Bíblia Archives - Missão Pós-Moderna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/categorias/biblia/ cristianismo no mundo contemporâneo Sun, 18 Feb 2018 01:53:02 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.0.1 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/wp-content/uploads/2018/02/missaopm-alpha-ico-150x150.png Bíblia Archives - Missão Pós-Moderna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/categorias/biblia/ 32 32 É tudo sobre Ele https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2016/06/e-tudo-sobre-ele/ Mon, 06 Jun 2016 22:46:00 +0000 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/?p=2251 A primeira coisa que estava de trás para a frente parecia tão óbvio de percebermos que é até embaraçoso de admitir: falhei em compreender que a Bíblia é um livro sobre Deus. […] Talvez eu soubesse de fato que a Bíblia era um livro sobre Deus, mas não percebia que …

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A primeira coisa que estava de trás para a frente parecia tão óbvio de percebermos que é até embaraçoso de admitir: falhei em compreender que a Bíblia é um livro sobre Deus. […] Talvez eu soubesse de fato que a Bíblia era um livro sobre Deus, mas não percebia que não a estava lendo como se fosse.

Foi aqui que coloquei as coisas de trás para a frente: eu iniciava meu devocional fazendo as perguntas erradas. Eu lia a Bíblia perguntando: “Quem eu sou?” e “O que devo fazer?” E a Bíblia realmente respondeu a essas perguntas em alguns lugares. […] Mas as perguntas que eu estava fazendo revelaram que eu tinha uma sutil má interpretação em relação à própria natureza da Bíblia: eu acreditava que a Bíblia era um livro sobre mim.

Eu cria que deveria ler a Bíblia para ensinar a mim mesma sobre como viver e para ter a garantia de que eu era amada e perdoada. Eu acreditava que ela era um guia para a vida e que, em qualquer circunstância, alguém que realmente soubesse como ler e interpretá-la poderia encontrar uma passagem que oferecesse conforto ou orientação. Eu acreditava que o propósito da Bíblia era me ajudar. […]

Nós pensamos que se ela ao menos nos dissesse quem somos e o que devemos fazer, então nossas inseguranças, temores e dúvidas desapareceriam. Mas as nossas inseguranças, temores e dúvidas jamais podem ser banidas pelo conhecimento de quem nós somos. Eles só podem ser banidos pelo conhecimento do “Eu Sou”. Devemos ler e estudar a Bíblia com nossos ouvidos treinados para ouvir a declaração que Deus faz de Si mesmo.

Isso significa que a Bíblia não tem nada a dizer sobre quem nós somos? De modo nenhum. Nós apenas tentamos responder àquela pergunta de trás para a frente. A Bíblia realmente nos fala sobre quem somos e sobre o que devemos fazer, mas o faz através das lentes de quem é Deus. O conhecimento de Deus e o conhecimento do eu sempre andam de mãos dadas. De fato, não pode haver um conhecimento verdadeiro do eu desvinculado do conhecimento de Deus. Ele é o único ponto de referência que é confiável. Portanto, quando leio que Deus é longânimo, percebo que não sou longânima. Quando leio que Deus é tardio em Se irar, percebo que sou rápida em me irar. Quando leio que Deus é justo, percebo que sou injusta. Perceber quem Ele é me revela quem eu sou diante da verdadeira luz. Uma visão de um Deus elevado e exaltado revela o meu pecado e aumenta o meu amor por Ele. Tristeza e amor levam ao arrependimento genuíno, e eu começo a me conformar à imagem dAquele que contemplo.

Se eu ler a Bíblia procurando a mim mesma no texto antes de procurar por Deus, eu posso de fato aprender que não devo ser egoísta. Posso até tentar mais arduamente não ser egoísta. Entretanto, até que eu enxergue o meu egoísmo através das lentes do absoluto altruísmo de Deus, não compreenderei adequadamente a pecaminosidade disso. A Bíblia é um livro a respeito de Deus. Assim como Moisés aprenderia durante o Êxodo, quem Ele era não exerceu qualquer impacto no desfecho de sua situação. Quem Deus era fez toda a diferença. […]

Se a nossa leitura da Bíblia concentrar os nossos olhos em qualquer outra pessoa que não seja Deus, temos virado o processo de transformação de trás para a frente. Todo estudo da Bíblia que busca estabelecer a nossa identidade sem antes proclamar a identidade de Deus nos prestará uma ajuda parcial e limitada. Devemos desvirar o nosso hábito de perguntar “Quem eu sou?” Devemos perguntar primeiro: “O que esta passagem me ensina a respeito de Deus?”, antes de pedirmos para que ela nos ensine qualquer coisa acerca de nós mesmos. Devemos reconhecer que a Bíblia é um livro a respeito de Deus.

– Jen Wilkin, Mulheres da Palavra: Como estudar a Bíblia com nossa mente e coração (Fiel, 2015), p. 27-33 (grifo nosso).

Adquiria o livro neste site.

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22 livros adventistas para ler antes da volta de Jesus https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2016/04/22-livros-adventistas-para-ler-antes-da-volta-de-jesus/ Sat, 23 Apr 2016 22:36:39 +0000 https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/?p=2225 Com a ajuda de alguns amigos, preparei estas sugestões de livros publicados em português que considero extremamente relevantes para adventistas (não só pastores). Obviamente, não pretendemos fazer algo definitivo. Nem todos poderão concordar, principalmente com os materiais que ficaram de fora. Mas, com esta lista, queremos incentivá-lo a pensar em …

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Com a ajuda de alguns amigos, preparei estas sugestões de livros publicados em português que considero extremamente relevantes para adventistas (não só pastores). Obviamente, não pretendemos fazer algo definitivo. Nem todos poderão concordar, principalmente com os materiais que ficaram de fora. Mas, com esta lista, queremos incentivá-lo a pensar em obras que foram importantes em sua jornada cristã. Nada mais importante do que começar essa troca de materiais entre nós.

• Espiritualidade e vida devocional

DE BENEDICTO, Marcos. O Brilho da Vida: Experimente o poder de Deus em seu dia a dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008. 184 páginas.

MAXWELL, Randy. Se Meu Povo Orar. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. 176 páginas.

RICHARDS JR., H. M. S.; GUILD, Daniel R. Boas-novas Para Você – Meditações Diárias 2004. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. 377 páginas.

• Igreja e missão

BULLÓN, Alejandro. A Alegria de Testemunhar: Como falar de Jesus de maneira eficaz. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 104 páginas.

BURRILL, Russell. Como Reavivar a Igreja do Século 21: O poder transformador dos pequenos grupos. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005. 176 páginas.

_______. Discípulos Modernos: O desafio de Cristo para cada membro da igreja. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2006. 144 páginas.

GANE, Barry. O Caminho de Volta: Como reconquistar os jovens que abandonaram a igreja. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 112 páginas.

