Espiritualidade Archives - Missão Pós-Moderna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/categorias/espiritualidade/ cristianismo no mundo contemporâneo Sun, 18 Feb 2018 01:53:05 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.1 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/wp-content/uploads/2018/02/missaopm-alpha-ico-150x150.png Espiritualidade Archives - Missão Pós-Moderna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/categorias/espiritualidade/ 32 32 Espiritualidade bíblica e formação espiritual https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2016/04/espiritualidade-biblica-e-formacao-espiritual/ Mon, 25 Apr 2016 17:12:44 +0000 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/?p=2244 (Declaração da Universidade Andrews) O ensino de “formação espiritual” em universidades e faculdades adventistas se tornou um assunto muito debatido nos últimos anos. Recentemente, o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia e a Universidade Andrews têm estado sob vigilância por oferecer aulas de formação espiritual aos seus alunos. Com a …

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(Declaração da Universidade Andrews)

O ensino de “formação espiritual” em universidades e faculdades adventistas se tornou um assunto muito debatido nos últimos anos. Recentemente, o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia e a Universidade Andrews têm estado sob vigilância por oferecer aulas de formação espiritual aos seus alunos.

Com a disseminação da espiritualidade oriental e da Nova Era em livros populares, meios de comunicação e sites, cristãos de todas as denominações têm se tornado conscientes dos perigos dessas “novas” abordagens à comunhão com o divino. Os adventistas do sétimo dia estão naturalmente preocupados com essa nova tendência, porque a autêntica espiritualidade cristã tem sido um dos nossos valores fundamentais desde nosso início como denominação, há 160 anos. Durante sua vida, Ellen White falou frequentemente sobre a necessidade de leitura e meditação na Palavra de Deus, oração e jejum. Ela advertiu que devemos “[cultivar] o amor pela espiritualidade e verdadeira piedade” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 315). Ela também declarou: “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós, eis a maior e a mais urgente de todas as nossas necessidades” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 121). Por mais de um século temos defendido e promovido através de conferências e publicações os temas do estudo pessoal da Bíblia, oração, vida devocional, guarda do sábado, jejum, desenvolvimento da fé e muitas outras abordagens ao crescimento espiritual e à santificação. E, hoje, nossa Igreja está novamente enfatizando reavivamento e reforma, espiritualidade e discipulado. A vida genuína e autêntica que vivemos impactará o mundo para Cristo.

Em 2005, a assembleia da Associação Geral votou acrescentar uma nova crença fundamental intitulada “Crescimento em Cristo”. Essa crença fundamental destaca a necessidade do crescimento espiritual. A última parte dessa declaração diz: “Nesta nova liberdade em Jesus, somos chamados a crescer na semelhança de Seu caráter, comungando com Ele diariamente em oração, alimentando-nos de Sua Palavra, meditando nela e na Sua providência, cantando Seus louvores, nos reunindo nos cultos e participando da missão da igreja. Ao entregar-nos para o amoroso serviço em prol dos que estão em torno de nós e ao testemunharmos de Sua salvação, Sua constante presença conosco através do Espírito transforma cada momento e cada tarefa em uma experiência espiritual.”

Dado o mundo em que vivemos, o Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia crê que possui a responsabilidade de ensinar seus alunos e pastores acerca da espiritualidade cristã. Nossas aulas enunciam claros princípios bíblicos, teológicos e adventistas. Selecionamos cuidadosamente bons livros acadêmicos sobre esse assunto, e a escolha dos livros que adotamos para nossas aulas não significa que aceitamos tudo o que é dito por esses autores. No entanto, cremos que um dos objetivos da formação acadêmica é desenvolver a habilidade de discernimento, e desejamos ensinar nossos alunos a serem pensadores profundos e não meros refletores do pensamento de outras pessoas. Pela graça de Deus, queremos ser fiéis à nossa missão à medida que equipamos nossos estudantes para se tornarem bons mentores e ministros de nossa fé e herança e à medida que eles ajudam os membros da igreja a aprofundarem sua jornada com Deus.

Alguns acusam o Seminário de ensinar tipos contemplativos e emergentes de espiritualidade, pelo fato de que essa disciplina da faculdade é denominada “Formação Espiritual”. Mas não ensinamos tais abordagens ao desenvolvimento espiritual. Nos círculos acadêmicos, a expressão “formação espiritual” é sinônimo de crescimento espiritual em direção à maturidade piedosa, ou o processo de discipulado e santificação cristã. É injusto e falso afirmar que formação espiritual é algo maligno por estar associada com os escritos dos Pais da Igreja, algumas vertentes atuais do pensamentos católico romano e algumas práticas devocionais de outras religiões. O propósito da formação espiritual é ensinar aos alunos o que as Escrituras dizem sobre ter uma vida de genuíno compromisso com Deus, estar aberto às convicções do Espírito Santo e ser regenerado em Cristo. Formação espiritual é um termo acadêmico usado para descrever disciplinas ou assuntos que lidam com o desenvolvimento espiritual e o fortalecimento da fé. Ao utilizarmos esse termo, estamos dizendo que oferecemos aulas baseadas na Bíblia que focalizam a vida espiritual de nossos alunos. E não deveríamos fazer mais, e não menos, quanto a esse tipo de desenvolvimento da fé? No entanto, com o objetivo de evitar mal-entendidos adicionais, decidimos mudar o nome dessa disciplina, que passou a se chamar “Espiritualidade Bíblica”. Esperamos que isso ajude a aliviar a preocupação de algumas pessoas sinceras.

Por favor, una-se a nós em oração pelo crescimento espiritual dos alunos de nossas instituições adventistas.

Denis Fortin, Ph.D.
Reitor do Seminário Teológico Adventista
Universidade Andrews
(2006-2013)

Fonte: “Teaching Biblical Spirituality”

Uma “declaração oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre espiritualidade bíblica” foi publicada como “A statement on biblical spirituality”, Ministry, agosto de 2012, p. 12-16 (disponível aqui).

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22 livros adventistas para ler antes da volta de Jesus https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2016/04/22-livros-adventistas-para-ler-antes-da-volta-de-jesus/ Sat, 23 Apr 2016 22:36:39 +0000 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/?p=2225 Com a ajuda de alguns amigos, preparei estas sugestões de livros publicados em português que considero extremamente relevantes para adventistas (não só pastores). Obviamente, não pretendemos fazer algo definitivo. Nem todos poderão concordar, principalmente com os materiais que ficaram de fora. Mas, com esta lista, queremos incentivá-lo a pensar em …

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Com a ajuda de alguns amigos, preparei estas sugestões de livros publicados em português que considero extremamente relevantes para adventistas (não só pastores). Obviamente, não pretendemos fazer algo definitivo. Nem todos poderão concordar, principalmente com os materiais que ficaram de fora. Mas, com esta lista, queremos incentivá-lo a pensar em obras que foram importantes em sua jornada cristã. Nada mais importante do que começar essa troca de materiais entre nós.

• Espiritualidade e vida devocional

DE BENEDICTO, Marcos. O Brilho da Vida: Experimente o poder de Deus em seu dia a dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008. 184 páginas.

MAXWELL, Randy. Se Meu Povo Orar. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. 176 páginas.

RICHARDS JR., H. M. S.; GUILD, Daniel R. Boas-novas Para Você – Meditações Diárias 2004. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. 377 páginas.

• Igreja e missão

BULLÓN, Alejandro. A Alegria de Testemunhar: Como falar de Jesus de maneira eficaz. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 104 páginas.

BURRILL, Russell. Como Reavivar a Igreja do Século 21: O poder transformador dos pequenos grupos. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005. 176 páginas.

_______. Discípulos Modernos: O desafio de Cristo para cada membro da igreja. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006. 144 páginas.

GANE, Barry. O Caminho de Volta: Como reconquistar os jovens que abandonaram a igreja. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 112 páginas.

• Doutrinas bíblicas

GIBSON, L. James; RASI, Humberto M. (Orgs.). Mistérios da Criação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 190 páginas.

