Teologia Archives - Missão Pós-Moderna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/categorias/teologia/ cristianismo no mundo contemporâneo Sun, 18 Feb 2018 01:53:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.1 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/wp-content/uploads/2018/02/missaopm-alpha-ico-150x150.png Teologia Archives - Missão Pós-Moderna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/categorias/teologia/ 32 32 22 livros adventistas para ler antes da volta de Jesus https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2016/04/22-livros-adventistas-para-ler-antes-da-volta-de-jesus/ Sat, 23 Apr 2016 22:36:39 +0000 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/?p=2225 Com a ajuda de alguns amigos, preparei estas sugestões de livros publicados em português que considero extremamente relevantes para adventistas (não só pastores). Obviamente, não pretendemos fazer algo definitivo. Nem todos poderão concordar, principalmente com os materiais que ficaram de fora. Mas, com esta lista, queremos incentivá-lo a pensar em …

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Com a ajuda de alguns amigos, preparei estas sugestões de livros publicados em português que considero extremamente relevantes para adventistas (não só pastores). Obviamente, não pretendemos fazer algo definitivo. Nem todos poderão concordar, principalmente com os materiais que ficaram de fora. Mas, com esta lista, queremos incentivá-lo a pensar em obras que foram importantes em sua jornada cristã. Nada mais importante do que começar essa troca de materiais entre nós.

• Espiritualidade e vida devocional

DE BENEDICTO, Marcos. O Brilho da Vida: Experimente o poder de Deus em seu dia a dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008. 184 páginas.

MAXWELL, Randy. Se Meu Povo Orar. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. 176 páginas.

RICHARDS JR., H. M. S.; GUILD, Daniel R. Boas-novas Para Você – Meditações Diárias 2004. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. 377 páginas.

• Igreja e missão

BULLÓN, Alejandro. A Alegria de Testemunhar: Como falar de Jesus de maneira eficaz. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 104 páginas.

BURRILL, Russell. Como Reavivar a Igreja do Século 21: O poder transformador dos pequenos grupos. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005. 176 páginas.

_______. Discípulos Modernos: O desafio de Cristo para cada membro da igreja. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006. 144 páginas.

GANE, Barry. O Caminho de Volta: Como reconquistar os jovens que abandonaram a igreja. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 112 páginas.

• Doutrinas bíblicas

GIBSON, L. James; RASI, Humberto M. (Orgs.). Mistérios da Criação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 190 páginas.

HOLBROOK, Frank B. O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2002. 272 páginas.

Nisto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008. 480 páginas.

• História e identidade adventista

KNIGHT, George R. Uma Igreja Mundial: Breve história dos adventistas do sétimo dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2000. 158 páginas.

_______. Em Busca de Identidade: O desenvolvimento das doutrinas adventistas do sétimo dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005. 224 páginas.

_______. A Visão Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo: Estamos apagando nossa relevância? Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2010. 112 páginas.

• Estudo e exposição da Bíblia

KNIGHT, George R. Caminhando com Jesus no Monte das Bem-aventuranças – Meditações Diárias 2001. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001. 376 páginas.

PFANDL, Gerhard (Org.). Interpretando as Escrituras: Descubra o sentido dos textos mais difíceis da Bíblia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015. 384 páginas.

REID, George W. (Ed.). Compreendendo as Escrituras: Uma abordagem adventista. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2007. 363 páginas.

REIS, Emilson dos. Introdução Geral à Bíblia: Da revelação até os dias de hoje. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2016. 176 páginas.

• Evangelho e salvação

KNIGHT, George R. A Mensagem de 1888. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. 203 páginas.

_______. Pecado e Salvação: O que é ser perfeito aos olhos de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2016. 232 páginas.

LARONDELLE, Hans K. O que é Salvação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1998. 114 páginas (formato de bolso).

PAROSCHI, Wilson. Só Jesus: Porque em nenhum outro há salvação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1997. 128 páginas.

VENDEN, Morris. 95 Teses Sobre Justificação Pela Fé. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1990. 290 páginas (formato de bolso).

Bônus: 4 livros em inglês

KNIGHT, George R. Reading Ellen White: How to Understand and Apply Her Writings. Hagerstown, MD: Review and Herald, 1997. 140 páginas.

PAULIEN, Jon. Meet God Again for the First Time. Hagerstown, MD: Review and Herald, 2003. 159 páginas.

_______. Everlasting Gospel, Ever-changing World: Introducing Jesus to a Skeptical Generation. Boise, ID: Pacific Press, 2008. 190 páginas.

RODRÍGUEZ, Ángel Manuel. Future Glory: The Eight Greatest End-Time Prophecies in the Bible. Hagerstown, MD: Review and Herald, 2002. 152 páginas.

3 obras de referência (para pesquisar e consultar)

Bíblia de Estudo Andrews. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015.

DEDEREN, Raoul (Ed.). Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2011.

FORTIN, Denis; MOON, Jerry (Orgs.). Enciclopédia de Ellen G. White. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, a ser publicado.

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Templo de Macedo https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/templo-de-macedo/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/templo-de-macedo/#comments Thu, 14 Aug 2014 21:58:48 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2136 A construção de um novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo tem sido objeto de muita atenção. A obra multimilionária do bispo Edir Macedo criou uma monumental construção em um bairro tradicional paulista, sob suspeita de fraudes e irregularidades (veja aqui). O curioso é que …

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A construção de um novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo tem sido objeto de muita atenção. A obra multimilionária do bispo Edir Macedo criou uma monumental construção em um bairro tradicional paulista, sob suspeita de fraudes e irregularidades (veja aqui). O curioso é que o templo é chamado de “Templo de Salomão” (veja aqui), o que remete a algumas ideias interessantes.

O templo de Salomão da Bíblia, assim como o templo de Macedo do Brás, não foi construído por uma iniciativa divina. Quando Davi revelou sua intenção de construir um templo, Deus respondeu que não tinha pedido a ninguém para Lhe construir uma casa suntuosa, já que Ele habitava na tenda do santuário desde o período do Êxodo no deserto (2Sm 7:5-7; 1Cr 17:4-6). Ainda assim, Deus aceita o templo, e determina que o filho de Davi, Salomão, iria construí-lo.

A valorização de imensos monumentos religiosos era comum nas religiões antigas, mas nunca foi um aspecto característico da religião bíblica. Apesar de o templo de Salomão ser incomparavelmente mais esplêndido do que o construído posteriormente por Zorobabel, que parecia “como nada aos vossos olhos”, a glória deste segundo templo é maior que a do primeiro, segundo o profeta Ageu, e ali Deus daria a Sua paz (Ag 2:3, 6-9). Mesmo esse templo sendo muito mais modesto, ainda foi admirado e exaltado pelos discípulos, atitude que não foi compartilhada por Jesus (Lc 21:5-6; Mc 13:1-2).