• Doutrinas bíblicas

GIBSON, L. James; RASI, Humberto M. (Orgs.). Mistérios da Criação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2013. 190 páginas.

HOLBROOK, Frank B. O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2002. 272 páginas.

Nisto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2008. 480 páginas.

• História e identidade adventista

KNIGHT, George R. Uma Igreja Mundial: Breve história dos adventistas do sétimo dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2000. 158 páginas.

_______. Em Busca de Identidade: O desenvolvimento das doutrinas adventistas do sétimo dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2005. 224 páginas.

_______. A Visão Apocalíptica e a Neutralização do Adventismo: Estamos apagando nossa relevância? Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2010. 112 páginas.

• Estudo e exposição da Bíblia

KNIGHT, George R. Caminhando com Jesus no Monte das Bem-aventuranças – Meditações Diárias 2001. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2001. 376 páginas.

PFANDL, Gerhard (Org.). Interpretando as Escrituras: Descubra o sentido dos textos mais difíceis da Bíblia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015. 384 páginas.

REID, George W. (Ed.). Compreendendo as Escrituras: Uma abordagem adventista. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2007. 363 páginas.

REIS, Emilson dos. Introdução Geral à Bíblia: Da revelação até os dias de hoje. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2016. 176 páginas.

• Evangelho e salvação

KNIGHT, George R. A Mensagem de 1888. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2003. 203 páginas.

_______. Pecado e Salvação: O que é ser perfeito aos olhos de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2016. 232 páginas.

LARONDELLE, Hans K. O que é Salvação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1998. 114 páginas (formato de bolso).

PAROSCHI, Wilson. Só Jesus: Porque em nenhum outro há salvação. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1997. 128 páginas.

VENDEN, Morris. 95 Teses Sobre Justificação Pela Fé. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1990. 290 páginas (formato de bolso).

Bônus: 4 livros em inglês

KNIGHT, George R. Reading Ellen White: How to Understand and Apply Her Writings. Hagerstown, MD: Review and Herald, 1997. 140 páginas.

PAULIEN, Jon. Meet God Again for the First Time. Hagerstown, MD: Review and Herald, 2003. 159 páginas.

_______. Everlasting Gospel, Ever-changing World: Introducing Jesus to a Skeptical Generation. Boise, ID: Pacific Press, 2008. 190 páginas.

RODRÍGUEZ, Ángel Manuel. Future Glory: The Eight Greatest End-Time Prophecies in the Bible. Hagerstown, MD: Review and Herald, 2002. 152 páginas.

3 obras de referência (para pesquisar e consultar)

Bíblia de Estudo Andrews. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2015.

DEDEREN, Raoul (Ed.). Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2011.

FORTIN, Denis; MOON, Jerry (Orgs.). Enciclopédia de Ellen G. White. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, a ser publicado.

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Templo de Macedo https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/templo-de-macedo/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/templo-de-macedo/#comments Thu, 14 Aug 2014 21:58:48 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2136 A construção de um novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo tem sido objeto de muita atenção. A obra multimilionária do bispo Edir Macedo criou uma monumental construção em um bairro tradicional paulista, sob suspeita de fraudes e irregularidades (veja aqui). O curioso é que …

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A construção de um novo templo da Igreja Universal do Reino de Deus em São Paulo tem sido objeto de muita atenção. A obra multimilionária do bispo Edir Macedo criou uma monumental construção em um bairro tradicional paulista, sob suspeita de fraudes e irregularidades (veja aqui). O curioso é que o templo é chamado de “Templo de Salomão” (veja aqui), o que remete a algumas ideias interessantes.

O templo de Salomão da Bíblia, assim como o templo de Macedo do Brás, não foi construído por uma iniciativa divina. Quando Davi revelou sua intenção de construir um templo, Deus respondeu que não tinha pedido a ninguém para Lhe construir uma casa suntuosa, já que Ele habitava na tenda do santuário desde o período do Êxodo no deserto (2Sm 7:5-7; 1Cr 17:4-6). Ainda assim, Deus aceita o templo, e determina que o filho de Davi, Salomão, iria construí-lo.

A valorização de imensos monumentos religiosos era comum nas religiões antigas, mas nunca foi um aspecto característico da religião bíblica. Apesar de o templo de Salomão ser incomparavelmente mais esplêndido do que o construído posteriormente por Zorobabel, que parecia “como nada aos vossos olhos”, a glória deste segundo templo é maior que a do primeiro, segundo o profeta Ageu, e ali Deus daria a Sua paz (Ag 2:3, 6-9). Mesmo esse templo sendo muito mais modesto, ainda foi admirado e exaltado pelos discípulos, atitude que não foi compartilhada por Jesus (Lc 21:5-6; Mc 13:1-2).

Curiosamente existe um outro elemento associado ao santuário. Quando Deus termina de descrever a Moisés cada parte do tabernáculo que deveria ser construído no deserto, uma última ordem é dada como conclusão das orientações divinas: a guarda do sábado como um “sinal” eterno (Êx 31:12-18). O sábado é estabelecido como um santuário construído no tempo (veja Abraham Joshua Heschel, O Schabat: seu significado para o homem moderno [São Paulo: Perspectiva, 2004]). Nos mitos pagãos da criação do mundo, quando os deuses terminam sua criação, um memorial é construído: uma árvore, uma montanha ou até uma cidade é consagrada. No mito babilônico da criação do mundo Enuma Elish, a criação termina na tábua 5 com um cântico de louvor a Marduk e a construção da cidade da Babilônia. Porém na narrativa bíblica a primeira coisa a ser consagrada, logo após a criação, é o tempo, um dia, o sábado (Gn 2:1-3).

No pensamento bíblico o tempo sagrado é superior ao espaço sagrado. A presença de Deus se manifesta em todo lugar (Is 6:3; Sl 139:7-10), mas não em todo tempo. O espaço não pode limitar a ação de Deus, mas há momentos de silêncio e momentos de grande manifestação divina (Sl 75:2; Ec 3:17; Is 42:13-15). Deus não exigiu que Israel tivesse diversos santuários espalhados pelo seu território, mas determinou diversos dias sagrados, que estavam ligados a eventos no tempo (Lv 23; Nm 28:16 – 29:40) – e apontavam para o passado e para o futuro. A ênfase de Deus é no tempo, e não no espaço. Quando perguntado sobre o local ideal de adoração, Jesus responde: “Vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (veja Jo 4:19-24). Mais importante que o local de adoração é o momento. Não é o local que dá significado ao tempo passado nele. É o tempo que dá significado ao local.