HOLBROOK, Frank B. O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2002. 272 páginas.

Nisto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008. 480 páginas.

• História e identidade adventista

KNIGHT, George R. Uma Igreja Mundial: Breve história dos adventistas do sétimo dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2000. 158 páginas.

_______. Em Busca de Identidade: O desenvolvimento das doutrinas adventistas do sétimo dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005. 224 páginas.

_______. A Visão Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo: Estamos apagando nossa relevância? Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2010. 112 páginas.

• Estudo e exposição da Bíblia

KNIGHT, George R. Caminhando com Jesus no Monte das Bem-aventuranças – Meditações Diárias 2001. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001. 376 páginas.

PFANDL, Gerhard (Org.). Interpretando as Escrituras: Descubra o sentido dos textos mais difíceis da Bíblia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015. 384 páginas.

REID, George W. (Ed.). Compreendendo as Escrituras: Uma abordagem adventista. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2007. 363 páginas.

REIS, Emilson dos. Introdução Geral à Bíblia: Da revelação até os dias de hoje. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2016. 176 páginas.

• Evangelho e salvação

KNIGHT, George R. A Mensagem de 1888. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. 203 páginas.

_______. Pecado e Salvação: O que é ser perfeito aos olhos de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2016. 232 páginas.

LARONDELLE, Hans K. O que é Salvação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1998. 114 páginas (formato de bolso).

PAROSCHI, Wilson. Só Jesus: Porque em nenhum outro há salvação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1997. 128 páginas.

VENDEN, Morris. 95 Teses Sobre Justificação Pela Fé. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1990. 290 páginas (formato de bolso).

Bônus: 4 livros em inglês

KNIGHT, George R. Reading Ellen White: How to Understand and Apply Her Writings. Hagerstown, MD: Review and Herald, 1997. 140 páginas.

PAULIEN, Jon. Meet God Again for the First Time. Hagerstown, MD: Review and Herald, 2003. 159 páginas.

_______. Everlasting Gospel, Ever-changing World: Introducing Jesus to a Skeptical Generation. Boise, ID: Pacific Press, 2008. 190 páginas.

RODRÍGUEZ, Ángel Manuel. Future Glory: The Eight Greatest End-Time Prophecies in the Bible. Hagerstown, MD: Review and Herald, 2002. 152 páginas.

3 obras de referência (para pesquisar e consultar)

Bíblia de Estudo Andrews. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015.

DEDEREN, Raoul (Ed.). Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2011.

FORTIN, Denis; MOON, Jerry (Orgs.). Enciclopédia de Ellen G. White. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, a ser publicado.

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Cristão: adjetivo ou substantivo? https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/cristao-adjetivo-ou-substantivo/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/cristao-adjetivo-ou-substantivo/#comments Sat, 16 Aug 2014 20:00:00 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/2013/01/cristao-adjetivo-ou-substantivo/ É perigoso rotular determinadas coisas de “cristãs”. A palavra cristão aparece pela primeira vez na Bíblia como substantivo [Atos 11:26; 26:28; 1 Pedro 4:16]. Os primeiros seguidores de Jesus foram chamados de cristãos porque haviam-se dedicado a viver da mesma maneira que o Messias, e que eles criam ser Jesus. …

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É perigoso rotular determinadas coisas de “cristãs”. A palavra cristão aparece pela primeira vez na Bíblia como substantivo [Atos 11:26; 26:28; 1 Pedro 4:16]. Os primeiros seguidores de Jesus foram chamados de cristãos porque haviam-se dedicado a viver da mesma maneira que o Messias, e que eles criam ser Jesus.

Substantivo. Um indivíduo. Um indivíduo que segue Jesus. Uma pessoa que vive em sintonia com a realidade suprema. Deus. Uma forma de vida que gira em torno de uma pessoa viva.

O problema de transformar o substantivo em adjetivo e em seguida associá-lo a palavras é que podem criar-se categorias que limitem a verdade. Veja o que quero dizer.

Determinada coisa pode ser rotulada de cristã e não ser verdadeira nem boa. Eu estava falando numa conferência de pastores alguns anos atrás e um pastor muito conhecido falaria depois de mim. Pensei em ficar no auditório quando tivesse terminado minha palestra porque eu queria ouvir o que ele diria. Foi chocante. Ele disse a uma sala cheia basicamente de pastores que, se a igreja deles não estava crescendo, se eles não eram felizes o tempo inteiro e se não eram saudáveis nem bem-sucedidos, era porque provavelmente não foram “chamados e escolhidos por Deus” para serem pastores. Não consigo imaginar como essa mensagem chegou ao coração e à mente daqueles pastores ouvintes. Não conseguia entender como ele fez que aqueles versículos dissessem aquilo. E era um pastor cristão falando numa igreja cristã a outros pastores cristãos. Aquilo, porém, não era verdade.

Isso ocorre em todos os campos. É possível uma música ser qualificada de cristã e ser uma música horrível. Podem faltar-lhe criatividade e inspiração. A letra pode não passar de clichês reciclados. Aquele conjunto “cristão” pode na verdade dar má fama a Jesus por não ser uma boa banda. É possível um filme ser um filme “cristão” e ser horrível. Pode, na verdade, profanar aquela arte com o roteiro e a produção. Não é só porque um livro é cristão, de um autor cristão e comprado numa livraria cristã que seja um livro todo verdadeiro e bom ou belo. […]

“Cristão” é um excelente substantivo, mas como adjetivo é muito pobre. […]

Trabalhar “para Deus”

Entendo que ser cristão é fazer seja o que for com muita paixão e dedicação. Nós nos dedicamos a nosso trabalho porque tudo é sagrado. Adoro o jeito de Paulo dizer isso em Colossenses: “Tudo o que fizerem, seja em palavra ou em ação, falam-no em nosso do Senhor Jesus…” (Colossenses 3:17). O apóstolo está ensinando aqueles crentes a viver como cristãos, e assim tudo quanto eles fizerem será trabalho sagrado, santo. A música já é adoração. A música é louvor. A música é sagrada. A música é boa. A criação não precisa de nenhum rótulo para ser sagrada ou aceitável, ou abençoada. Quando Deus fez o mundo, Deus chamou tudo de “bom” [Gênesis 1:31]. Claro, sem dúvida, qualquer coisa pode ser corrompida e profanada e pode ser usada com finalidades diferentes das que Deus pretende, mas fazer música é sagrado. Paulo diz isso assim: “Pois tudo que Deus criou é bom…” (1 Timóteo 4:4). […]

É por isso que é impossível ao cristão ter um trabalho secular. Se seguimos Jesus e fazemos o que fazemos em Seu nome, esse trabalho deixa de ser secular, é sagrado. Estamos nele, Deus está nele. A diferença é nossa consciência. […]

Um dia desses, alguém me perguntou o motivo de nossa igreja não apoiar as artes. Isso porque não temos dramatizações nem peças nos cultos. Eu atinei com a pergunta. Como quase todas as perguntas, ela remete à criação. Não creio que algo tenha de estar num culto da igreja para ser feito “para Deus”. Como se a única manifestação artística feita “para Deus” fosse a que se realiza num culto da igreja.

Igreja é uma comunidade de pessoas que estão aprendendo a ser o tipo de gente que, não importa onde se encontre, pode fazer o que quer que seja “no nome do Senhor Jesus”. O objetivo não é trazer o trabalho de cada um para dentro da igreja; o objetivo é que a igreja seja esse tipo singular de pessoas que transformam o lugar onde vivem, trabalham e se divertem, porque elas sabem que toda a Terra está cheia da kavod [glória] de Deus [Isaías 6:3]. Deus não Se limita a um prédio construído por homens. Fazer coisas para Deus é o que ocorre o tempo todo, em todo lugar. Se você é ator, o objetivo não é que você faça seu trabalho num edifício da igreja, no culto. Por favor, vá a qualquer lugar no mundo onde as pessoas encenem e faça isso bem. Muito bem. Empenhe-se em sua arte e dê tudo a ela.