Curiosamente existe um outro elemento associado ao santuário. Quando Deus termina de descrever a Moisés cada parte do tabernáculo que deveria ser construído no deserto, uma última ordem é dada como conclusão das orientações divinas: a guarda do sábado como um “sinal” eterno (Êx 31:12-18). O sábado é estabelecido como um santuário construído no tempo (veja Abraham Joshua Heschel, O Schabat: seu significado para o homem moderno [São Paulo: Perspectiva, 2004]). Nos mitos pagãos da criação do mundo, quando os deuses terminam sua criação, um memorial é construído: uma árvore, uma montanha ou até uma cidade é consagrada. No mito babilônico da criação do mundo Enuma Elish, a criação termina na tábua 5 com um cântico de louvor a Marduk e a construção da cidade da Babilônia. Porém na narrativa bíblica a primeira coisa a ser consagrada, logo após a criação, é o tempo, um dia, o sábado (Gn 2:1-3).

No pensamento bíblico o tempo sagrado é superior ao espaço sagrado. A presença de Deus se manifesta em todo lugar (Is 6:3; Sl 139:7-10), mas não em todo tempo. O espaço não pode limitar a ação de Deus, mas há momentos de silêncio e momentos de grande manifestação divina (Sl 75:2; Ec 3:17; Is 42:13-15). Deus não exigiu que Israel tivesse diversos santuários espalhados pelo seu território, mas determinou diversos dias sagrados, que estavam ligados a eventos no tempo (Lv 23; Nm 28:16 – 29:40) – e apontavam para o passado e para o futuro. A ênfase de Deus é no tempo, e não no espaço. Quando perguntado sobre o local ideal de adoração, Jesus responde: “Vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (veja Jo 4:19-24). Mais importante que o local de adoração é o momento. Não é o local que dá significado ao tempo passado nele. É o tempo que dá significado ao local.

O Deus de Israel é o Deus da história, mais do que o Deus da geografia (veja Heschel, O Schabat). O espaço pode ser modificado pelo homem, comprado, destruído, restaurado. O tempo é domínio divino. Todo ser humano, rico, pobre, judeu, cristão, pagão, palestino, africano, todos têm o mesmo acesso ao tempo. Ninguém pode destruir ou possuir determinado dia. O tempo pertence a todos, e ao mesmo tempo a ninguém.

E de todos os homens Deus exige um tempo, um dia de consagração, o sábado (Êx 20:8-11; Is 56:1-3; Is 58:13-14). O sábado é um refúgio para o encontro com Deus ainda melhor do que o Templo. No templo de Salomão era proibido qualquer estrangeiro oficiar um serviço religioso (Lv 22:10), porém

Aos estrangeiros que se chegam ao Senhor […] todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a Minha aliança, também os levarei ao Meu santo monte […] porque a Minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos (Is 56:6-7).

O acesso ao templo de Salomão era proibido a qualquer pessoa mutilada ou com deficiência física (Lv 21:16-23). Mas é dito:

Aos eunucos [castrados] que guardam os Meus sábados […] darei na Minha casa e dentro dos Meus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas […] que nunca se apagará (Is 56:4-5).

Isaías fala da construção do templo pelos homens com uma certa ironia:

Assim diz o Senhor: O céu é o Meu trono, e a terra, o estrado dos Meus pés; que casa Me edificareis vós? E qual é o lugar do Meu repouso? Porque a Minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o Senhor, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da Minha palavra (Is 66:1-2).

A atenção divina está voltada para o coração humano, mais do que a templos e santuários. Quando Deus estabelece a construção do tabernáculo do deserto, a intenção dEle era a habitação com o homem. “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êxodo 25:8). É possível a leitura do hebraico veshakhanti betokhem (e habitarei no meio deles) como “E habitarei neles [dentro deles]”. Essa parece ser a interpretação de Paulo desse texto em 2 Coríntios 6:16. A qualidade do tempo que o homem dedica a Deus – seja qual for o lugar – é o que constrói o seu relacionamento com Ele. Espero que os seguidores de Macedo tenham bons momentos espirituais no templo que construíram, e nós também em nossas igrejas, casas, nas ruas, nos carros, em todo lugar. O momento de habitação de Deus com o homem – isso é o verdadeiro templo sagrado (Ap 21:22; 1C 3:16), maior e mais importante do que o templo de Salomão, de Zorobabel – e de Macedo.

(Rolnei Tavares)

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A segunda vinda no Catecismo https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/a-segunda-vinda-no-catecismo/ Wed, 13 Aug 2014 13:36:36 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2129 […] está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos. […] A partir da Ascensão, o advento de Cristo na glória é iminente (Ap 22, 20), embora não nos “caiba conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua …

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[…] está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir julgar os vivos e os mortos. […]

A partir da Ascensão, o advento de Cristo na glória é iminente (Ap 22, 20), embora não nos “caiba conhecer os tempos e os momentos que o Pai fixou com sua própria autoridade” (At 1,7; cf. Mc 13, 32). Este acontecimento escatológico pode ocorrer a qualquer momento (Mt 24, 44; 1 Ts 5, 2), ainda que estejam “retidos” tanto ele como a provação final que há de precedê-lo (2 Ts 2, 3-12). […]

Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes (Lc 18, 8; Mt 24, 12). A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra (Lc 21, 12; Jo 15, 19-20), porá a descoberto o “mistério da iniquidade”, sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado (2 Ts 2, 4-12; 1 Ts 5. 2-3; 2 Jo 7; 1 Jo 2, 18.22). […]

O Reino não se consumará, pois, por um triunfo histórico da Igreja (Ap 13, 8) segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o último desencadear do mal (Ap 20, 7-10), que fará descer do céu a sua Esposa (Ap 21, 2-4). O triunfo de Deus sobre a revolta do mal tomará a forma de Juízo final (Ap 20, 12), após o último abalo cósmico deste mundo passageiro (2 Pe 3, 12-13). […]

No dia do Juízo, no fim do mundo, Cristo virá na sua glória para completar o triunfo definitivo do bem sobre o mal, os quais, como o trigo e o joio, terão crescido juntos no decurso da história.

(Catecismo da Igreja Católica, 673, 675, 677, 68)

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Selecionando textos bíblicos https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/selecionando-textos-biblicos/ Sat, 09 Aug 2014 18:20:22 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2099 Não somente consideramos nossa interpretação como o significado do texto [bíblico], mas também a consideramos o próprio texto. Isso leva a abordar o dogma como um colecionador: selecionamos nossas passagens favoritas para provar uma doutrina. Nunca percebemos que nossos oponentes fazem a mesma coisa, reunindo suas passagens favoritas para provar …

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Não somente consideramos nossa interpretação como o significado do texto [bíblico], mas também a consideramos o próprio texto. Isso leva a abordar o dogma como um colecionador: selecionamos nossas passagens favoritas para provar uma doutrina. Nunca percebemos que nossos oponentes fazem a mesma coisa, reunindo suas passagens favoritas para provar uma doutrina completamente diferente. Em outras palavras, os textos-prova de ambos os lados são mutuamente contraditórios e nenhum dos lados percebe isso! Eles nunca escutam um ao outro. Pelo contrário, gastam seu tempo pregando de forma triunfalista aos já convertidos. O que precisamos fazer é obedecer nossa visão de autoridade bíblica, examinando todos os textos, de ambos [ou mais] os lados, e então desenvolver uma doutrina equilibrada que esteja de acordo com a evidência bíblica. Isso significa que, se necessário, teremos que abandonar nossa posição anterior e permitir que os textos bíblicos determinem nossa declaração doutrinária final.