O Deus de Israel é o Deus da história, mais do que o Deus da geografia (veja Heschel, O Schabat). O espaço pode ser modificado pelo homem, comprado, destruído, restaurado. O tempo é domínio divino. Todo ser humano, rico, pobre, judeu, cristão, pagão, palestino, africano, todos têm o mesmo acesso ao tempo. Ninguém pode destruir ou possuir determinado dia. O tempo pertence a todos, e ao mesmo tempo a ninguém.

E de todos os homens Deus exige um tempo, um dia de consagração, o sábado (Êx 20:8-11; Is 56:1-3; Is 58:13-14). O sábado é um refúgio para o encontro com Deus ainda melhor do que o Templo. No templo de Salomão era proibido qualquer estrangeiro oficiar um serviço religioso (Lv 22:10), porém

Aos estrangeiros que se chegam ao Senhor […] todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a Minha aliança, também os levarei ao Meu santo monte […] porque a Minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos (Is 56:6-7).

O acesso ao templo de Salomão era proibido a qualquer pessoa mutilada ou com deficiência física (Lv 21:16-23). Mas é dito:

Aos eunucos [castrados] que guardam os Meus sábados […] darei na Minha casa e dentro dos Meus muros, um memorial e um nome melhor do que filhos e filhas […] que nunca se apagará (Is 56:4-5).

Isaías fala da construção do templo pelos homens com uma certa ironia:

Assim diz o Senhor: O céu é o Meu trono, e a terra, o estrado dos Meus pés; que casa Me edificareis vós? E qual é o lugar do Meu repouso? Porque a Minha mão fez todas estas coisas, e todas vieram a existir, diz o Senhor, mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da Minha palavra (Is 66:1-2).

A atenção divina está voltada para o coração humano, mais do que a templos e santuários. Quando Deus estabelece a construção do tabernáculo do deserto, a intenção dEle era a habitação com o homem. “E Me farão um santuário, e habitarei no meio deles” (Êxodo 25:8). É possível a leitura do hebraico veshakhanti betokhem (e habitarei no meio deles) como “E habitarei neles [dentro deles]”. Essa parece ser a interpretação de Paulo desse texto em 2 Coríntios 6:16. A qualidade do tempo que o homem dedica a Deus – seja qual for o lugar – é o que constrói o seu relacionamento com Ele. Espero que os seguidores de Macedo tenham bons momentos espirituais no templo que construíram, e nós também em nossas igrejas, casas, nas ruas, nos carros, em todo lugar. O momento de habitação de Deus com o homem – isso é o verdadeiro templo sagrado (Ap 21:22; 1C 3:16), maior e mais importante do que o templo de Salomão, de Zorobabel – e de Macedo.

(Rolnei Tavares)

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Templo = igreja, sacerdotes = pastores? https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/templo-igreja-sacerdotes-pastores/ Mon, 11 Aug 2014 10:20:01 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2107 Muitos cristãos acreditam que o santuário/templo do Antigo Testamento corresponde à ‘igreja’ (prédio) e que os sacerdotes israelitas correspondem aos pastores. No entanto, essa ideia é contrária aos ensinamentos do Novo Testamento. Por isso, ela é corretamente rejeitada pelas igrejas evangélicas em geral, inclusive a IASD. Acompanhe um resumo do que o Novo …

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Muitos cristãos acreditam que o santuário/templo do Antigo Testamento corresponde à ‘igreja’ (prédio) e que os sacerdotes israelitas correspondem aos pastores. No entanto, essa ideia é contrária aos ensinamentos do Novo Testamento. Por isso, ela é corretamente rejeitada pelas igrejas evangélicas em geral, inclusive a IASD. Acompanhe um resumo do que o Novo Testamento ensina sobre o assunto.

Santuário/templo

  • Na nova aliança, o santuário/templo físico desaparece

Todavia, o Altíssimo não habita em casas feitas por homens (At 7:48).

  • No Céu, há o santuário celestial (que já existia nos tempos do Antigo Testamento)

O mais importante do que estamos tratando é que temos um sumo sacerdote como esse [Jesus], o qual Se assentou à direita do trono da Majestade nos céus e serve no santuário, no verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem (Hb 8:1-2).

Pois Cristo não entrou em santuário feito por homens, uma simples representação do verdadeiro; Ele entrou nos céus, para agora Se apresentar diante de Deus em nosso favor (Hb 9:24).

  • Na Terra, o santuário/templo são os cristãos individuais e a comunidade cristã

Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? […] O santuário de Deus, que são vocês, é sagrado (1Co 3:16-17).

Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? (1Co 6:19).

Sacerdotes

  • Cristo é nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial

Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos (Hb 4:14).

Visto que vive para sempre, Jesus tem um sacerdócio permanente. […] É de um sumo sacerdote como este que precisávamos: santo, inculpável, puro, separado dos pecadores, exaltado acima dos céus (Hb 7:24, 26).

  • Todos os cristãos são sacerdotes

Vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo. […] Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas dAquele que os chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz (1Pe 2:4-5, 9).

Jesus Cristo […] nos constituiu reino e sacerdotes para servir a Seu Deus e Pai (Ap 1:5-6).

Tu és digno de receber o livro e de abrir os seus selos, pois foste morto, e com Teu sangue compraste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação. Tu os constituíste reino e sacerdotes para o nosso Deus, e eles reinarão sobre a Terra (Ap 5:10).

Felizes e santos os que participam da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles; serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com Ele durante mil anos (Ap 20:6).

O que significa ser um sacerdote?

Martinho Lutero ensinava corretamente que:

  • podemos ir diretamente a Deus, sem a mediação da igreja, sacerdotes, sacramentos, boas obras, santos etc. (Jo 14:6; Hb 10:19-20);
  • todos os cristãos, e não apenas um grupo privilegiado, são espirituais (Jo 3:6; Rm 8:9, 14; 1Pe 2:5);
  • o batismo nos torna iguais (Jo 3:6; Gl 3:26-29; Cl 3:9-11);
  • cada cristão recebe um dom/ministério/vocação, mas nenhum destes é superior ao outro (1Co 4:1-2; 12:4-12; Ef 4:11-16).

Mesmo em relação aos diferentes dons espirituais:

  • não é determinado dom que torna alguém espiritual;
  • nenhuma vocação (ou dom) é mais sagrada que a outra;
  • não há hierarquia, senão a de serviço;
  • não há lugar para autoritarismo ou arrogância.

Adaptado da palestra “O sacerdócio de todos os crentes”, de Wilson Paroschi, Ph.D. (Andrews University) e professor de Novo Testamento no Unasp.