Como se vê, os rótulos acabam não dando certo, não importa quanto sejam úteis de vez em quando, porque a vida de Jesus é tão somente esta: uma vida vivida por gente que a orientou toda segundo o propósito de ser fiel aos ensinos de Jesus.

– Rob Bell, Repintando a igreja: uma visão contemporânea (São Paulo: Editora Vida, 2008), p. 99-102.

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Mais alguma pergunta? https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/mais-alguma-pergunta/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/mais-alguma-pergunta/#comments Mon, 04 Aug 2014 16:40:49 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2087 – Quem são vocês?– Somos seguidores de Jesus Cristo. – Então vocês são cristãos, como dizem por aí?– Isso.– Onde estão seus sacerdotes? – Não temos sacerdotes. – Mas todas as religiões têm seus homens sagrados. – Isso nós temos. – “Isso” o quê? – Homens sagrados. – Quantos são?– Não fazemos a menor ideia.– Como assim? …

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– Quem são vocês?
– Somos seguidores de Jesus Cristo. 
– Então vocês são cristãos, como dizem por aí?
– Isso.
– Onde estão seus sacerdotes? 
– Não temos sacerdotes. 
– Mas todas as religiões têm seus homens sagrados. 
– Isso nós temos. 
– “Isso” o quê? 
– Homens sagrados. 
– Quantos são?
– Não fazemos a menor ideia.
– Como assim? Onde eles estão? 
– Espalhados pelo mundo. 
– Onde, por exemplo?
– Aqui. 
– “Aqui” onde? 
– Nós.
– “Nós” quem? Vocês?
– Isso.
– Ah, tá bom!
– …
– Quer dizer que vocês são os homens sagrados da religião de vocês.
– Não, não somos os homens sagrados da nossa religião. Somos apenas homens sagrados.
– Então vocês são sacerdotes? 
– Mais ou menos.
– Mais ou menos como?
– Somos sacerdotes, mas não como você está pensando. 
– E como eu estou pensando? 
– Você está pensando que somos autoridades religiosas. 
– E não são? 
– Não.
– Por quê? Vocês são contra as autoridades?
– Não.
– Mas acabaram de dizer que não têm autoridades religiosas. 
– Não, não foi isso o que dissemos. Você entendeu errado. 
– Então o que é que vocês estão dizendo?
– Estamos dizendo que não somos autoridades religiosas. 
– Mas são sacerdotes.
– Sim.
– Não estou entendendo.
– Não, não está.
– Então expliquem.
– Todos os seguidores de Jesus Cristo são sacerdotes. 
– E quem é o maior entre vocês? 
– Jesus Cristo.
– Mas ele está morto. 
– Não, está vivo.
– “Vivo” como?
– Vivo, oras.
– Como “vivo, oras”?
– Vivo em nós, no meio de nós, sobre nós, exatamente aqui e agora.
– Aqui?
– Também.
– Em todo lugar?
– Isso. 
– Somente Deus está em todo lugar. 
– Então… 
– Como assim? Vocês pensam que ele é Deus? 
– Sim.
– Então vocês não são apenas seguidores de Jesus Cristo. Na verdade, são adoradores de Jesus Cristo.
– Isso.
– E onde fica o templo de vocês?
– Não temos templo.
– Como não têm templo?
– Não precisamos de templo.
– Por que não?
– Precisávamos de templo quando oferecíamos sacrifícios a Deus. 
– E vocês não prestam mais culto ao seu deus? 
– Daquele jeito, não.
– Que jeito?
– Sacrificando animais.
– E por que vocês não sacrificam mais ao seu deus?
– Nós sacrificamos.
– Mas acabaram de dizer que não oferecem mais sacrifícios de animais.
– Isso.
– “Isso” o quê?
– Não sacrificamos mais animais.
– E por que não?
– Porque não é mais necessário.
– E por que não é mais necessário?
– Porque Jesus Cristo é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
– Então vocês não precisam mais prestar culto ao seu deus?
– Você ainda não entendeu.
– Então expliquem!
– Não precisamos mais ir ao templo oferecer sacrifícios de animais. Mas isso não significa que não prestamos culto ao nosso Deus. 
– E que tipo de sacrifício vocês oferecem ao deus de vocês?
– Nós mesmos.
– Como assim?
– A nossa vida toda é um sacrifício a Deus.
– Como assim?
– Tudo o que fazemos, fazemos para a glória do nosso Deus.
– “Tudo” o quê?
– Tudo. A vida toda é um culto a Deus.
– Tudo, tudo?
– Pelo menos é o que tentamos.
– Mas há uma coisa especial que vocês fazem como um ato de adoração ao seu deus? 
– Sim e não.
– Como assim?
– Não, porque, como dissemos, tudo o que fazemos é ato de adoração. Porque na verdade não é o que fazemos ou deixamos de fazer que é o ato de adoração, mas nós mesmos, isto é, a nossa vida em si. 
– Como assim?
– Você não ouviu a gente dizer que somos seguidores de Jesus Cristo?
– Sim. E daí?
– Daí que seguimos os passos dele. E se ele morreu, também morremos. E se ele ressuscitou pelo poder de Deus, nós também ressuscitamos. E agora não vivemos mais para nós mesmos, mas para o nosso Deus, que nos deu vida.
– Acho que estou entendendo.
– Mesmo?
– Sim. Vocês não têm sacerdotes, não têm templo, não oferecem sacrifícios de animais.
– Isso.
– Mas vocês têm uma coisa especial que fazem como ato de adoração ao seu deus?
– Sim e não.
– Já entendi a parte do “não”. Vocês não têm uma coisa especial porque tudo o que fazem é adoração. Na verdade, vocês mesmos são o ato de adoração, porque agora vivem para o deus de vocês.
– Isso.
– Mas e a parte do “sim”?
– A parte do “sim” é que temos, sim, uma coisa especial que fazemos para o nosso Deus.
– O quê? 
– Cuidamos das pessoas.
– Quais pessoas?
– Aquelas de quem somos próximos.
– Como assim? Quem são elas?
– Todas as que cruzam o nosso caminho.
– Eu, por exemplo?
– Sim, você.
– Mas, como assim, cuidam das pessoas como ato de adoração? Então vocês adoram as pessoas?
– Não, não é isso. É que vemos Jesus Cristo nas pessoas, especialmente naquelas que estão sofrendo, nas que têm fome, sede, estão presas, doentes, por exemplo. 
– Acho que está ficando mais claro…
– Que bom que está entendendo.
– Deixa eu ver se entendi.
– Fala.
– Vocês não têm templo porque não precisam mais fazer sacrifícios, e por isso não precisam mais ir ao templo. 
– Isso.
– Pelo mesmo motivo não têm sacerdotes, pois não precisam mais de pessoas que façam os sacrifícios por vocês, já que vocês, isto é, a vida de vocês é que é o sacrifício. 
– Muito bem.
– De fato, tudo o que vocês fazem é para o deus de vocês, especialmente cuidar das pessoas que precisam.
– Isso.
– Tenho mais uma pergunta.
– Pois não.
– Qual é o dia sagrado de vocês?
– Também não temos.
– Vai dizer que vocês vivem desse jeito todos os dias?
– Nossos antepassados tinham um dia sagrado: o sábado. Mas isso era no tempo quando precisávamos ir ao templo levar os animais para que os nossos sacerdotes fizessem os sacrifícios. [Nesse ponto discordo em parte, mas há muita verdade até mesmo aqui. Esse assunto precisa ser discutido em outro momento.] Agora que nos entregamos ao nosso Deus como sacrifício vivo, o verdadeiro ato de adoração é viver para ele.
– E como é que vocês vivem para Deus? 
– Vivendo para o próximo. 
– Então todos os dias são sagrados para vocês?
– Isso.
– Essas coisas que vocês disseram têm um nome? 
– Explique melhor.
– Isso aí é o que chamam de Cristianismo?
– Não. 
– Mas o Cristianismo não é a religião de Jesus Cristo?
– Não.
– Como não?
– Cristianismo é a religião de Constantino.
– O imperador romano?
– Isso.
– Por quê?
– Porque foi Constantino quem começou a montar de novo tudo o que Jesus Cristo havia desmontado.
– Como assim?
– Jesus ensinou que não precisamos mais de templos, sacerdotes, sacrifícios e dias sagrados. Ensinou que Deus é espírito e importa que os que o adoram, o adorem em espírito e em verdade.
– Isso é o que vocês dizem que é fazer da própria vida um ato de adoração? 
– Isso mesmo.
– E o tal do Constantino?
– Então: foi ele quem começou a construir templos dedicados a Deus, oficializou um dia da semana para os cultos, inventou que prestar culto a Deus é uma coisa que se faz nos templos, nomeou sacerdotes, e começou essa confusão que você está vendo. 
– Então isso que vocês explicaram não tem nome?
– Tem.
– E qual é?
– Evangelho. 
– Ah, já ouvi falar, mas pensava que era a mesma coisa que Cristianismo.
– Mas não é.
– Sei.
– …
– Mas tem mais uma coisa que não estou entendendo.
– O que é?
– Só mais uma pergunta.
– Pode fazer.
– Por que é que inauguraram um Templo de Salomão em São Paulo? 
– Não sabemos.
– Mas eles também não são seguidores de Jesus Cristo?
– Também não sabemos, pergunte para eles.