– Grant R. Osborne, Ph.D. (Universidade de Aberdeen), é professor de Novo Testamento na Trinity International University (EUA). Retirado de 3 perguntas cruciais sobre a Bíblia: Podemos confiar na Bíblia? Podemos entender a Bíblia? Podemos fazer teologia a partir da Bíblia? (São Paulo: Vida Nova, 2014), p. 182.

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Como a igreja te emburrece https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/como-a-igreja-te-emburrece/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/como-a-igreja-te-emburrece/#comments Sat, 02 Aug 2014 16:49:58 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2066 Muitas vezes nós reclamamos da falta de intelectuais que sejam cristãos conservadores [isto é, que acreditam na Bíblia e levam-na a sério], mas o motivo desta escassez é tão óbvio que até assusta demorarmos para percebê-lo. A igreja emburrece as pessoas. Os jovens, desde pequenos mancebos, são ensinados a pecarem …

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Muitas vezes nós reclamamos da falta de intelectuais que sejam cristãos conservadores [isto é, que acreditam na Bíblia e levam-na a sério], mas o motivo desta escassez é tão óbvio que até assusta demorarmos para percebê-lo. A igreja emburrece as pessoas. Os jovens, desde pequenos mancebos, são ensinados a pecarem contra o mínimo da coerência e do raciocínio lógico para que possa descer mais confortavelmente, goela a baixo, todo tipo de arame farpado teológico e doutrinal que lhes são impostos.

Quando os jovens começam a formular suas racionalizações, eles descobrem, atônitos, que o rei está nu. Eles gritam alto, mas são calados com mais manteiga para o arame. Quando eles tentam fazer com que o mundo deles faça sentido, eles batem de frente com o muro de regras que não provém da Escritura. Constantemente, os jovens precisam lidar com contradições lógicas e práticas como se fossem a coisa mais normal do mundo e, quando levantam seus questionamentos, são tratados como meros rebeldes sem causa. Ouvem “Sola Scriptura” [somente a Escritura] no púlpito, e “Não podemos questionar o pastor” [ou outras pessoas, que, na prática, têm maior autoridade que o pastor] nos bancos. “Só seguimos o que nos diz a Escritura”, dizem nas escolas dominicais [ou sabatinas], mas [por exemplo] eles são proibidos de se vestirem de modo mais informal, mesmo que com ordem, decência e humildade, sob uma enxurrada de argumentos que não procedem do texto sagrado.

Com o tempo, ou eles fogem ao som de “Run, Forrest! Run!” [Corra, Forrest, corra!] a fim de conservar a própria sanidade, ou eles matam a própria habilidade de pensar, abandonam o raciocínio e usam mais manteiga na garganta.

(Yago Martins, via Facebook)

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No contexto adventista, devemos notar que a reflexão acima não se aplica, de modo nenhum, à IASD mundial. A teologia e as orientações oficiais da IASD (Associação Geral) são profundamente bíblicas, cristocêntricas, equilibradas, coerentes e estimulam o uso da razão e do senso crítico. Basta ver obras oficiais da IASD como Nisto Cremos, Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, Manual da Igreja e Declarações da Igreja (todos publicados pela CPB), além de um sem-números de livros e artigos produzidos por estudiosos adventistas e outros líderes da igreja. Sem dúvida, a organização adventista tem sido guiada por Deus, e o será até o fim (veja Ellen G. White, Eventos Finais, p. 43-62; idem, A Igreja Remanescente). No entanto, o texto descreve com precisão a realidade da maioria das igrejas locais e da igreja em nível regional e nacional. É importante manter em mente esses dois lados para termos uma visão equilibrada da questão.

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Todos os cisnes são brancos? https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/todos-os-cisnes-sao-brancos/ Wed, 30 Jul 2014 20:00:42 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1970 Como vimos nos dois textos anteriores da série, a observação é fortemente orientada pela teoria. Sem uma teoria que lhe dê aporte, o observador teria que fazer uma lista interminável de observações vazias ou coletar uma série de dados sem sentido. Além disso, o processo indutivo, ainda que possuidor de …

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Como vimos nos dois textos anteriores da série, a observação é fortemente orientada pela teoria. Sem uma teoria que lhe dê aporte, o observador teria que fazer uma lista interminável de observações vazias ou coletar uma série de dados sem sentido. Além disso, o processo indutivo, ainda que possuidor de premissas verdadeiras, pode levar um observador atento a conclusões falsas. Essas constatações podem parecer estranhas num primeiro momento, mas foram levantadas por vários filósofos e cientistas preocupados em entender como a ciência funciona. Um deles foi um filósofo austríaco chamado Karl Popper (1902-1994). Popper deu origem ao que se conhece como falsificacionismo. Para ele, nem todas as observações e experimentos do mundo podem provar que uma teoria está certa, mas uma única observação contrária pode provar que uma teoria está errada. Em outras palavras, por mais que eu tenha observado o maior número possível de cisnes, não é possível dizer que todos os cisnes são brancos (afinal, nem todos os cisnes do mundo foram observados). No entanto, basta um único cisne preto para se concluir com certo grau de segurança: “Nem todos os cisnes são brancos.”

Para um falsificacionista, o critério de demarcação para apontar o que é ou não é ciência é sua falseabilidade, ou seja, uma vez que não é possível determinar através de observação e testes uma verdade de forma definitiva, é possível determinar a falsidade de algo de forma conclusiva. Teorias devem ser mantidas em stand by. Um cientista pode ter certeza de que uma teoria foi falseada, mas ele não pode ter a mesma certeza de que uma teoria é verdadeira. As duas únicas respostas que a natureza pode conceder a um cientista são:não e talvez. Na ciência, nunca se deve confiar dogmaticamente quando a natureza responder sim, ou melhor, quando disser sim, ela está, na verdade, querendo dizer pode ser. A ciência busca a todo tempo experimentos ou observações que possam falsear uma teoria de forma decisiva.

A forma como Popper chegou a essa constatação pode nos ajudar a visualizar melhor os princípios envolvidos para um falsificacionista. Popper queria separar nitidamente o que é ciência do que seria pseudociência. Para ele, uma das armadilhas do indutivismo é que ele pode ser empregado para validar qualquer teoria, ou melhor, as afirmações de determinadas correntes de pensamento poderiam ser verificadas em qualquer parte. Popper se incomodava particularmente com o marxismo e com a psicanálise. Toda vez que um marxista abre um jornal, ele encontra evidências de que existe uma luta de classes. Toda vez que um freudiano recebe um paciente em sua clínica, ele encontra evidências que corroboram sua teoria. Em suma, parecia que tudo poderia ser enquadrado em suas respectivas teorias.