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Selecionando textos bíblicos https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/selecionando-textos-biblicos/ Sat, 09 Aug 2014 18:20:22 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2099 Não somente consideramos nossa interpretação como o significado do texto [bíblico], mas também a consideramos o próprio texto. Isso leva a abordar o dogma como um colecionador: selecionamos nossas passagens favoritas para provar uma doutrina. Nunca percebemos que nossos oponentes fazem a mesma coisa, reunindo suas passagens favoritas para provar …

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Não somente consideramos nossa interpretação como o significado do texto [bíblico], mas também a consideramos o próprio texto. Isso leva a abordar o dogma como um colecionador: selecionamos nossas passagens favoritas para provar uma doutrina. Nunca percebemos que nossos oponentes fazem a mesma coisa, reunindo suas passagens favoritas para provar uma doutrina completamente diferente. Em outras palavras, os textos-prova de ambos os lados são mutuamente contraditórios e nenhum dos lados percebe isso! Eles nunca escutam um ao outro. Pelo contrário, gastam seu tempo pregando de forma triunfalista aos já convertidos. O que precisamos fazer é obedecer nossa visão de autoridade bíblica, examinando todos os textos, de ambos [ou mais] os lados, e então desenvolver uma doutrina equilibrada que esteja de acordo com a evidência bíblica. Isso significa que, se necessário, teremos que abandonar nossa posição anterior e permitir que os textos bíblicos determinem nossa declaração doutrinária final.

– Grant R. Osborne, Ph.D. (Universidade de Aberdeen), é professor de Novo Testamento na Trinity International University (EUA). Retirado de 3 perguntas cruciais sobre a Bíblia: Podemos confiar na Bíblia? Podemos entender a Bíblia? Podemos fazer teologia a partir da Bíblia? (São Paulo: Vida Nova, 2014), p. 182.

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Água fria ou quente versus água morna https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/agua-fria-ou-quente-versus-agua-morna/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/agua-fria-ou-quente-versus-agua-morna/#comments Sun, 03 Aug 2014 17:42:48 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2026 Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da Minha boca (Ap 3:15-16, NVI). A cidade de Laodiceia não tinha abastecimento de água próprio. …

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As fontes terapêuticas de Hierápolis
As fontes terapêuticas de Hierápolis

Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a ponto de vomitá-lo da Minha boca (Ap 3:15-16, NVI).

A cidade de Laodiceia não tinha abastecimento de água próprio. A água precisava ser canalizada de duas fontes: ou das frias montanhas de Colossos ou das terapêuticas fontes de águas quentes de Hierápolis. Quando essas duas fontes chegavam à cidade, diferente do havia sido planejado, a água na cidade estava morna.

Cristo disse à igreja de Laodiceia que preferia que as águas “fossem frias ou quentes”. Em outras palavras, a água que chegava a Laodiceia não estava quente, como as águas medicinais/curativas/quentes de Hierápolis, nem muito menos eram refrescantes como águas puras/frias/refrigerantes das montanhas de Colossos. Elas eram um meio termo e nauseante!

Ambas as expressões, “águas quentes” e “águas frias”, são metáforas positivas no mundo antigo. A palavra para água fria é psuchros. Jesus disse certa vez: “E se alguém der mesmo que seja apenas um copo de água fria (psuchros) a um destes pequeninos, porque ele é Meu discípulo, Eu lhes asseguro que não perderá a sua recompensa” (Mt 10:42). “Água fria”, no mundo antigo, traz a noção de “refresco” e “refrigério”, coisa muito bem vinda num Oriente Médio árido!

A ideia parece ser que, por um lado, a igreja de Laodiceia não fornecia nenhum “refresco” para o espiritualmente cansado (água fria), nem, por outro lado, cura para os espiritualmente enfermos (água quente). Ela estava apenas “morna” (em grego, mello), cuidando apenas em conseguir riquezas (v. 17), achando que tem de tudo, mas sem comprar ao Senhor Jesus Cristo o ouro, o colírio e as roupas brancas (v. 18).

Assim, diferentemente do que costumamos pensar, a igreja de Laodiceia não é julgada por sua ‘falta de entusiasmo espiritual’, mas por sua indiferença em ter deixado Cristo do lado de fora (Ap 3:20). O problema era a esterilidade e ignorância de suas obras (Ap 3:17b), não uma certa temperatura espiritual ‘do meio’.

Em outras palavras, a questão em Laodiceia não era exatamente que Deus preferiria o incrédulo ou o crente fervoroso ou o crente nominal. O que Deus queria era que a igreja de Laodiceia (1) ou agisse como refrigério para o cansado ou (2) como curativo para o enfermo e não, como acontecia, se satisfizesse em si mesma, deixa Cristo de fora e se orgulhasse dos seus feitos! Em suma, o problema era uma autossuficiência em ter deixado Jesus de fora – ao mesmo tempo em que arrogava para si uma falsa riqueza, ou melhor, uma riqueza ilusória!

Como cristãos, temos muito a aprender da advertência dada a Laodiceia. Afinal, a promessa é:

Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a Minha voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. Ao vencedor darei o direito de sentar-se comigo em Meu trono, assim como Eu também venci e sentei-Me com meu Pai em Seu trono (Ap 3:20-21).

Referências
BAUER, Bruce. Dangerous Words: A Review of Crazy Love by Francis Chan. Journal of the Grace Evangelical Society. Disponível aqui.

BLOMBERG, Craig. Questões cruciais do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

BÍBLIA de estudo NVI. São Paulo: Editora Vida, 2008.

RUDWICK, M. J. S.; GREEN, E. M. B., The Laodicean Lukewarmness, The Expository Times, v. 59, n. 6 (março de 1958): 177.

(Bruno Ribeiro)

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A essência da Torá https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/a-essencia-da-tora/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/a-essencia-da-tora/#comments Sat, 02 Aug 2014 10:00:00 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/2013/01/a-essencia-da-tora/ No judaísmo, o princípio supremo da Lei de Deus é chamado pikuach nefesh (“a preservação da vida humana”). Uma de suas bases se encontra em Levítico 18:5, em que Deus diz: “Obedeçam aos Meus decretos e ordenanças, pois o homem que os praticar viverá por eles”. O propósito da Lei é …

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No judaísmo, o princípio supremo da Lei de Deus é chamado pikuach nefesh (“a preservação da vida humana”). Uma de suas bases se encontra em Levítico 18:5, em que Deus diz: “Obedeçam aos Meus decretos e ordenanças, pois o homem que os praticar viverá por eles”. O propósito da Lei é a vida e o bem-estar humano. Disso os rabinos concluíram que a vida humana (o “espírito” da Lei) é mais importante que o cumprimento externo de uma ordem (a “letra” da Lei).

Com base nesse princípio, os judeus desenvolveram outro grande princípio, chamado ya’avor v’al ye’hareg (“transgredir e não morrer”). Ele se baseia, dentre outros textos, em Levítico 19:16: “Não se levantem contra a vida do seu próximo”. Deve-se fazer todo o possível para preservar a vida de uma pessoa. Por isso, um judeu não somente pode, mas deve violar qualquer um dos 613 mandamentos da Lei de Deus (a Torá) para salvar uma vida (com exceção de três mandamentos: idolatria, imoralidade sexual e assassinato). Na maioria dos casos, mesmo a integridade de uma parte do corpo está incluída na “preservação da vida”. A Lei é um meio, e não um fim em si mesmo.