Ed René Kivitz é pastor da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo. É mestre em ciências da religião e autor de, entre outros, “O Livro Mais Mal-Humorado da Bíblia”.

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Água fria ou quente versus água morna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/agua-fria-ou-quente-versus-agua-morna/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/agua-fria-ou-quente-versus-agua-morna/#comments Sun, 03 Aug 2014 17:42:48 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2026 Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da Minha boca (Ap 3:15-16, NVI). A cidade de Laodiceia não tinha abastecimento de água próprio. …

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As fontes terapêuticas de Hierápolis
As fontes terapêuticas de Hierápolis

Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da Minha boca (Ap 3:15-16, NVI).

A cidade de Laodiceia não tinha abastecimento de água próprio. A água precisava ser canalizada de duas fontes: ou das frias montanhas de Colossos ou das terapêuticas fontes de águas quentes de Hierápolis. Quando essas duas fontes chegavam à cidade, diferente do havia sido planejado, a água na cidade estava morna.

Cristo disse à igreja de Laodiceia que preferia que as águas “fossem frias ou quentes”. Em outras palavras, a água que chegava a Laodiceia não estava quente, como as águas medicinais/curativas/quentes de Hierápolis, nem muito menos eram refrescantes como águas puras/frias/refrigerantes das montanhas de Colossos. Elas eram um meio termo e nauseante!

Ambas as expressões, “águas quentes” e “águas frias”, são metáforas positivas no mundo antigo. A palavra para água fria é psuchros. Jesus disse certa vez: “E se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria (psuchros) a um destes pequeninos, porque ele é Meu discípulo, Eu lhes asseguro que não perderá a sua recompensa” (Mt 10:42). “Água fria”, no mundo antigo, traz a noção de “refresco” e “refrigério”, coisa muito bem vinda num Oriente Médio árido!

A ideia parece ser que, por um lado, a igreja de Laodiceia não fornecia nenhum “refresco” para o espiritualmente cansado (água fria), nem, por outro lado, cura para os espiritualmente enfermos (água quente). Ela estava apenas “morna” (em grego, mello), cuidando apenas em conseguir riquezas (v. 17), achando que tem de tudo, mas sem comprar ao Senhor Jesus Cristo o ouro, o colírio e as roupas brancas (v. 18).

Assim, diferentemente do que costumamos pensar, a igreja de Laodiceia não é julgada por sua ‘falta de entusiasmo espiritual’, mas por sua indiferença em ter deixado Cristo do lado de fora (Ap 3:20). O problema era a esterilidade e ignorância de suas obras (Ap 3:17b), não uma certa temperatura espiritual ‘do meio’.

Em outras palavras, a questão em Laodiceia não era exatamente que Deus preferiria o incrédulo ou o crente fervoroso ou o crente nominal. O que Deus queria era que a igreja de Laodiceia (1) ou agisse como refrigério para o cansado ou (2) como curativo para o enfermo e não, como acontecia, se satisfizesse em si mesma, deixa Cristo de fora e se orgulhasse dos seus feitos! Em suma, o problema era uma autossuficiência em ter deixado Jesus de fora – ao mesmo tempo em que arrogava para si uma falsa riqueza, ou melhor, uma riqueza ilusória!

Como cristãos, temos muito a aprender da advertência dada a Laodiceia. Afinal, a promessa é:

Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em Meu trono, assim como Eu também venci e sentei-Me com meu Pai em Seu trono (Ap 3:20-21).

Referências
BAUER, Bruce. Dangerous Words: A Review of Crazy Love by Francis Chan. Journal of the Grace Evangelical Society. Disponível aqui.

BLOMBERG, Craig. Questões cruciais do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

BÍBLIA de estudo NVI. São Paulo: Editora Vida, 2008.

RUDWICK, M. J. S.; GREEN, E. M. B., The Laodicean Lukewarmness, The Expository Times, v. 59, n. 6 (março de 1958): 177.

(Bruno Ribeiro)

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Cristianismo abstrato https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/cristianismo-abstrato/ Tue, 22 Jul 2014 10:00:43 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=982 Abstrato: adjetivo; que não se prende à representação da realidade tangível. Em outras palavras: abstrato é aquilo que não se pega, não se vê, e não tem cheiro nem gosto. 1. Cristianismo abstrato é aquele de quem acredita nas realidades espirituais mas não interage com elas. Por exemplo, acreditar em …

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Abstrato: adjetivo; que não se prende à representação da realidade tangível. Em outras palavras: abstrato é aquilo que não se pega, não se vê, e não tem cheiro nem gosto.

1. Cristianismo abstrato é aquele de quem acredita nas realidades espirituais mas não interage com elas. Por exemplo, acreditar em Deus pode ser o mesmo que acreditar na existência de Barak Obama sem nunca ter apertado sua mão, ou na existência da Austrália e no Amazonas sem nunca ter visitado o país ou navegado as águas do rio. Isto é, “acreditar na existência de” é diferente de “se relacionar com”. Quem acredita na existência de Deus, mas não se deixa afetar por Ele, não tem vantagem alguma sobre o diabo, que também acredita que Deus existe (Tiago 2.19).

2. Cristianismo abstrato é aquele baseado em ritualismo litúrgico, sem afeto: “Esse povo faz um grande show, dizendo as coisas certas, mas o coração deles não está nem aí para o que dizem. Fazem de conta que me adoram, mas é tudo encenação”, reclama Deus pela boca do profeta Isaías (29.13, A Mensagem) – espiritualidade sem lágrimas, culto sem paixão, devoção mecânica, rituais automatizados e bailado de bonecos.

3. Cristianismo abstrato é aquele onde as convicções doutrinais têm primazia sobre a prática da generosidade. A experiência de fé dogmática arrebata o fiel para o mundo das ideias, onde não existe corpo, carne e sangue, não existem pessoas, apenas grandes cérebros sem qualquer capacidade de amar. Gasta-se muito tempo discutindo se o teísmo é aberto ou fechado, e, conclusões feitas, surgem os julgamentos e as agressões pessoais que negligenciam a generosidade, a fraternidade, e a mínima educação e o respeito que devemos uns aos outros, todos esquecidos de que “o conhecimento traz orgulho, mas o amor edifica”, ou que “o coração humilde pode nos ajudar muito mais do que a mente orgulhosa” (1 Coríntios 8.1, A Mensagem).

4. Cristianismo abstrato é aquele que supervaloriza o moralismo em detrimento do engajamento social. O conceito de vida piedosa fica restrito aos pecados íntimos, notadamente relacionados com sexo, considerando os pecados estruturais e sociais, como a pobreza, a injustiça e a corrupção, coisa de menor importância. Os moralistas se escandalizam mais facilmente com homossexuais andando de mãos dadas na Avenida Paulista do que com mendigos embriagados estirados nas calçadas.