Diante disso, Popper notou um paradoxo: essa aparente segurança apontada por essas duas correntes, essa tendência de sempre encontrar evidencias que as corroborassem, acabava se tornando uma fraqueza. A fim de servir como comparação, o filosofo austríaco relembrou uma apresentação em Viena da teoria da relatividade feita pelo próprio Albert Einstein. Uma das coisas que impressionou Popper é que Einstein descrevia com precisão o que poderia mostrar que sua teoria da relatividade estava errada: “Se o desvio das linhas espectrais para o vermelho devido ao potencial gravitacional não ocorrer, a teoria geral da relatividade será insustentável.”

Eureka! Aí estava uma atitude completamente diferente das atitudes dogmáticas dos marxistas e psicanalistas: Einstein buscava apontar evidências que não apenas corroborassem sua teoria, mas que também fossem capazes de responder à pergunta crucial: “O que demonstraria que estou errado?”

No entanto, por mais que a atitude de Popper seja importante e interessante para um cientista, ela também não é um critério seguro para demarcar o que é e o que não é ciência. Um dos motivos por que a falseabilidade de uma teoria não demonstra que a teoria está errada é que observações e testes são falíveis. Na ciência, não existe um experimento determinante, capaz de demonstrar que todo um arcabouço teórico está equivocado. Na realidade, pode até ser que a observação feita é que esteja errada e não a teoria em si. Na prática, pode ser que todos os cisnes sejam brancos e aquele único cisne preto encontrado não seja um cisne: ele pode ser um pato!

Um exemplo na história da ciência pode ilustrar por que o falsificacionismo não é um critério demarcador seguro: na época de Nicolau Copérnico (1473-1573) os astrônomos viviam medindo o tamanho de Vênus a olho nu. A conclusão a que chegaram: “Vênus, conforme visto da Terra, não muda de tamanho durante o passar do ano.” Ela se encaixava bem na teoria de Ptolomeu de que a Terra está imóvel no centro do cosmo, tendo Vênus como um dos corpos celestes que giraria em torno da terra. O curioso é que essa observação era tão segura que foi aceita por praticamente todos os astrônomos, adeptos de Ptolomeu (geocentrismo) ou de Copérnico (heliocentrismo). Afinal, os fatos levavam a ela.

Todavia, ela trazia problemas graves para o modelo heliocêntrico. Afinal, se Vênus e a Terra giram ao redor do Sol, haverá momentos do ano em que o primeiro estará mais distante e outros em que ele estará mais próximo da Terra, correto? É a inferência lógica. Sendo assim, por que o tamanho de Vênus, visto aqui da Terra, não oscila ao longo dos anos? O heliocentrismo previa que Vênus deveria mudar de tamanho ao longo do ano. Mas ele não o fazia. O teólogo protestante Andreas Osiander escreveu a seguinte observação no prefácio do primeiro livro de Copérnico De Revolutionibus Orbium Coelestium: “Estas hipóteses chegam mesmo a ser contrárias às observações sobre a órbita de Vênus.” Ou seja, ele afirmava que o fato de a Terra girar ao redor do Sol era apenas uma hipótese, já que contradizia dados observacionais como esse.

Contudo, hoje sabemos que essa observação era falsa. Ela se baseava num tipo de experimento falível, a saber, que o olho humano calcula de forma acurada fontes de luz distantes. Instrumentos ópticos posteriores revelaram que o tamanho de Vênus realmente oscila ao longo dos anos, quando observado aqui da Terra (veja aqui). Mas, no tempo de Copérnico, eles não tinham essa informação (nem esses aparelhos). Esse poderia ser um experimento determinante, mostrando que é falsa a teoria de Copérnico de que a Terra gira em torno do Sol. Mas não foi o que aconteceu. E, se tivesse acontecido, ou seja, se a teoria de Copérnico tivesse sido falseada por causa de um fato como esse, certamente seria um passo atrás.

Além disso, não é razoável interpretar alguns sins da ciência como talvez. Os astrônomos falsearam de forma conclusiva o geocentrismo. No entanto, eles afirmam com o mesmo grau de certeza que a Terra é esférica e que ela gira em torno do Sol. Manter teorias emstand by e fazer a pergunta “O que demonstraria que minha teoria está errada?” é um valioso princípio a fim de evitar o dogmatismo, mas não é um critério definitivo de demarcação para dizer que algo é cientifico ou não; ou que uma teoria foi ou não definitivamente falseada.

(Bruno Ribeiro é formando em Comunicação Social [Rádio e TV] pela Universidade Federal da Paraíba e mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação na mesma instituição. Retirado do site Criacionismo.)

Referências:

BASTOS FILHO, Jenner. O que é uma teoria cientifica. Maceió: EDUFAL, 1998.

KOESTLER, Arthur. O homem e o universo: como a concepção do universo se modificou, através dos tempos. São Paulo: Ibrasa, 1989.

POPPER, Karl. Autobiografia intelectual. Brasília: UnB, 1977.

POLKINGHORNE, John. Além da ciência. Bauru: EDUSC, 2001.

 

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Notícias sobre o fim dos tempos https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/noticias-sobre-o-fim-dos-tempos/ Wed, 30 Jul 2014 12:54:49 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2032 É preocupante ver adventistas declararem o “fim dos tempos” diante de qualquer notícia. Desde uma guerra até uma propaganda de carro, de uma declaração do papa até a cena de uma novela: tudo é visto como sinal de que estamos nos últimos dias”. Falta Bíblia nisso. O foco está errado. …

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É preocupante ver adventistas declararem o “fim dos tempos” diante de qualquer notícia. Desde uma guerra até uma propaganda de carro, de uma declaração do papa até a cena de uma novela: tudo é visto como sinal de que estamos nos últimos dias”. Falta Bíblia nisso. O foco está errado.

Já estamos vivendo nos “últimos dias” desde a primeira vinda de Jesus, Sua morte, ressurreição e entronização. O Pentecostes foi o cumprimento de uma profecia para os “últimos dias” (At 2:17). Jesus foi a revelação divina “nestes últimos dias” (Hb 1:2), e o Seu sangue foi manifestado “no fim dos tempos” (1Pe 1:20). João já alertava que “já é a última hora” (1Jo 2:18). O Novo Testamento foi escrito na certeza de que o período dos “últimos dias” já havia começado (At 2:16).

A igreja é o povo de Deus dos últimos dias. Escatologia é o estudo dos eventos finais centralizados em ambos os adventos de Cristo. A vinda do fim tem a ver com a consumação do Reino de Deus (1Co 15:24), e não com guerras e agitações políticas (“mas ainda não é o fim”; Mt 24:6). Para isso, o evangelho do Reino será pregado por todo o mundo, “então, virá o fim” (Mt 24:14). A Bíblia enfatiza Cristo, Seu Reino, Sua Igreja e Sua missão.

Assim, os rios podem ficar coloridos, meteoros podem cair, e o papa pode fazer piqueniques com pentecostais todos os domingos: Cristo é o ‘evento’ que mais importa nos “últimos dias”.