Acredito que é nesse contexto que devemos entender alguns dos ensinos aparentemente mais revolucionários de Jesus. Certa vez, num diálogo a respeito do sábado, Ele disse aos fariseus:

Ou vocês não leram na Lei que, no sábado, os sacerdotes no templo profanam esse dia e, contudo, ficam sem culpa? […] “Desejo misericórdia, não sacrifícios” [Oseias 6:6]. […] Qual de vocês, se tiver uma ovelha e ela cair num buraco no sábado, não irá pegá-la e tirá-la de lá? Quanto mais vale um homem do que uma ovelha! Portanto, é permitido fazer o bem no sábado (Mateus 12:5, 7, 11-12). O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado (Marcos 2:27).

O raciocínio de Jesus, talvez estranho para muitos de nós, fazia todo o sentido para os fariseus. Afinal, foram eles que haviam formulado os grandes princípios pikuach nefesh (“a preservação da vida humana”) e ya’avor v’al ye’hareg (“transgredir e não morrer”). Por isso, nesses diálogos, os fariseus não tinham respostas para oferecer a Jesus. Ele não estava fazendo nada mais do que repetir o que eles próprios ensinavam diariamente ao povo.

O problema com muitos fariseus era mais prático do que teológico. É por isso que Jesus advertiu a respeito deles: “Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam” (Mateus 23:3).

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Deus sempre usa o pregador? https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/08/deus-sempre-usa-o-pregador/ Fri, 01 Aug 2014 14:15:08 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2029 Várias vezes vejo cristãos dizendo: “Ah, não importa quem é o pregador, Deus sempre irá usá-lo de alguma forma para edificar minha vida”. De onde surgiu isso? Essa visão ingênua e romantizada da igreja e do púlpito pode parecer muito bonita a alguns, mas, na verdade, é fruto de misticismo e …

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Várias vezes vejo cristãos dizendo: “Ah, não importa quem é o pregador, Deus sempre irá usá-lo de alguma forma para edificar minha vida”. De onde surgiu isso? Essa visão ingênua e romantizada da igreja e do púlpito pode parecer muito bonita a alguns, mas, na verdade, é fruto de misticismo e não há nada de bíblico nela. O fato de alguém ocupar um púlpito não é salva-guarda contra falsos ensinos. Afirmar tal coisa é não apenas crer estar firme construindo sua casa sobre areia movediça (uma vez que Deus nunca prometeu essa segurança quanto aos sermões que ouvimos), mas também negar as diversas advertências bíblicas contra os falsos mestres, os quais pregam suas falsidades de dentro do próprio povo de Deus (Mt 7:15; 24:11; 2Co 11:13-15; Gl 2:3-5; 2Pd 2:1; 1Jo 4:1).

Ao contrário do que muitos acham, abrigar esse tipo de pensamento não acaba exaltando o púlpito como um local abençoado, mas, visto que tal visão não é bíblica, esse pensamento apenas rebaixa o púlpito cristão como um local místico, que pode ser ocupado por qualquer um, mesmo que não esteja sequer minimamente interessado e preparado para ministrar alimento sadio à igreja.

Púlpito não é brincadeira. Não é lugar para colocarmos alguém simplesmente por ser alguém incisivo ou simpático, “desenrolado” ou bem-intencionado, e sim pessoas que se preparem espiritual e intelectualmente para esta tarefa. Não inutilize a Palavra de Deus. Ela existe a fim de que possamos nos alimentar dela. Pôr no púlpito alguém que não está apto para alimentar a outros com a Palavra é uma forma de inutilizá-la, não só porque ela não estará servindo ao propósito para o qual foi dada, mas também porque ela mesma afirma que quem instrui o povo deve manejá-la bem (2 Tm 2:15) e que o Espírito reparte os dons conforme Lhe apraz. Uns possuem o dom de ser mestres, ou seja, instruir a igreja (1Co 12:7-11, 28); outros, não (1Co 12:28-29), portanto, não deveriam ocupar o púlpito.

Muitos podem achar essas palavras arrogantes, crendo que isso é pregar uma espécie de segregação. Curiosamente, essas pessoas não acham arrogante desconsiderar que o Espírito Santo é soberano acerca de como Ele reparte os dons e que não devemos cobiçar aquilo que Deus, em Sua infinita sabedoria, escolheu não nos dar. Tampouco acham arrogante subir a um púlpito para pregar suas próprias palavras, e não a Palavra de Deus. Sim, porque quem não estuda não poderá falar outra coisa senão suas próprias Palavras, pois Deus não costuma transmitir miraculosamente aquilo que podemos adquirir estudando. Em momento algum a Bíblia afirma que o Espírito Santo seria dado a fim de fazer de nós preguiçosos e pouco aplicados em buscar o sentido original do texto bíblico.

Se uma pessoa quer subir ao púlpito sem preparo espiritual e intelectual para alimentar a igreja, a única forma de amá-la e amar a igreja é não permitindo que a arrogância destruidora dela seja alimentada enquanto a igreja morre de inanição, pois é exatamente isso o que fazemos quando permitimos que tal pessoa pregue.

Quando digo que não devemos permitir isso, não é crucificando ou zombando do pregador ou dos púlpitos, numa revolta infantil e inoperante, mas cobrando amoravelmente dos líderes um alimento sólido, tanto deles quanto de quem eles colocam no púlpito. Cobrando cursos de capacitação para que a igreja tenha condições de ler, entender e comunicar efetivamente a Palavra de Deus, em vez de sermões melosos, ou fanáticos, ou sem pé nem cabeça, ou mesmo bem estruturados, mas cujas conclusões não procedem do texto bíblico.

Procure os líderes de sua igreja e converse humildemente sobre isso. Procure você também, na medida de suas possibilidades, estudar para cobrar. Muitos deles, quando veem que o nível dos membros é muito baixo, se acomodam e também passam a não estudar, criando um ciclo vicioso: líderes preguiçosos, incapazes de alimentar o povo; gerando um povo cada vez mais ignorante; que alimenta a preguiça desses líderes; que gera um povo cada vez mais ignorante; que… Não espere por ninguém; esse ciclo precisa ser rompido em algum ponto. Que seja você o ponto de rompimento com o desleixo para com a Palavra de Deus. Comece não admitindo sermões rasos, especulativos e que enfatizam o que a Bíblia não enfatiza, “negligenciando os preceitos mais importantes da lei” (= Palavra de Deus) (Mt 23:23). Comece parando de se resignar diante do engano supersticioso do “não importa quem pregue”. Importa, sim! Com amor e mansidão, exija Bíblia, cruz e evangelho nos púlpitos de sua igreja!

