanto, essas são boas-novas para o povo [de Israel], notícias de libertação e redenção, em vez de triste fim e rejeição”. O mesmo capítulo “descreve Daniel esperando e orando a Deus pela salvação de seu povo. Em resultado disso, veio essa profecia como resposta de Deus ao pedido de Daniel (Dn 9:21)” (Mystery of Israel, p. 34, grifo no original).

Como já vimos, “o propósito das 70 semanas é mostrar as boas-novas da salvação dos judeus e do mundo através da obra do novo Sumo Sacerdote [Jesus Cristo]” (idem, p. 36). No fim das 70 semanas, em 34 d.C., ocorreu “um importante evento para a civilização e a salvação humana”. Nesse ano,

a mensagem do Deus de Israel explodiu para além das fronteiras da Palestina e alcançou os gentios (At 8). Esse é não somente o ano da conversão e do chamado apostólico de Paulo (At 9), mas é o ano em que Deus derramou Seu Espírito sobre os “muitos” gentios (At 10:44-45). […] Essa profecia não fala sobre a rejeição dos judeus, mas sobre a adoção dos gentios, que não substituíram os judeus, mas se uniram a eles (foram “enxertados” neles, como diz Romanos 11:17-24)” (idem, p. 38).

Na passagem mais importante do Novo Testamento sobre Israel e a igreja (Rm 9–11), o apóstolo Paulo declara:

Pergunto, pois: Acaso Deus rejeitou o Seu povo? De maneira nenhuma! Eu mesmo sou israelita, descendente de Abraão, da tribo de Benjamim. Deus não rejeitou o Seu povo, o qual de antemão conheceu. […] Quanto à eleição, [os israelitas] são amados por causa dos patriarcas, pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis (Rm 11:1-2, 28-29).

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O maior mandamento https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2013/04/o-maior-mandamento/ Thu, 01 Jan 1970 00:00:00 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/2013/04/o-maior-mandamento/ Os antigos rabinos identificaram na Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia) 613 mandamentos – 248 positivos (“farás”) e 365 negativos (“não farás”). Obviamente, ninguém conseguiria memorizar todos, e nem todos os mandamentos possuem a mesma importância. Então, os rabinos fizeram distinção entre os mandamentos “pesados” (mais importantes) e os …

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Os antigos rabinos identificaram na Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia) 613 mandamentos – 248 positivos (“farás”) e 365 negativos (“não farás”). Obviamente, ninguém conseguiria memorizar todos, e nem todos os mandamentos possuem a mesma importância.

Então, os rabinos fizeram distinção entre os mandamentos “pesados” (mais importantes) e os “leves” (menos importantes). Os Dez Mandamentos (Êxodo 20) eram considerados os mais “pesados”. Um exemplo de mandamento “leve” seria não arar a terra usando um boi e um jumento sob o mesmo jugo (Deuteronômio 22:10).

Muitos tentavam resumir todos os mandamentos da Torá em um pequeno número de preceitos. Assim, se notava que Davi propôs onze:

Senhor, quem habitará no Teu santuário? Quem poderá morar no Teu santo monte?

  1. Aquele que é íntegro em sua conduta e
  2. pratica o que é justo,
  3. que de coração fala a verdade e
  4. não usa a língua para difamar,
  5. que nenhum mal faz ao seu semelhante e
  6. não lança calúnia contra o seu próximo,
  7. que rejeita quem merece desprezo, mas
  8. honra os que temem o Senhor,
  9. que mantém a sua palavra, mesmo quando sai prejudicado,
  10. que não empresta o seu dinheiro visando lucro
  11. nem aceita suborno contra o inocente.

Quem assim procede nunca será abalado! (Salmo 15).

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Isaías apresentou a Torá em um sumário de seis mandamentos:

  1. Aquele que anda corretamente e
  2. fala o que é reto,
  3. que recusa o lucro injusto,
  4. cuja mão não aceita suborno,
  5. que tapa os ouvidos para as tramas de assassinatos e
  6. fecha os olhos para não contemplar o mal,

é esse o homem que habitará nas alturas; seu refúgio será a fortaleza das rochas; terá suprimento de pão, e água não lhe faltará (Isaías 33:15).

Miqueias, por sua vez, resumiu a Torá em três preceitos:

Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige:

  1. pratique a justiça,
  2. ame a fidelidade e
  3. ande humildemente com o seu Deus (Miqueias 6:8).

Outros profetas resumiram a vontade de Deus em apenas uma frase:

Busquem-Me e terão vida (Amós 5:4).

O justo viverá pela sua fé (Habacuque 2:4, ARA).

O rabino Hillel, o Ancião (110-10 a.C.), um dos mais importantes fariseus de sua época, ensinava:

Não faça aos outros aquilo que não gostaria que lhe fizessem. Essa é toda a Torá; o resto é comentário.

O próprio Jesus, o Messias, seguiu a prática judaica de resumir toda a Torá.

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Certa vez, um mestre da lei perguntou a Jesus:

“Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Respondeu Jesus: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” (Deuteronômio 6:5). Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Levítico 19:18). Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas (Mateus 22:36-40).

Jesus e Paulo chegaram a apresentar a essência da Torá em apenas um mandamento:

Assim, em tudo, façam aos outros o que vocês querem que eles lhes façam; pois esta é a Lei e os Profetas (Mateus 7:12).

Pois estes mandamentos: “Não adulterarás”, “Não matarás”, “Não furtarás”, “Não cobiçarás”, e qualquer outro mandamento, todos se resumem neste preceito: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o amor é o cumprimento da Lei (Romanos 13:9-10).

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