“A brevidade do tempo é frequentemente realçada como incentivo para buscar a justiça e fazer de Cristo o nosso amigo. Este não deve ser o grande motivo para nós; pois cheira a egoísmo. É necessário que os terrores do dia de Deus sejam mantidos diante de nós, a fim de sermos compelidos à ação correta pelo medo? Não devia ser assim. Jesus é atraente” (Ellen G. White, Review and Herald, 2 de agosto de 1881).

(Pr. Isaac Malheiros, via Facebook)

Leia também: “Os últimos dias: espetaculares ou normais?

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3 perguntas cruciais sobre a Bíblia https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/3-perguntas-cruciais-sobre-a-biblia/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/3-perguntas-cruciais-sobre-a-biblia/#comments Tue, 29 Jul 2014 13:54:31 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1998 Sabe quando você descobre que existe um livro que é exatamente aquilo que você procurava há anos?O livro 3 perguntas cruciais sobre a Bíblia não foi escrito para pastores nem acadêmicos, mas para os membros da igreja. De maneira agradável e acessível, mas não superficial, ele responde três perguntas que …

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Sabe quando você descobre que existe um livro que é exatamente aquilo que você procurava há anos?

O livro 3 perguntas cruciais sobre a Bíblia não foi escrito para pastores nem acadêmicos, mas para os membros da igreja. De maneira agradável e acessível, mas não superficial, ele responde três perguntas que são essenciais para todo cristão:

1 – Podemos confiar na Bíblia? (Que razões existem para crer que ela é a Palavra de Deus?)
2 – Podemos entender a Bíblia? (Como estudar e interpretar a Bíblia, mesmo sem ser acadêmico?)
3 – Podemos fazer teologia a partir da Bíblia? (Como descobrir quais são os ensinos e orientações da Bíblia?)

O livro foi escrito por Grant Osborne, Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Aberdeen (Escócia). Essa é uma versão popular do livro do mesmo autor, A espiral hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação bíblica (São Paulo: Vida Nova, 2009), uma das melhores obras que existem sobre o assunto.

Abaixo, leia o prefácio do autor.

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Estou escrevendo este livro para leigos e não para acadêmicos, pois estou convencido de que a Bíblia é direcionada em primeiro lugar a eles e não somente a estudiosos. Há um interesse sem precedentes pela Palavra de Deus. Considere, por exemplo, não somente a produção de novas versões e Bíblias de estudo para praticamente qualquer grupo de pessoas, mas também o número de pessoas que frequentam estudos bíblicos. Esta é uma época muito interessante e com grande potencial. Ainda assim, há muitas perguntas e as pessoas precisam tanto de segurança a respeito da confiabilidade da Bíblia quanto de um método que as capacite a estudá-la por si mesmas.

1. Podemos confiar na Bíblia?

Pouca coisa foi escrita sobre a razão de podermos confiar na Bíblia como Palavra de Deus [a situação melhor muito desde que o livro foi escrito, na década de 1990]. Meu grande espanto, ao escrever o primeiro capítulo, foi a escassez de material produzido sobre a confiabilidade bíblica nas últimas décadas. Mesmo assim, há cada vez mais ataques por parte da ala esquerda contra a precisão e a fidelidade da Escritura. Tragicamente, os ataques do Jesus Seminar, movimento que ganhou destaque na mídia, provocaram pouquíssimas respostas evangélicas que o cristão comum entenda. Minha esperança é que este volume contribua para essa área. Percebi que os cristãos se perguntam como defender a Bíblia de ataques e se importam com o fato de, em algumas igrejas, ela ser tratada apenas como mais uma fonte de material a respeito da vida religiosa. Muitos têm amigos e parentes que acreditam que a Bíblia está repleta de erros e que é um mero produto das experiências religiosas de pessoas do passado. Outros conhecem indivíduos que foram levados a participar de seitas, mas não sabem como apontar para essas pessoas os erros bíblicos em seus ensinos. Ao evangelizar alguém, poucos não foram questionados acerca da razão de a Bíblia ter de ser colocada acima de outros livros. A confiabilidade é uma questão essencial.

2. Podemos entender a Bíblia?

Ao mesmo tempo, poucos sabem realmente como estudar a Bíblia. A hermenêutica (os princípios de interpretação bíblica) se tornou moda, contudo, pouco é absorvido pelas pessoas que se sentam nos bancos da igreja sobre como estudar a Escritura em devocionais ou para o preparo de aulas em estudos bíblicos. Depois de uma pregação, muitas vezes alguém me pergunta: “De onde você tirou isso?”. Sempre fico entusiasmado quando me fazem essa pergunta, pois sei que encontrei alguém seriamente mente interessado no estudo bíblico mais profundo. Acredito que existam muitas pessoas assim e este livro foi escrito para elas. Também acredito que qualquer um que queira pode começar a estudar e entender a Escritura num nível mais profundo. Para isso é preciso tempo e dedicação, mas é assim com qualquer  coisa que valha a pena fazer na vida. Imagine o que aconteceria  se os cristãos ao redor do mundo começassem a investir tanto tempo e dinheiro para estudar a Bíblia quanto investem em carros, roupas e esportes. Por que não “investir na Bíblia”?

3. Podemos fazer teologia a partir da Bíblia?

Mesmo que pouco tenha sido escrito sobre a confiabilidade das Escrituras e a hermenêutica bíblica, praticamente nada foi produzido sobre como fazer teologia. Se isso é verdade mesmo no nível acadêmico, quanto mais para os leigos. O processo de reformular uma afirmação doutrinária da igreja ou trabalhar com uma grande controvérsia teológica foi praticamente deixado aos caprichos acadêmicos. Poucos sabem como fazer isso adequadamente e é por isso que tantas seitas tiveram suas origens nas igrejas evangélicas; entretanto, no outro extremo, pessoas foram acusadas de heresias por questões ínfimas. Este livro tenta oferecer um caminho para decidir quais das muitas afirmações doutrinárias são apoiadas pela Escritura, quais são heresias e quais devem ser classificadas como diferenças teológicas em vez de falso ensino.

Grant R. Osborne, Ph.D. em Novo Testamento pela renomada Universidade de Aberdeen (Escócia), é professor de Novo Testamento no Trinity Evangelical Divinity School, Deerfield, Illinois. Retirado de 3 perguntas cruciais sobre a Bíblia (São Paulo: Vida Nova, 2014), p. 13-15 (intertítulos acrescentados). O livro pode ser adquirido aqui.