5. Cristianismo abstrato é aquele que proclama a expectativa do céu sem a consequente convocação para a responsabilidade histórica. A utopia do reino de Deus, que deveria ser inspiração para o cuidado da criação de Deus, é transformada em argumento de fuga escatológica: “Já que o mundo vai acabar mesmo, e vamos para o novo céu e a nova terra, que se dane o leontopithecus rosalia [mico-leão-dourado]”.

6. Cristianismo abstrato é aquele que se relaciona com o mundo dos espíritos sem a contrapartida da participação no mundo dos homens. Meu amigo tinha uma carranca do folclore peruano em seu gabinete pastoral. Alguém entrou na sala e disse que aquilo era coisa do diabo e deveria ser destruída. O pastor perguntou: “Em quem você votou na última eleição?”. Após a resposta, meu amigo concluiu: “Não adianta nada amarrar o diabo nas religiões celestiais e deixá-lo solto aqui em baixo”. Risos.

7. Cristianismo abstrato é aquele onde a religião está separada da vida. O mundo é dividido entre religioso e secular: de um lado ficam os santos redimidos pelo sangue do Cordeiro e do outro os pagãos que marcham céleres para o inferno. A igreja deixa de ser sal da terra e passa a ser “sal no saleiro”.

8. Cristianismo abstrato é aquele que se sustenta em clichês a respeito de como a vida deve ser sem a coragem para encarar a vida como ela é. O elevado padrão ético do evangelho não pode desconsiderar a realidade concreta das pessoas e das comunidades cristãs, que convivem com pedófilos, corruptos, abusadores, gente dissimulada e mal caráter de todo tipo e práticas imorais de toda sorte. Quem proclama o evangelho não pode brincar de “tapar o sol com a peneira”.

9. Cristianismo abstrato é aquele fundamentado no “eu” sem “nós”. Tem gente que confunde pessoalidade (“O Senhor é o meu pastor”) com individualismo (“O pão é nosso, não apenas meu”). O privatismo egocêntrico prevalece sobre a comunhão solidária, e todo mundo tenta se relacionar com Deus enquanto olha apenas para o próprio umbigo.

10. Cristianismo abstrato é aquele onde a religião é à la carte, sem sujeição à autoridade da revelação de Deus, que conhecemos como Bíblia. Quando cada um escolhe o que crer, de acordo com sua própria lógica e suposto bom senso, a mensagem cristã acaba sendo transformada num mix barato de folclore popular, filosofia em gotas, misticismo pagão e autoajuda espiritualista.

11. Cristianismo abstrato é aquele onde prevalecem as questões de foro íntimo sem satisfações comunitárias. Uma fé sem dimensões públicas, com ênfase exagerada em privacidade e preservação da intimidade, negligencia o fato de que “somos membros uns dos outros, e quando um membro do corpo sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele” (1 Coríntios 12.26).

12. Cristianismo abstrato é aquele onde existe carisma sem caráter. Muita profecia, muito exorcismo em nome de Jesus, sem submissão à vontade de Deus. Muita língua estranha que nem mesmo o Espírito Santo entende. No dia do juízo, muita gente cheia de carismas vai se espantar quando ouvir Jesus dizer: “Tudo o que vocês fizeram foi me usar para virar celebridades. Fora daqui” (Mateus 7.23, A Mensagem).

13. Cristianismo abstrato é aquele que tem um Deus de invocação e outros muitos de devoção. Tem muita gente que invoca o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo em suas orações, mas toma decisões no dia a dia e organiza a vida ao redor do dinheiro, da família, de um romance, da carreira profissional ou de qualquer outra pseudo sutil divindade idolátrica.

14. Cristianismo abstrato é aquele de quem ora: “Vem nós tudo, ao vosso reino nada” (ser servido versus servir). As pessoas ouviram que “Jesus Cristo é o Senhor” e acreditaram que nesse caso Ele pode fazer tudo por elas, em vez de concluírem o óbvio, a saber, que elas devem fazer tudo por Jesus.

15. Cristianismo abstrato é aquele que se contenta com “amor” a Deus sem amor ao próximo, esquecido de que “ver a face do irmão é como contemplar a face de Deus” (Gênesis 33.10), ou quem sabe, que a única maneira de contemplar a face de Deus é contemplando a face do irmão, pois para enxergar o Deus que não se vê, é preciso enxergar o irmão que está bem diante dos olhos (1 João 4.20).

Ed René Kivitz, mestre em Ciências da Religião, é pastor da Igreja Batista de Água Branca, São Paulo. Ele desenvolveu a série Talmidim, formada por vídeos curtos com reflexões bíblicas. Retirado da sua página no Facebook.

Assista à pregação desse tema no YouTube.

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Verdadeiro e falso reavivamento https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/verdadeiro-e-falso-reavivamento/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/verdadeiro-e-falso-reavivamento/#comments Sat, 19 Jul 2014 10:00:00 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/2013/02/verdadeiro-e-falso-reavivamento/ Para mim, a questão central do reavivamento é esta: o verdadeiro reavivamento nos leva a ter maior consciência de nossos defeitos de caráter, enquanto o falso reavivamento nos faz orgulhosos de nossas conquistas e de quem nos tornamos. Em todas as descrições de reavivamentos feitas por Ellen White, as pessoas …

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Para mim, a questão central do reavivamento é esta: o verdadeiro reavivamento nos leva a ter maior consciência de nossos defeitos de caráter, enquanto o falso reavivamento nos faz orgulhosos de nossas conquistas e de quem nos tornamos. Em todas as descrições de reavivamentos feitas por Ellen White, as pessoas estavam confessando seus pecados uns aos outros, em vez de criticando uns aos outros. – Jon Paulien, Ph.D., diretor da Faculdade de Teologia da Universidade de Loma Linda.

Vi que a mente de alguns na igreja não tem andado no devido rumo. Tem havido alguns temperamentos peculiares, que desenvolvem ideias próprias pelas quais julgam os irmãos. E se alguém não estava exatamente em harmonia com eles, havia imediatamente perturbação. Alguns têm coado um mosquito e engolido um camelo (Mateus 23:24).

Essas ideias têm sido nutridas e com elas alguns têm condescendido por longo tempo. Apegam-se a qualquer palha, por assim dizer. E quando não há dificuldades reais na igreja, fabricam-se provações. A mente da igreja e os servos do Senhor são desviados de Deus, da verdade e do Céu, para se fixarem nas trevas. Satanás se agrada em que essas coisas prossigam; isso é uma festa para ele. Contudo, não é isso que purificará a igreja e que, no fim, aumentará a resistência do povo de Deus.

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Vi que alguns estão definhando espiritualmente. Têm vivido por algum tempo a observar se seus irmãos andam retamente — observando cada falta, para então criar confusão. E enquanto fazem isso, a mente deles não está em Deus, nem no Céu ou na verdade; mas simplesmente onde Satanás quer que esteja — nos outros. A própria alma é negligenciada; raramente essas pessoas veem ou sentem as próprias faltas, pois têm muito a fazer em vigiar as faltas dos demais, sem sequer olhar para si mesmos ou examinar o próprio coração. O vestido, o chapéu ou o avental lhes prendem a atenção. Precisam falar a este e àquele, e isso basta para ocupá-los por semanas. Vi que toda a religião de algumas pobres almas consiste em observar a roupa e as ações dos outros, e em criticá-los. A menos que se reformem, não haverá no Céu lugar para elas, pois achariam defeitos no próprio Senhor. 

Disse o anjo: “É uma obra individual o ser íntegro para com Deus”. A obra é entre Deus e nós mesmos. Mas quando as pessoas têm tanto cuidado com as faltas dos outros, não cuidam de si mesmas. Essas pessoas imaginativas, críticas, muitas vezes se curariam desse hábito, se elas se dirigissem diretamente à pessoa que pensam estar errada. Isso seria tão desagradável que abandonariam suas ideias, em vez de se dirigirem a elas. Mas é mais fácil deixar a língua trabalhar livremente acerca deste e daquele, quando o acusado não está presente. – Ellen White, Testemunhos para a igreja, v. 1, p. 145-146 (grifo nosso).