“Há homens que ficam nos púlpitos como pastores, professando alimentar o rebanho, enquanto as ovelhas estão morrendo por falta do pão da vida. Há longos e arrastados discursos grandemente compostos de narrativas de anedotas; mas o coração dos ouvintes não é tocado [e esse entretenimento pode ser tanto “liberal” como “extremista”]. Pode ser que os sentimentos de alguns sejam tocados, podem derramar algumas lágrimas, mas seu coração não foi quebrantado. […] O Senhor, Deus do Céu, não pode aprovar muito do que é trazido ao púlpito pelos que professam estar falando a Palavra do Senhor. Não inculcam ideias que sejam uma bênção para os que o ouvem. Alimento barato, muito barato é colocado diante do povo [novamente, esse alimento barato, água com açúcar, pode ser tanto  “liberal” como “extremista”]” (Ellen G. White, Testemunhos para ministros, p. 336-337).

(Vanedja Cândido)

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Notícias sobre o fim dos tempos https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/noticias-sobre-o-fim-dos-tempos/ Wed, 30 Jul 2014 12:54:49 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=2032 É preocupante ver adventistas declararem o “fim dos tempos” diante de qualquer notícia. Desde uma guerra até uma propaganda de carro, de uma declaração do papa até a cena de uma novela: tudo é visto como sinal de que estamos nos últimos dias”. Falta Bíblia nisso. O foco está errado. …

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É preocupante ver adventistas declararem o “fim dos tempos” diante de qualquer notícia. Desde uma guerra até uma propaganda de carro, de uma declaração do papa até a cena de uma novela: tudo é visto como sinal de que estamos nos últimos dias”. Falta Bíblia nisso. O foco está errado.

Já estamos vivendo nos “últimos dias” desde a primeira vinda de Jesus, Sua morte, ressurreição e entronização. O Pentecostes foi o cumprimento de uma profecia para os “últimos dias” (At 2:17). Jesus foi a revelação divina “nestes últimos dias” (Hb 1:2), e o Seu sangue foi manifestado “no fim dos tempos” (1Pe 1:20). João já alertava que “já é a última hora” (1Jo 2:18). O Novo Testamento foi escrito na certeza de que o período dos “últimos dias” já havia começado (At 2:16).

A igreja é o povo de Deus dos últimos dias. Escatologia é o estudo dos eventos finais centralizados em ambos os adventos de Cristo. A vinda do fim tem a ver com a consumação do Reino de Deus (1Co 15:24), e não com guerras e agitações políticas (“mas ainda não é o fim”; Mt 24:6). Para isso, o evangelho do Reino será pregado por todo o mundo, “então, virá o fim” (Mt 24:14). A Bíblia enfatiza Cristo, Seu Reino, Sua Igreja e Sua missão.

Assim, os rios podem ficar coloridos, meteoros podem cair, e o papa pode fazer piqueniques com pentecostais todos os domingos: Cristo é o ‘evento’ que mais importa nos “últimos dias”.

“A brevidade do tempo é frequentemente realçada como incentivo para buscar a justiça e fazer de Cristo o nosso amigo. Este não deve ser o grande motivo para nós; pois cheira a egoísmo. É necessário que os terrores do dia de Deus sejam mantidos diante de nós, a fim de sermos compelidos à ação correta pelo medo? Não devia ser assim. Jesus é atraente” (Ellen G. White, Review and Herald, 2 de agosto de 1881).

(Pr. Isaac Malheiros, via Facebook)

Leia também: “Os últimos dias: espetaculares ou normais?

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3 perguntas cruciais sobre a Bíblia https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/3-perguntas-cruciais-sobre-a-biblia/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/3-perguntas-cruciais-sobre-a-biblia/#comments Tue, 29 Jul 2014 13:54:31 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1998 Sabe quando você descobre que existe um livro que é exatamente aquilo que você procurava há anos?O livro 3 perguntas cruciais sobre a Bíblia não foi escrito para pastores nem acadêmicos, mas para os membros da igreja. De maneira agradável e acessível, mas não superficial, ele responde três perguntas que …

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Sabe quando você descobre que existe um livro que é exatamente aquilo que você procurava há anos?

O livro 3 perguntas cruciais sobre a Bíblia não foi escrito para pastores nem acadêmicos, mas para os membros da igreja. De maneira agradável e acessível, mas não superficial, ele responde três perguntas que são essenciais para todo cristão:

1 – Podemos confiar na Bíblia? (Que razões existem para crer que ela é a Palavra de Deus?)
2 – Podemos entender a Bíblia? (Como estudar e interpretar a Bíblia, mesmo sem ser acadêmico?)
3 – Podemos fazer teologia a partir da Bíblia? (Como descobrir quais são os ensinos e orientações da Bíblia?)

O livro foi escrito por Grant Osborne, Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Aberdeen (Escócia). Essa é uma versão popular do livro do mesmo autor, A espiral hermenêutica: uma nova abordagem à interpretação bíblica (São Paulo: Vida Nova, 2009), uma das melhores obras que existem sobre o assunto.

Abaixo, leia o prefácio do autor.

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Estou escrevendo este livro para leigos e não para acadêmicos, pois estou convencido de que a Bíblia é direcionada em primeiro lugar a eles e não somente a estudiosos. Há um interesse sem precedentes pela Palavra de Deus. Considere, por exemplo, não somente a produção de novas versões e Bíblias de estudo para praticamente qualquer grupo de pessoas, mas também o número de pessoas que frequentam estudos bíblicos. Esta é uma época muito interessante e com grande potencial. Ainda assim, há muitas perguntas e as pessoas precisam tanto de segurança a respeito da confiabilidade da Bíblia quanto de um método que as capacite a estudá-la por si mesmas.

1. Podemos confiar na Bíblia?

Pouca coisa foi escrita sobre a razão de podermos confiar na Bíblia como Palavra de Deus [a situação melhor muito desde que o livro foi escrito, na década de 1990]. Meu grande espanto, ao escrever o primeiro capítulo, foi a escassez de material produzido sobre a confiabilidade bíblica nas últimas décadas. Mesmo assim, há cada vez mais ataques por parte da ala esquerda contra a precisão e a fidelidade da Escritura. Tragicamente, os ataques do Jesus Seminar, movimento que ganhou destaque na mídia, provocaram pouquíssimas respostas evangélicas que o cristão comum entenda. Minha esperança é que este volume contribua para essa área. Percebi que os cristãos se perguntam como defender a Bíblia de ataques e se importam com o fato de, em algumas igrejas, ela ser tratada apenas como mais uma fonte de material a respeito da vida religiosa. Muitos têm amigos e parentes que acreditam que a Bíblia está repleta de erros e que é um mero produto das experiências religiosas de pessoas do passado. Outros conhecem indivíduos que foram levados a participar de seitas, mas não sabem como apontar para essas pessoas os erros bíblicos em seus ensinos. Ao evangelizar alguém, poucos não foram questionados acerca da razão de a Bíblia ter de ser colocada acima de outros livros. A confiabilidade é uma questão essencial.