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Observações dependem de teorias https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/observacoes-dependem-de-teorias/ Sun, 27 Jul 2014 22:34:17 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1966 No texto anterior, vimos que o processo indutivo, ainda que tenha premissas verdadeiras, pode levar um observador atento a conclusões falsas. Por isso, ele não seria um critério seguro para demarcar “o que é” e “o que não é” ciência. Ele é importante, mas tem seus limites. Aqui, quero explorar melhor …

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No texto anterior, vimos que o processo indutivo, ainda que tenha premissas verdadeiras, pode levar um observador atento a conclusões falsas. Por isso, ele não seria um critério seguro para demarcar “o que é” e “o que não é” ciência. Ele é importante, mas tem seus limites. Aqui, quero explorar melhor essa questão. Arrisco-me a dizer que o x da questão não é apenas que uma observação pode induzir alguém a uma conclusão falsa. A grande questão é que toda observação só faz sentido à luz de algum tipo de teoria. Comecemos com Charles Darwin (1809-1882). O cientista inglês era muito perspicaz, não apenas na biologia, mas em outras áreas envolvendo filosofia da ciência. Em 1861, ele escreveu uma carta a Henry Fawcett sobre uma situação curiosa que ocorreu no passado com os geólogos britânicos. Era o início do século 19 e os membros da Geological Society de Londres estavam cansados de intermináveis discussões teóricas e de explicações cada vez mais vazias sobre o desenvolvimento do planeta Terra. Assim, tomaram uma decisão extremista: não haveria mais discussões teóricas em suas reuniões. Eles apenas contemplariam “os fatos”, coletariam informações e fariam observações diretas. E, quando tivessem um conjunto relativamente significativo de dados, poderiam partir para uma teorização que fosse mais expressiva e consistente. Pelo menos era assim que pensavam. A visão de Darwin sobre o episódio é muito relevante:

“Há cerca de trinta anos, falou-se muito que os geólogos deveriam apenas observar, e não teorizar; e lembro-me bem de alguém dizer que, nesse ritmo, seria melhor um homem entrar numa pedreira e contar os pedregulhos e descrever as cores. Estranho que ninguém tenha visto que toda observação deve ser a favor ou contra alguma concepção para ter alguma serventia!”

O falecido Stephen Jay Gould (1941-2002) achou tão significativa essa última frase para pensar sobre o funcionamento da ciência que ela virou sua máxima preferida. “Toda observação deve ser a favor ou contra alguma concepção para ter alguma serventia!” Em outras palavras, uma observação só faz sentido à luz de uma teoria. Aliás, qualquer observação só faz sentido se uma teoria estiver pressuposta para lhe dar alguma base.

Pense no exemplo do próprio Darwin: sem uma teoria, como os geólogos saberiam qual rocha seria expressiva para observação e qual deveria ser ignorada? Aliás, alguma deveria ser ignorada? Eu teria que olhar e descrever todo tipo de rocha de um determinado espaço? Se sim, de que espaço? Para qual observação eu faria as anotações? E o que eu anotaria das rochas? Seria relevante anotar a cor? O tamanho? O peso? O formato? Ou essas coisas não têm importância? Seria pertinente anotar que eu encontrei uma rocha x, perto da rocha y, na camada z? Ou isso é irrelevante? Alguém pode se interessar por uma determinada rachadura, mas rachaduras são importantes? Sem uma teoria para dialogar é impossível responder de forma satisfatória a qualquer uma dessas perguntas. Elas exigem algum nível de teorização, algum tipo de abstração conceitual a fim de fazerem algum sentido.

Aliás, essas perguntas já pressupõem algum nível de teorização, e quanto mais sofisticadas forem as teorias que estiverem pressupostas, melhores serão as perguntas e mais aportes teóricos serão necessários a fim de guiar determinado experimento. Afinal, se eu fizer uma anotação de que encontrei a rocha x na camada y, ela só terá valor porque parto de uma teoria que me diz que, ao encontrar uma rocha numa determinada camada geológica, ela pode me indicar seu ambiente de formação e sua idade. Sem essa teorização, por que eu anotaria onde encontrei determinada rocha?

Um exemplo de observação esquisita poderia lançar luz maior sobre essa questão. Certa vez, Johannes Kepler (1571-1630) anotou em seu caderno: “Marte é quadrado e intensamente colorido.” O adjetivo “esquisita” demonstra bem minhas pressuposições: hoje sabemos que Marte não é quadrado, nem intensamente colorido. Como alguém pode se dar ao absurdo de anotar que um planeta é quadrado e colorido?

Um leitor mais atento diria que o erro de Kepler era fruto de uma observação feita em um telescópio galileano. Outro explicaria que a anotação de Kepler é irrelevante porque, na época dele, não se sabia que um planeta é esférico porque a força gravitacional dele atrai tudo para seu centro, incluindo sua massa, conferindo, assim, a forma esférica que ele possui. Ainda outro esclareceria que Marte tem uma aparência avermelhada, fruto das enormes extensões de solo árido de sua superfície.

Aqui, o importante é observar que todas essas correções não são fruto de uma observaçãoversus outra, mas pressupõem algum tipo de teoria, seja ela decorrente do funcionamento da gravidade de um planeta, seja do seu formato, seja do seu solo, seja ainda de um possível erro óptico que um telescópio galileano pode ocasionar. Mas, para eu ter a noção de que, ainda que veja no meu telescópio um planeta quadrado, essa observação não é segura ou não é relevante, é preciso que eu tenha em mente uma teoria sobre a formação dos planetas. Se assim não for, por que não seria relevante anotar que o formato do planeta que estou vendo é quadrado? Isso me traz um alerta importante: na ciência, uma teoria falsa e incompleta pode dar orientações falsas e incompletas, mesmo que eu seja um bom observador.

Teorias são importantes justamente por isto: elas ajudam a lançar luz nas observações que precisam ser feitas. Elas me auxiliam, me guiam a fim de que eu não faça uma lista interminável de observações vazias ou colete uma série de dados que sejam totalmente sem sentido. Por outro lado, as observações lançam luz sobre as teorias, ajudando a refiná-las e a aperfeiçoá-las. Ambas são como dois lados de uma mesma moeda: não há a possibilidade de existir um sem o outro.

(Bruno Ribeiro é formando em Comunicação Social [Rádio e TV] pela Universidade Federal da Paraíba e mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação na mesma instituição. Retirado do site Criacionismo.)

Referências:

CHALMERS, Alan. O que é ciência afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993.

GOULD, Stephen Jay. Dinossauro no palheiro: reflexões sobre história natural. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

MOURÃO, R. R. Freitas. O livro de ouro do Universo. Rio de Janeiro: Pocket Ouro, 2000.

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As Escrituras, a tradição e a teologia https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/as-escrituras-a-tradicao-e-a-teologia/ Sat, 26 Jul 2014 16:38:10 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1975 “Quem não conhece sua própria história não sabe por que é como é, e portanto não tem a liberdade de ser de outro modo. Quem, por outro lado, começa a compreender por que é de certo modo, começa também a descobrir a possibilidade de ser diferente” — afirma Justo Gonzáles …

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“Quem não conhece sua própria história não sabe por que é como é, e portanto não tem a liberdade de ser de outro modo. Quem, por outro lado, começa a compreender por que é de certo modo, começa também a descobrir a possibilidade de ser diferente” — afirma Justo Gonzáles em sua obra Retorno a la Historia del Pensamiento Cristiano — tres tipos de teologia, lançada originalmente em inglês e publicada em espanhol (Ediciones Kairos, 2009) com adaptação feita para o contexto da América Latina.