O Senhor não confiou a meus irmãos a obra que me deu para fazer. Alguns têm reclamado que minha maneira de dar reprovação em público leva outros a serem críticos, cortantes e severos. Se esses assumem a responsabilidade que Deus não depôs sobre eles; se desrespeitam as instruções que Ele seguidamente lhes deu através do humilde instrumento de Sua escolha, a fim de torná-los bondosos, pacientes e tolerantes, somente eles responderão pelos resultados. – Ellen White, Testemunhos para a igreja, v. 5, p. 20 (grifo nosso).

Veja também o post Mais santo, mais imperfeito.

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Mais santo, mais imperfeito https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/mais-santo-mais-imperfeito/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/mais-santo-mais-imperfeito/#comments Wed, 16 Jul 2014 20:00:00 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/2013/01/mais-santo-mais-imperfeito/ Ninguém que pretenda ser santo é realmente santo. […] Quanto mais se aproximam de Cristo, mais lamentam suas imperfeições em comparação com Ele, pois sua consciência se torna mais sensível, e percebem melhor o pecado, assim como Deus o percebe. – Ellen White, Reavivamento verdadeiro, p. 49 (grifo nosso). À medida que …

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Ninguém que pretenda ser santo é realmente santo. […] Quanto mais se aproximam de Cristo, mais lamentam suas imperfeições em comparação com Ele, pois sua consciência se torna mais sensível, e percebem melhor o pecado, assim como Deus o percebe. – Ellen White, Reavivamento verdadeiro, p. 49 (grifo nosso).

À medida que você avança na vida cristã, estará constantemente crescendo rumo à medida da estatura da plenitude de Cristo. Em sua experiência, você provará a largura e o comprimento, a profundidade e a altura do amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento. Você sentirá sua indignidade. Não terá nenhuma disposição de reivindicar perfeição de caráter, mas somente de exaltar a perfeição de seu Redentor. Quanto maior e mais rica for sua experiência no conhecimento de Jesus, mais humilde você será aos seus próprios olhos. Quanto menor você se sentir ao pé da cruz, mais clara e mais exaltada será sua concepção de seu Redentor. […]

Assim, quando o servo de Deus contempla a glória do Deus do Céu, tal como Ele é revelado à humanidade, e percebe, mesmo que em pequeno grau, a pureza do Santo de Israel, confessará intensamente a corrupção de sua alma, em vez de se orgulhar de sua santidade. […]

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Eu me assusto e me sinto indignada quando ouço um pobre e caído mortal exclamar: “Eu sou santo; estou sem pecado!”. Ninguém a quem Deus concedeu uma extraordinária visão de Sua grandeza e majestade jamais declarou algo semelhante. Ao contrário, eles se sentiam afundados na mais profunda humilhação da alma quando viam a pureza de Deus e, em contraste com ela, as imperfeições de sua própria vida e caráter. Apenas um raio da glória de Deus, um vislumbre da pureza de Cristo, penetrando na alma, torna cada mancha de corrupção dolorosamente distinta, e põe a descoberta a deformidade e os defeitos do caráter humano. Como pode alguém que é trazido perante o santo padrão da lei de Deus, a qual revela as intenções malignas, os desejos não santificados, a infidelidade do coração, a impureza dos lábios, e desnuda a vida – como pode tal pessoa ter qualquer pretensão de santidade? Seus atos de deslealdade ao quebrantar a lei de Deus, são expostos à sua vista, e seu espírito é quebrantado e afligido sob a perscrutadora influência do Espírito de Deus. Ele repugna a si mesmo, à medida que vê a grandeza, a majestade, a pureza e o imaculado caráter de Jesus Cristo.

Quando o Espírito de Cristo alcança o coração com seu maravilhoso poder renovador, há um senso de deficiência na alma, que leva à contrição de mente e a humilhação própria, em vez do orgulhoso alarde do que a pessoa tem alcançado ou feito. […]

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Quem foi tocado por Deus desse modo jamais se encobrirá com justiça própria ou com uma pretensa veste de santidade; mas detestará seu egoísmo, abominará seu egocentrismo, e buscará constantemente, por meio da justiça de Cristo, aquela pureza de coração que está em harmonia com a lei de Deus e o caráter de Cristo. – Ellen White, Review and Herald, 16 de outubro de 1888 (grifo nosso).

Enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: “Alcancei tudo completamente”. A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda. […] Quanto mais nos aproximarmos de Jesus, e quanto mais claramente distinguirmos a pureza de Seu caráter, tanto mais claro veremos a excessiva malignidade do pecado, e tanto menos nutriremos o desejo de nos exaltar. […] A cada passo para a frente em nossa experiência cristã, nosso arrependimento se aprofundará. Saberemos que nossa suficiência está em Cristo unicamente, e faremos nossa a confissão do apóstolo: “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Romanos 7:18). – Ellen White, Atos dos apóstolos, p. 314 (grifo nosso).

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Fé em campo https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/fe-em-campo/ Mon, 14 Jul 2014 13:06:38 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1901 #vaiBrasil Uma frase simples, cheia de significado, carregada de razão e emoção, revela a realidade de um ser humano indivisível. Mais do que isso, demonstra que a dicotomia razão versus emoção, presente no discurso religioso, é uma fabricação artificial. Enquanto separar o sacro do secular (veja o post anterior) se refere a algo externo …

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#vaiBrasil

Uma frase simples, cheia de significado, carregada de razão e emoção, revela a realidade de um ser humano indivisível. Mais do que isso, demonstra que a dicotomia razão versus emoção, presente no discurso religioso, é uma fabricação artificial. Enquanto separar o sacro do secular (veja o post anterior) se refere a algo externo ao ser humano, a suposta divisão entre pensar e sentir é interna.

Por todos os estádios, ruas e lares brasileiros é possível escutar os gritos de uma nação empolgada por um esporte. A essa nação se juntam gringos brancos, amarelos e negros com variados sotaques e costumes formando um caleidoscópio gigante, que exemplifica a diversidade humana reunida ao redor de uma paixão; o futebol.

No meio da Copa, descobrimos um laboratório perfeito para a compreensão de uma característica humana que é essencial para o desenvolvimento espiritual no século 21: a integralidade do ser humano.

De certa forma, parece que o cristianismo protestante conservador demonizou as emoções e se apegou a um tipo de espiritualidade intelectual ou racional, por vezes árida, com uma rigidez fossilizadora. Talvez isso tenha acontecido em função do objetivo nobre de se distanciar do desequilíbrio religioso extremista, natural ao ser humano, e das manifestações espiritualistas questionáveis de dentro e de fora do protestantismo.

Talvez, outra possível explicação seja a influência do pensamento moderno e sua proposta epistemológica de buscar o conhecimento da verdade de forma objetiva, tentando separar as pressuposições e paixões humanas que tendem a deturpar a compreensão dessa verdade.

Seja qual for a razão para tal cirurgia, o fato é que essa separação não pode ser determinada pelas ciências bíblicas nem pelas ciências humanas como áreas de estudo do texto e do contexto.

É possível que o texto bíblico mais popularmente usado para defender essa noção seja o de Romanos 12:1, em que aparece a expressão “culto racional”. O ponto é que a palavra grega utilizada nesse verso pode ser traduzida também como espiritual. É o que fazem algumas versões em português.

Refletindo a dicotomia grega do corpo e alma, essa herança acabou nos ensinando que, na espiritualidade, a emoção é má e desagrada a Deus, enquanto a razão é boa e nos coloca em conexão com o Criador. Por isso, em alguns contextos religiosos, as manifestações espontâneas de emoção, ainda que plenamente equilibradas e controladas racionalmente, são, na melhor das hipóteses olhadas com desconfiança, quando não recebem um nariz torto ou são banidas inteiramente.