2. Podemos entender a Bíblia?

Ao mesmo tempo, poucos sabem realmente como estudar a Bíblia. A hermenêutica (os princípios de interpretação bíblica) se tornou moda, contudo, pouco é absorvido pelas pessoas que se sentam nos bancos da igreja sobre como estudar a Escritura em devocionais ou para o preparo de aulas em estudos bíblicos. Depois de uma pregação, muitas vezes alguém me pergunta: “De onde você tirou isso?”. Sempre fico entusiasmado quando me fazem essa pergunta, pois sei que encontrei alguém seriamente mente interessado no estudo bíblico mais profundo. Acredito que existam muitas pessoas assim e este livro foi escrito para elas. Também acredito que qualquer um que queira pode começar a estudar e entender a Escritura num nível mais profundo. Para isso é preciso tempo e dedicação, mas é assim com qualquer  coisa que valha a pena fazer na vida. Imagine o que aconteceria  se os cristãos ao redor do mundo começassem a investir tanto tempo e dinheiro para estudar a Bíblia quanto investem em carros, roupas e esportes. Por que não “investir na Bíblia”?

3. Podemos fazer teologia a partir da Bíblia?

Mesmo que pouco tenha sido escrito sobre a confiabilidade das Escrituras e a hermenêutica bíblica, praticamente nada foi produzido sobre como fazer teologia. Se isso é verdade mesmo no nível acadêmico, quanto mais para os leigos. O processo de reformular uma afirmação doutrinária da igreja ou trabalhar com uma grande controvérsia teológica foi praticamente deixado aos caprichos acadêmicos. Poucos sabem como fazer isso adequadamente e é por isso que tantas seitas tiveram suas origens nas igrejas evangélicas; entretanto, no outro extremo, pessoas foram acusadas de heresias por questões ínfimas. Este livro tenta oferecer um caminho para decidir quais das muitas afirmações doutrinárias são apoiadas pela Escritura, quais são heresias e quais devem ser classificadas como diferenças teológicas em vez de falso ensino.

Grant R. Osborne, Ph.D. em Novo Testamento pela renomada Universidade de Aberdeen (Escócia), é professor de Novo Testamento no Trinity Evangelical Divinity School, Deerfield, Illinois. Retirado de 3 perguntas cruciais sobre a Bíblia (São Paulo: Vida Nova, 2014), p. 13-15 (intertítulos acrescentados). O livro pode ser adquirido aqui.

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As Escrituras, a tradição e a teologia https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/as-escrituras-a-tradicao-e-a-teologia/ Sat, 26 Jul 2014 16:38:10 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1975 “Quem não conhece sua própria história não sabe por que é como é, e portanto não tem a liberdade de ser de outro modo. Quem, por outro lado, começa a compreender por que é de certo modo, começa também a descobrir a possibilidade de ser diferente” — afirma Justo Gonzáles …

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“Quem não conhece sua própria história não sabe por que é como é, e portanto não tem a liberdade de ser de outro modo. Quem, por outro lado, começa a compreender por que é de certo modo, começa também a descobrir a possibilidade de ser diferente” — afirma Justo Gonzáles em sua obra Retorno a la Historia del Pensamiento Cristiano — tres tipos de teologia, lançada originalmente em inglês e publicada em espanhol (Ediciones Kairos, 2009) com adaptação feita para o contexto da América Latina.

Afirmando a importância da busca das origens, Gonzáles adverte, entretanto, que não é a palavra dos teólogos que dura para sempre, mas a Palavra que os teólogos estudaram. Por mais que respeitemos nossos antepassados, considerar seus escritos como teologia definitiva equivale a trair exatamente seu mais precioso legado e um dos pontos essenciais da Reforma: a primazia das Escrituras sobre a tradição. Devemos ouvir a tradição, mas também envidar todos os esforços para que as Escrituras ganhem voz contemporânea. Cada geração deve buscar nas Escrituras a voz de Deus para hoje.

Desafiado nessas duas direções — conhecer a tradição e atualizar as Escrituras –, Gonzáles faz o resgate histórico do que chama de “três tipos de teologia” presentes na igreja ao fim do século segundo e início do século terceiro da era cristã. Para efeitos didáticos e buscando aspectos gerais que determinavam suas ênfases fundamentais, Gonzáles escolhe três protagonistas para identificar as três teologias: Tertuliano, Orígenes e Irineu.

A obra de Gonzáles analisa como as diferentes tradições compreendiam “Deus, a criação e o pecado original”, “o caminho e a meta da salvação”, e como faziam uso das Escrituras, isto é, seus pressupostos hermenêuticos. A respeito da salvação, por exemplo, Tertuliano (160–220 d.C.) acreditava que o problema do ser humano consistia na quebra da Lei de Deus, e portanto havia adquirido uma dívida legal, e nesse caso a salvação implicaria a satisfação da justiça de Deus.

Orígenes (185–253), por sua vez, compreendia que o problema humano não era a dívida contraída pela quebra da lei, mas sua incapacidade de contemplar a Deus, isto é, sua ignorância. A salvação, nesse caso, não seria resultado de alguém que pagasse a dívida humana, mas o favor de alguém que lhe trouxesse iluminação para que o mundo da matéria, resultado do pecado, fosse deixado para trás e todos os seres voltassem ao estado original, puramente intelectual, quando poderiam regressar à contemplação de Deus na dimensão absolutamente espiritual, cumprindo assim o propósito para o qual haviam sido criados.

Particularmente, mais me impressiona a compreensão de Irineu (130–202), para quem o problema humano é que estamos sujeitos ao mal e ao Maligno, e necessitamos, portanto, de libertação. Irineu descreve a obra de Jesus Cristo como vitória sobre todos os poderes que oprimem os seres humanos e a criação de Deus. Gonzáles faz um resumo dizendo que Jesus, por sua paixão e ressurreição, “levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens”, destruiu a morte, pôs fim à corruptibilidade e manifestou a vida. Como descendente de Adão, e justamente por isso, Jesus, em sua carne, triunfou sobre todos os poderes do mal e despojou o Maligno, tomou para si as chaves da morte e do inferno, obtendo para sempre a vitória por meio de sua ressurreição. Por meio de sua encarnação, vida, morte e ressurreição, Jesus veio a ser o novo Adão, cabeça de uma nova humanidade — “quem está em Cristo é nova criação”. Em Adão, a velha criação se tornou sujeita a Satanás e, em consequência, cativa do pecado e da morte. Em Jesus Cristo, o novo Adão, a nova criação se torna vencedora sobre todos os poderes do mal e recebe a promessa da ressurreição. A consumação da salvação implica não apenas a restauração de toda a criação, que finalmente estará livre da corrupção, como também a perfeita comunhão entre Deus e os seres humanos, isto é, o privilégio de nos tornarmos “participantes da natureza divina”. Por isso, Irineu compreendeu a “adoção como filhos de Deus” como a possibilidade de “nos tornarmos, pela graça, aquilo que Deus é por natureza”: “Deus se fez Homem, para que os homens possam ser feitos deuses”; ou então: “Deus-Filho se fez aquilo que somos, para que viéssemos a ser aquilo que ele é”.