Afirmando a importância da busca das origens, Gonzáles adverte, entretanto, que não é a palavra dos teólogos que dura para sempre, mas a Palavra que os teólogos estudaram. Por mais que respeitemos nossos antepassados, considerar seus escritos como teologia definitiva equivale a trair exatamente seu mais precioso legado e um dos pontos essenciais da Reforma: a primazia das Escrituras sobre a tradição. Devemos ouvir a tradição, mas também envidar todos os esforços para que as Escrituras ganhem voz contemporânea. Cada geração deve buscar nas Escrituras a voz de Deus para hoje.

Desafiado nessas duas direções — conhecer a tradição e atualizar as Escrituras –, Gonzáles faz o resgate histórico do que chama de “três tipos de teologia” presentes na igreja ao fim do século segundo e início do século terceiro da era cristã. Para efeitos didáticos e buscando aspectos gerais que determinavam suas ênfases fundamentais, Gonzáles escolhe três protagonistas para identificar as três teologias: Tertuliano, Orígenes e Irineu.

A obra de Gonzáles analisa como as diferentes tradições compreendiam “Deus, a criação e o pecado original”, “o caminho e a meta da salvação”, e como faziam uso das Escrituras, isto é, seus pressupostos hermenêuticos. A respeito da salvação, por exemplo, Tertuliano (160–220 d.C.) acreditava que o problema do ser humano consistia na quebra da Lei de Deus, e portanto havia adquirido uma dívida legal, e nesse caso a salvação implicaria a satisfação da justiça de Deus.

Orígenes (185–253), por sua vez, compreendia que o problema humano não era a dívida contraída pela quebra da lei, mas sua incapacidade de contemplar a Deus, isto é, sua ignorância. A salvação, nesse caso, não seria resultado de alguém que pagasse a dívida humana, mas o favor de alguém que lhe trouxesse iluminação para que o mundo da matéria, resultado do pecado, fosse deixado para trás e todos os seres voltassem ao estado original, puramente intelectual, quando poderiam regressar à contemplação de Deus na dimensão absolutamente espiritual, cumprindo assim o propósito para o qual haviam sido criados.

Particularmente, mais me impressiona a compreensão de Irineu (130–202), para quem o problema humano é que estamos sujeitos ao mal e ao Maligno, e necessitamos, portanto, de libertação. Irineu descreve a obra de Jesus Cristo como vitória sobre todos os poderes que oprimem os seres humanos e a criação de Deus. Gonzáles faz um resumo dizendo que Jesus, por sua paixão e ressurreição, “levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens”, destruiu a morte, pôs fim à corruptibilidade e manifestou a vida. Como descendente de Adão, e justamente por isso, Jesus, em sua carne, triunfou sobre todos os poderes do mal e despojou o Maligno, tomou para si as chaves da morte e do inferno, obtendo para sempre a vitória por meio de sua ressurreição. Por meio de sua encarnação, vida, morte e ressurreição, Jesus veio a ser o novo Adão, cabeça de uma nova humanidade — “quem está em Cristo é nova criação”. Em Adão, a velha criação se tornou sujeita a Satanás e, em consequência, cativa do pecado e da morte. Em Jesus Cristo, o novo Adão, a nova criação se torna vencedora sobre todos os poderes do mal e recebe a promessa da ressurreição. A consumação da salvação implica não apenas a restauração de toda a criação, que finalmente estará livre da corrupção, como também a perfeita comunhão entre Deus e os seres humanos, isto é, o privilégio de nos tornarmos “participantes da natureza divina”. Por isso, Irineu compreendeu a “adoção como filhos de Deus” como a possibilidade de “nos tornarmos, pela graça, aquilo que Deus é por natureza”: “Deus se fez Homem, para que os homens possam ser feitos deuses”; ou então: “Deus-Filho se fez aquilo que somos, para que viéssemos a ser aquilo que ele é”.

Toda vez que você ouvir alguém afirmando a superioridade de seu conjunto de crenças, pergunte a respeito das raízes de sua teologia, seus principais protagonistas e a evolução histórica de seu pensamento. Esses três exemplos apontam para o fato de que a verdade teológica e a heresia são questões de pontos de vistas, e que a história do pensamento cristão é uma referência imprescindível para quem deseja caminhar à luz das Escrituras Sagradas.

Ed René Kivitz é pastor da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo. É mestre em ciências da religião e autor de, entre outros, “O Livro Mais Mal-Humorado da Bíblia”.

Este artigo foi retirado da versão on-line de Ultimato, julho-agosto de 2014, que, neste momento, está disponível apenas a assinantes. Clique aqui e receba gratuitamente o número atual da revista.

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Nem só de observação vive a ciência https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/nem-so-de-observacao-vive-a-ciencia/ Sat, 26 Jul 2014 13:28:21 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1960 Como funciona a ciência? Nesta série de textos, esperamos que os leitores possam aprender um pouco sobre o funcionamento de um dos mais importantes empreendimentos do conhecimento feito pelo ser humano. A concepção de ciência que encontramos popularizada no senso comum é fruto do indutivismo. Para quem o advoga, conhecimento científico …

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Como funciona a ciência? Nesta série de textos, esperamos que os leitores possam aprender um pouco sobre o funcionamento de um dos mais importantes empreendimentos do conhecimento feito pelo ser humano.

A concepção de ciência que encontramos popularizada no senso comum é fruto do indutivismo. Para quem o advoga, conhecimento científico é conhecimento que foi testado e provado. Esse tipo de saber seria seguro e absolutamente confiável porque começaria e dependeria apenas das observações e das análises empíricas. Em outras palavras, qualquer pessoa, empregando seus sentidos de forma rigorosa e utilizando ferramentas adequadas, pode fazer experimentos e obter um conjunto X de dados de forma objetiva. Na prática, ela pode perceber que um metal aquecido até a temperatura X sempre irá derreter ou que a água abaixo de Yº C sempre irá congelar.

Com os fatos adquiridos pela observação, o cientista formula leis e teorias que expliquem aquele dado fenômeno em condições universais, ou seja, dadas determinadas condições ambientais, o metal sempre irá aquecer e a água sempre irá congelar. Em tese, o conhecimento da ciência seria assim alcançado somente pela observação. Se os dados apontam para essa universalização, constrói-se uma teoria que sempre explicará essas informações. Os dados viriam antes, as teorias depois. Em tese, o que teríamos hoje como fatos científicos seriam frutos desse processo observacional, construída sobre fatos e que tem na experiência sua fonte de conhecimento – sendo, por isso, confiáveis.

Essa forma de descrever a ciência não faz justiça ao método cientifico e não é válida por várias razões. Um dos motivos é que o principio da indução não é logicamente válido. Explico: o que caracteriza um raciocínio dedutivo é que dada a veracidade de suas premissas, a conclusão é lógica e inevitável. Se for verdade que (a) tudo que começa a existir tem uma causa, e se for verdade também que (b) o Universo começou a existir, segue-se lógica e necessariamente que o (c) Universo tem uma causa.