O resultado é que pensando assim, o cristão se torna plástico, robotizado, duas caras, falso. Argumentar que a emoção pertence somente ao campo do futebol é projetar a imagem de um Deus sisudo, uma distorção criada pelos homens. Foi por causa dessa visão sobre Deus que, quando criança, ouvi frases do tipo: “a música que nos faz mexer do pescoço para baixo Deus não aprova”, ou como minha esposa ouvia em sua igreja em outra parte do país, “quando damos gargalhadas os anjos choram”. Ideias nessa linha levam os cristãos a viver uma espiritualidade engessada, sem graça, amedrontada, que os priva de integralidade e espontaneidade diante do Senhor.

Ao separar razão da emoção na espiritualidade, transformamos o homem em uma tangerina, que pode ser dividido em gomos. Com isso, geramos um cristão compartimentalizado e compartimentalizador; quando ele vai à escola exercita sua intelectualidade; quando lida com a família, acessa o gomo afetivo de sua personalidade. Assim, o ser humano é tratado como máquina no trabalho e pode chorar apenas no banheiro, longe da vista de todos, afinal, no trabalho as emoções não são bem-vindas. Claro! Se as emoções fossem permitidas no ambiente de trabalho, os funcionários teriam que ser tratados como gente, com respeito e dignidade, e isso pode afetar os lucros.

Nesse contexto, é comum encontrar pessoas que parecem ser cristãs durante as atividades religiosas, mas que no cotidiano da selva de pedra urbana utilizam-se das mesmas estratégias, regras e valores de qualquer humanista, voraz capitalista, secular ou ateu. Em suas relações afetivas e paixões, seu cristianismo também é miserável e a espiritualidade padece.

Fomos criados por Deus como um todo. Somos declarados “alma vivente” (Gn 2:7). O ser humano é integral e carrega em si toda a beleza e complexidade de suas dimensões cognitiva, com seu conhecimento, sabedoria e lógica; e afetiva, com seus sentimentos e definições estéticas. O urbano que caminha nos espaços públicos de nossas cidades, onde dividimos espaços comuns, é em si um universo complexo, que luta pelo equilíbrio de suas facetas, o que chamamos de sanidade.

Essa integralidade humana é retratada nas narrativas bíblicas. O medo e vergonha de Adão e Eva (Gn 3:10), o desespero do inconformado Jó (Jó 1:20, 21), o pavor e a angústia de Jacó (Gn 32:11, 24, 25), a explosão de alegria de Miriã (Êx 15:20), o desespero e amargura de Ana (1Sm 1:9, 10), a ira de Davi (2Sm 12:5), a frustração e tristeza profunda de Elias (1Rs 19:3-5) a raiva de Jonas (Jn 4:1), a decepção contida de José ao ouvir a notícia da gravidez de Maria (Mt 1:18-21), a euforia de Simeão e Ana ao segurar o bebê Jesus no dia de sua dedicação no templo (Lc 2:25-38), a impulsividade e preconceito de Pedro (Mt 26:51; 26:69-75Gl 2:11-14), o choro de Jesus (Jo 11:35).

Viver hoje o texto no contexto requer a liberdade de ser integral. De experimentar, sem medo, a submissão de todas as dimensões humanas ao controle e transformação do Espírito Santo. O “vai Brasil” que a Copa nos brinda, revela a maravilhosa complexidade confusa da humanidade de todos nós. Aí está nosso medo e esperança, força e fraqueza, amor e desafeto, confiança e dúvida, razão e emoção, diante de um cenário fútil, mas apaixonante.
O viver a espiritualidade não elimina nada do que somos. Ao contrário, toca e molda nossas dimensões, todas vividas para a glória dAquele que assim nos fez integralmente. NEle, somos todo, vivendo completa e intensamente tudo o que somos e em todas as nossas dimensões somos “tudo novo” de novo. Finalmente, o cristão integral pode soltar o grito da garganta: “Ah! Sou brasileiro e vivo com Deus, com muito orgulho, com muito amor!”

#vaiBrasil

Paulo Cândido. Retirado de Conexão 2.0.

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Mundo novo https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/mundo-novo/ Fri, 11 Jul 2014 12:29:47 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1896 Entender que a separação entre sagrado e secular é artificial, liberta e conforta Nos próximos meses, vou dedicar esta coluna para explicar como exercitar as disciplinas espirituais. Mas, antes de alguém refletir e vivenciar o texto no contexto, em sua plenitude, é preciso desfazer a separação artificial entre o que é sacro e …

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Entender que a separação entre sagrado e secular é artificial, liberta e conforta

Nos próximos meses, vou dedicar esta coluna para explicar como exercitar as disciplinas espirituais. Mas, antes de alguém refletir e vivenciar o texto no contexto, em sua plenitude, é preciso desfazer a separação artificial entre o que é sacro e secular.

Em termos gerais, o que chamamos hoje de secularismo nada mais é do que a exigência justa do ser humano de exercer seu direito de escolha dado por Deus, de inclusive não crer nEle. Nesse sentido, o secularismo foi, é, e será um grito genuíno de libertação.

Em sua essência, o secularismo exige a separação da religião e estado; fé e governo. O movimento secular apareceu no cenário mundial ocidental como uma reação ao uso da religião para fins de opressão. Uma reação contra a opressão daqueles que ousam cometer os “pecados” de pensar, duvidar e questionar. De fato, o secularismo não é, necessariamente, a rejeição a Deus, mas sim a homens e a instituições religiosas que não O representam dignamente.

O problema com a dicotomia entre sacro e secular é o risco de categorizar e compartimentalizar o mundo que nos cerca. Ao assumir essa visão, espaços, coisas, ações ou ideias passam a ser avaliados, assimilados ou rejeitados de acordo com essa falsa polarização.

O resultado é uma esquizofrenia cristã que nos força a viver diferentes papéis em diferentes contextos. O cristianismo contemporâneo por vezes abraça com força essa ideia, sem perceber que tal separação é perigosa e artificial. Perigosa porque exclui Deus de tudo o que é secular ou comum. Artificial porque não é natural, mas fabricado, por isso, postiço, fingido e dissimulado.

Ao defender essa postura, o cristianismo se torna o maior aliado do projeto secular de eliminar o Onipresente da esfera comum da existência humana, segregando Deus ao que é sacro. Dessa maneira, Deus fica preso ao texto e excluído do contexto.

Porém, aqueles que buscam viver o texto em sua essência e pureza reconhecerão que essa divisão artificial somente pode ser vencida por uma visão de mundo unificadora, que enxerga e se submete à soberania de Deus em todas as esferas da existência humana.

Crer nessa separação parece ser apenas o outro lado da moeda do secularismo que, em sua forma mais radical, tenta futilmente apagar os vestígios da assinatura de Deus em Sua obra criadora. O indivíduo espiritual no mundo contemporâneo não pode aceitar a polarização sacro versus secular, simplesmente porque são inexistentes os espaços ou coisas sobre os quais Deus não têm autoridade ou não Se faz presente.

Uma visão de mundo deturpada aprisiona Deus naquilo que consideramos religioso e sufoca o florescer de uma espiritualidade viva e vibrante, pronta para abraçar o encantamento divino que santifica tudo que Lhe convém. Aceitar essa dicotomia opressora é tentar inutilmente limitar o ilimitado; conter o que é livre; definir o que é indefinível; dominar o que é soberano; decretar o impossível.

O ser humano espiritual também é secular no sentido de não querer ser restringido do seu direito de viver com empolgação a graça de Deus. Ninguém me tirará o direito, a alegria e o prazer de viver a reconciliação com Deus e experimentar a “paz de Deus, que excede todo o entendimento…” (Fp 4:7).

Talvez, precisemos caminhar ao lado dos escritores bíblicos e viver com eles as coisas que chamamos de comum ou secular. Quem sabe assim compreendamos como é viver o contexto comum, como um ser humano comum, mas com uma visão extraordinariamente libertadora e confortadora de que Deus reina soberano sobre a unidade universal. Seu reino nunca será limitado por discurso humano ou vontade que decreta onde Ele pode, deve e vai existir, agir ou governar.