Toda vez que você ouvir alguém afirmando a superioridade de seu conjunto de crenças, pergunte a respeito das raízes de sua teologia, seus principais protagonistas e a evolução histórica de seu pensamento. Esses três exemplos apontam para o fato de que a verdade teológica e a heresia são questões de pontos de vistas, e que a história do pensamento cristão é uma referência imprescindível para quem deseja caminhar à luz das Escrituras Sagradas.

Ed René Kivitz é pastor da Igreja Batista de Água Branca, em São Paulo. É mestre em ciências da religião e autor de, entre outros, “O Livro Mais Mal-Humorado da Bíblia”.

Este artigo foi retirado da versão on-line de Ultimato, julho-agosto de 2014, que, neste momento, está disponível apenas a assinantes. Clique aqui e receba gratuitamente o número atual da revista.

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Jovem rico: salvação pelas obras? https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/jovem-rico-salvacao-pelas-obras/ https://missaoposmoderna.biblecast.com.br/2014/07/jovem-rico-salvacao-pelas-obras/#comments Fri, 25 Jul 2014 12:59:53 +0000 http://rabis.co/migramissaopos/?p=1950 A história do “jovem rico” é uma das mais conhecidas dos evangelhos. Ela começa assim: Eis que alguém se aproximou de Jesus e Lhe perguntou: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?” Respondeu-lhe Jesus: “Por que você Me pergunta sobre o que é bom? Há somente um …

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A história do “jovem rico” é uma das mais conhecidas dos evangelhos. Ela começa assim:

Eis que alguém se aproximou de Jesus e Lhe perguntou: “Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?”

Respondeu-lhe Jesus: “Por que você Me pergunta sobre o que é bom? Há somente um que é bom. Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos” (Mt 19:16-17).

Nesse texto, Jesus não estaria ensinando a salvação pelas obras (isto é, pela obediência)? Se for assim, Ele está contradizendo outros textos claros da Palavra de Deus, que ensinam que a salvação é pela graça somente (Rm 3:28; 11:6; Gl 2:16, 21; Ef 2:8-9; Fp 3:9).

Vamos analisar mais atentamente a passagem e seu contexto.

“Mestre, que farei de bom para ter a vida eterna?” Aqui a ênfase está sobre o fazer, ou seja, a vida eterna seria uma recompensa a um ato (o que é uma noção legalista).

Jesus responde: “Por que você Me pergunta sobre o que é bom?” (a pergunta era estranha porque os judeus já tinham o Antigo Testamento). “Se você quer entrar na vida, obedeça aos mandamentos.” O jovem pergunta “quais”, e Jesus cita os Dez Mandamentos!

A resposta de Jesus era prevista na Lei de Moisés: “Obedeçam aos Meus decretos e ordenanças, pois o homem que os praticar viverá por eles. Eu sou o Senhor” (Lv 18:5-6). Como Paulo mostra depois em Gálatas 3 (especificamente o v. 12), citando esse texto, o homem que obedecer de forma perfeita os mandamentos de Deus vive! O raciocínio é: se pecado é quebra da lei (1Jo 3:4) e se o salário do pecado é a morte (Rm 6:23), quem obedece à lei perfeitamente não recebe o salário da desobediência!

Todavia, essa via se mostra impossível ao homem. A continuação da história é que é mais interessante:

Disse-lhe o jovem: “A tudo isso tenho obedecido. O que me falta ainda?” (v. 20-21).

Jesus respondeu:

“Se você quer ser perfeito [em grego, teleios, completo], vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-Me.” Ouvindo isso, o jovem afastou-se triste, porque tinha muitas riquezas (21-23).

A história mostra a impossibilidade de ser teleios (perfeito, completo) com relação aos mandamentos de Deus! Jesus mostrou claramente que, por esse critério, era impossível a salvação do homem. Citando um ditado judeu da época, o Senhor disse:

Digo-lhes a verdade: dificilmente um rico entrará no Reino dos céus. E lhes digo ainda: é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus (v. 23-24).

Quando os judeus queriam falar de uma impossibilidade, diziam: “É mais fácil um elefante passar no fundo de uma agulha” (Talmude, Berak 55b). Em outras palavras: é impossível ao ser humano se salvar!

Os discípulos entenderam tão bem as palavras de Jesus que perguntaram em seguida: “Neste caso, quem pode ser salvo?” (v. 25). Afinal, se os ricos, que, para os judeus, tinham a benção de Deus, estão longe de entrar no Reino, então quem pode se salvar?

O que nos interessa é a resposta de Jesus:

Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis (v. 26).

Graça pura! A salvação é obra de Deus, não nossa! Para nós é impossível. Para Deus, todas as coisas são possíveis!

É interessante que, logo depois da história do Jovem Rico, Mateus cita duas parábolas de Jesus que mostram que a lógica do Reino de Deus não tem a ver com mérito, com fazer ‘boas obras’ para alcançar algo, mas com a bondade unilateral de Deus.

Na primeira parábola, a dos Trabalhadores da Vinha (Mt 20:1-16), Jesus mostra que tanto faz você trabalhar na vinha ao meio-dia ou às cinco da tarde; o salário é o mesmo. Em outras palavras, tanto faz ser Dimas ou Paulo, é cidadão do Reino do mesmo jeito!

Na segunda, a do banquete (Mt 22:1-14), são convidados “tanto bons quanto maus” (v. 10). Ou seja, não há um pré-requisito para entrar. Há, sim, um requisito para ficar no banquete: usar as vestes nupciais do Rei (v. 11), isto é a justiça de Cristo!

Em suma, salvação é graça pura, vinda de Deus!

Louvado seja o Senhor!

(Bruno Ribeiro)

Jesus buscou responder ao jovem rico nos próprios termos do rapaz. “Ah, você acha que deve fazer boas obras para obter a vida eterna? Então guarde os mandamentos.” E o que Jesus faz em seguida? Mostrar que ele não guarda coisa nenhuma e que a salvação é impossível ao homem – ela pertence a Deus.

(Vanedja Cândido)

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