Mas com a indução não funciona assim. Na indução é possível ter premissas verdadeiras e uma conclusão falsa. Na verdade, é possível até ter um número X de premissas verdadeiras e uma conclusão aberta. O interessante é que isso não é uma contradição. Afinal, para estabelecer uma regra geral, o raciocínio indutivo parte de um grupo particular de observações. E quantas observações seriam confiáveis a fim de oferecer uma generalização universal? É impossível saber. Depois de olhar um número significativo de gansos, não é possível dizer que todos os gansos são brancos. Isso por uma razão simples: nem todos os gansos do mundo foram observados. Pode existir em algum lugar do Universo um ganso que seja azul!

Um bom exemplo do por que o método indutivista não é logicamente válido foi dado por Bertrand Russel (1872-1970). É a estória do peru indutivista. Diz Russel que, numa“fazenda de perus”, um dos perus recém-chegados foi alimentado às 9h da manhã no primeiro dia. No segundo dia foi mesma coisa. Terceiro dia, idem. Quarto… Sempre às 9h, sempre pela manhã e sempre no mesmo horário. Mas, sendo um indutivista cauteloso, ele decidiu não se apressar em suas conclusões. Assim, resolveu analisar friamente e sem pressa uma grande quantidade de fatos.

Depois de observar uma grande quantidade de “dados”, depois de muitos (muitíssimos) dias de observação, o peru percebeu que sempre às 9h da manhã ele era alimentado, independentemente do dia, mês, tempo ou estação do ano. Faça chuva, faça sol, quente ou frio, dia útil ou feriado, quando dava 9h, estava lá o alimento.

Assim, o peru concluiu corretamente: “Sou alimentado sempre às 9h da manhã.” O problema foi que na véspera do Natal, às 9h da manhã, ele não foi alimentado, mas degolado. Suas observações eram corretas, mas sua conclusão não necessariamente era logicamente válida.

Moral da história: uma inferência indutiva, ainda que com premissas verdadeiras, pode levar a conclusões falsas. Na ciência, o método indutivo é importante, mas limitado. Afinal, quantas observações são suficientes para “justificar” um dado científico? Dez? Mil? Cem mil? E em quantas “condições diversas” é preciso fazer isso para garantir que a observação X é universal, sempre ocorreu, sempre foi assim e sempre será?

Um dos pontos interessantes é que, na indução, o contrário também é complicado, ou seja, uma única observação é capaz de induzir o observador para a conclusão X. Pense bem: quantas bombas atômicas precisam ser lançadas para concluirmos que bombas atômicas causam destruição em massa e trazem sofrimento para os humanos? Não seria inadequado pedir mais de uma? “Ah, mas isso parece óbvio.” Parece. O que é óbvio para uma pessoa pode não ser para outra. O “óbvio” se baseia, em grande parte, em nossa cultura, imaginário, conceitos e preconceitos. Ou seja, é algo relativo – não sendo por isso um guia confiável (afinal, não é obvio que o Sol gira em torno da Terra?).

Isso não quer dizer que o método indutivo e a observação não sejam importantes para o conhecimento cientifico. Eles são. É seguro dizer que a ciência se baseia em grande medida no método indutivo. Mas ele não é critério de demarcação para definir o que é ou não é “ciência”.

(Bruno Ribeiro é formando em Comunicação Social [Rádio e TV] pela Universidade Federal da Paraíba e mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação na mesma instituição. Retirado do site Criacionismo.)

Referências:

ALVES, Rubem. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. São Paulo, Loyola, 2006.

CHALMERS, Alan. O que é ciência afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993.

RUSSEL, Bertrand. Os problemas da filosofia. Lisboa: Edições 70, 2008.

 

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As duas faces do ecumenismo https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/as-duas-faces-do-ecumenismo/ Thu, 24 Jul 2014 18:30:42 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1933 Você sabia que existe um bom ecumenismo e um mau ecumenismo? Esse é o tema da matéria de capa da revista Ministério, o periódico oficial dos pastores adventistas no Brasil. O artigo, intitulado “As duas faces do ecumenismo” (p. 17-20), foi escrito por Nicholas Miller, professor de História da Igreja na Andrews …

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“Nossos pastores devem procurar aproximar-se dos pastores de outras denominações. Orem por esses homens e com eles” (Ellen White). Encontro entre representantes da Associação Geral da IASD e da Conferência Mundial Menonita (2011).

Você sabia que existe um bom ecumenismo e um mau ecumenismo?

Esse é o tema da matéria de capa da revista Ministério, o periódico oficial dos pastores adventistas no Brasil. O artigo, intitulado “As duas faces do ecumenismo” (p. 17-20), foi escrito por Nicholas Miller, professor de História da Igreja na Andrews University (EUA) e diretor do Instituto Internacional de Liberdade Religiosa.

O autor argumenta que “há um ecumenismo positivo e outro nocivo”. “O positivo diz respeito à consideração, ao cuidado, apoio prático que deve haver entre os cristãos. O ecumenismo nocivo é uma busca mais formal, ideológica, por uma unidade institucional e doutrinária.”

Para despertar a curiosidade, vou citar alguns trechos que apresentam aspectos que frequentemente não conhecemos ou não compreendemos. Leia o artigo completo para ter uma visão mais ampla e equilibrada do assunto (o autor fala também sobre a “linha divisória” da missão profética da Igreja Adventista).

“Muitos de nós talvez fiquemos surpresos ao aprender que nossas crenças fundamentais [da IASD] reconhecem a validade da igreja ecumênica. […]

“O movimento adventista do século 19 foi um dos movimentos verdadeiramente ecumênicos dos tempos modernos. […] Os adventistas do sétimo dia são, eles mesmos, o resultado de um verdadeiro movimento ecumênico bíblico [isto é, o movimento milerita]. […]

“Ellen G. White […] [chegou] a se referir a alguns comentários [bíblicos] não adventistas de seu tempo como estando entre seus ‘melhores livros’.

“O ecumenismo prático [positivo] é uma questão local envolvendo assuntos comunitários. Justiça social enraizada no evangelho e na vinda [acredito que o correto seja “vida”] de Cristo foi a base do ecumenismo adventista histórico. Temperança, combate à escravidão e liberdade religiosa foram esforços destinados a proteger e afirmar pobres, fracos, jovens e marginalizados. Os adventistas necessitam ser despertados e novamente inspirados para esse tipo de esforço interdenominacional bem orientado. […]

“O movimento milerita, como exemplo de um verdadeiro movimento ecumênico bíblico, deve ser aplaudido. […] Cremos que esse movimento ecumênico, universal, ocorrerá novamente antes da segunda vinda de Cristo e que ele incluirá ‘toda nação, tribo, língua e povo’ (Ap 14:6).”

Clique aqui para ler a edição integral da revista Ministério. 

Sobre o assunto, leia também os seguintes textos deste site:

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