Caminhar com os discípulos retratados na Bíblia talvez nos salve de uma existência quase cristã ou quase espiritual. E nos ensine a ver a sacralidade do que é comum ou secular. Quem escreveu “quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31), aprendeu com Aquele que viveu o comum de maneira sagrada. Aquele que podia ser encontrado em festas comuns, comendo com pessoas comuns, sofrendo e sorrindo sagradamente no contexto secular humano.

Nele, o texto se reflete perfeitamente, soberano e majestoso. Não na categoria sacra, mas no tudo que está fazendo novo (Ap 21:5). Inclusive eu!

Paulo Cândido. Retirado de Conexão 2.0.

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Cartas de Ellen White https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/cartas-de-ellen-white/ Wed, 02 Jul 2014 13:38:18 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1821 “Querida irmã Lucinda: “[…] Grande parte da utilidade da minha vida se perdeu. Se Tiago [White] se houvesse retratado, seria diferente. Ele disse que não devemos procurar controlar um ao outro. Não reconheço tê-lo feito, mas ele sim, e muito mais. Nunca me senti como agora, acerca desse assunto. Não …

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“Querida irmã Lucinda:

“[…] Grande parte da utilidade da minha vida se perdeu. Se Tiago [White] se houvesse retratado, seria diferente. Ele disse que não devemos procurar controlar um ao outro. Não reconheço tê-lo feito, mas ele sim, e muito mais. Nunca me senti como agora, acerca desse assunto. Não posso ter confiança no discernimento de Tiago com referência ao meu dever. Ele parece querer mandar em mim como se eu fosse criança — diz que não devo vir para cá, que devo ir para o Leste, por receio quanto à influência da irmã Willis ou por medo de que eu vá para Petaluma, etc. Espero que Deus não me haja deixado a receber minhas incumbências através do meu marido [sarcasmo]. Ele me ensinará, se eu nEle confiar. […] Responderei ao Seu chamado e buscarei fazer Sua vontade.

“Afetuosamente.”

– Ellen G. White, carta a Lucinda Hall, 10 de maio de 1876.

“Querida irmã Lucinda:

“[…] Creio que meu esposo não deseja realmente a minha companhia. Ele se alegraria se eu estivesse presente às reuniões campais, mas tem algumas ideias a meu respeito, como já as expressou livremente, de que não me sinto feliz na sua companhia, e de fato nunca poderei, enquanto ele não encarar a questão de modo inteiramente diferente. […] Essas coisas existem, e não posso viver em harmonia com ele até que ele veja as coisas de maneira diferente. Não posso ser e não serei uma entrevada como tenho sido.”

– Ellen G. White, carta a Lucinda Hall, 12 de maio de 1876.

“Querida Lucinda:

“[…] Uma carta que recebi do meu esposo ontem à noite mostra que ele está preparado para mandar em mim e assumir posições mais irritantes do que nunca. Decidi não assistir a nenhuma reunião campal nesta temporada. Ficarei aqui e escreverei. Meu esposo pode trabalhar melhor sozinho. Tenho certeza de que eu posso. […]

“Acho que ele ficaria satisfeito se pudesse me controlar por completo, alma e corpo, mas isso ele não pode. Às vezes, acho que ele não é realmente um homem equilibrado, mas não sei. Que Deus me mostre, conduza e guie. A última carta dele me fez decidir categoricamente permanecer deste lado das montanhas. […]

“Espero que por ocasião da partida do meu esposo, ele não tenha levado a Deus consigo e nos deixado a andar à luz de nossos próprios olhos e com a sabedoria de nosso coração [isto é, levado Deus consigo e nos deixado sem Ele — sarcasmo].”

– Ellen G. White, carta a Lucinda Hall, 16 de maio de 1876.

“Querido esposo:

“[…] Aflige-me o fato de eu ter dito ou escrito algo que o afligisse. […] Posso não ver todas as coisas como você as vê, mas não creio que seria minha função ou dever tentar fazer com que você veja como vejo e sinta como sinto. […]

“Desejo que o eu se oculte em Jesus. Desejo que o eu seja crucificado. Não reivindico infalibilidade ou mesmo perfeição de caráter. Não estou isenta de erros e equívocos na minha vida. Se eu tivesse seguido meu Salvador mais de perto, não teria que lamentar tanto a minha dessemelhança com Sua preciosa imagem.”

– Ellen G. White, carta a Tiago White, 16 de maio de 1876.

“Querida irmã Lucinda:

“Lamento ter escrito essas cartas. Fossem quais fossem os meus sentimentos, eu não precisaria haver incomodado você com elas. Queime todas as minhas cartas, e não mais lhe relatarei questões que me deixam perplexa. […]

“Quando você partiu, sabia que não havia ninguém com quem eu pudesse conversar, por mais aflita que me sentisse; mas isso não é desculpa. Escrevi para Tiago uma carta de confissão.”

– Ellen G. White, carta a Lucinda Hall, 17 de maio de 1876.

“Antes da enfermidade, Tiago White era um líder dinâmico e vigoroso. Após seus derrames, porém, experimentou graves mudanças de personalidade. De tempos em tempos, parecia voltar à sua antiga maneira de ser, porém, com frequência, se mostrava desconfiado e exigente. Era essa a situação que Ellen White enfrentava na época em que escreveu as quatro cartas para Lucinda” (nota dos editores em Ellen G. White, Filhas de Deus, p. 265).

O conteúdo integral das cartas, bem como seu contexto histórico, estão em Ellen G. White, Filhas de Deus, p. 263-274.

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O problema do sofrimento https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/06/o-problema-do-sofrimento/ Tue, 24 Jun 2014 15:31:07 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1795 Se Deus é bom e todo-poderoso, como pode permitir o mal? Essa antiga questão é abordada na Revista Adventista de maio (p. 20-21), por Marina Garner Assis, mestranda em Filosofia da Religião na Trinity International University (EUA). Leia a matéria completa no site da Revista Adventista. Marina apresenta, de maneira acessível …

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Alvin Plantinga
Alvin Plantinga

Se Deus é bom e todo-poderoso, como pode permitir o mal?

Essa antiga questão é abordada na Revista Adventista de maio (p. 20-21), por Marina Garner Assis, mestranda em Filosofia da Religião na Trinity International University (EUA). Leia a matéria completa no site da Revista Adventista.

Marina apresenta, de maneira acessível e interessante, as contribuições do filósofo cristão Alvin Plantinga. Poucos sabem que, hoje, a maioria dos filósofos, tanto teístas como ateus, concorda que não existe nenhuma incompatibilidade lógica entre a existência de Deus e o mal. E esse (quase) consenso se deve especialmente ao trabalho de Plantinga. Confira as declarações de alguns filósofos:

Robert Adams (1995): “Penso que é justo dizer que Plantinga resolveu esse problema. Isto é, ele argumentou convincentemente pela consistência [de Deus e o mal]”.

William Alston (1996): “Agora há o reconhecimento por (quase) todas as partes de que o argumento lógico [do mal] está falido”.

Paul Draper (1996): “Argumentos lógicos do mal são uma espécie em extinção (extinta?)”.

Chad Meister (2009): “A maioria dos filósofos aceita a defesa do livre-arbítrio de Plantinga e, portanto, vê o problema lógico do mal como suficientemente refutado”.

O livro de Plantinga, citado por Marina, foi publicado em português como Deus, a liberdade e o mal (São Paulo: Vida Nova, 2012). Uma versão resumida do conteúdo desse livro é apresentada em William Lane Craig, Em guarda: defenda a fé cristã com razão e precisão (São Paulo: Vida Nova, 2011), p. 163-194.

Sobre a contribuição de Plantinga, veja também Rodrigo Rocha Silveira, “Deus e o mal: uma análise da resposta de Alvin Plantinga ao problema do mal” (monografia de graduação em Filosofia, Universidade de Brasília, 2011). As citações dos filósofos foram retiradas desse trabalho.

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